Abedim é uma freguesia portuguesa do concelho de Monção, com 8,89 km² de área e 260 habitantes (2001). Densidade populacional: 29,2 h/km².
Sobre os montes circundantes desta localidade existem vestígios de uma torre antiquíssima, a cuja edificação presidem várias lendas, esta torre foi mandada demolir no século XV. Era o Castelo de São Martinho de Penha.
Nos limites desta freguesia há muitos vidoeiros, dos quais, os povos antigos usavam a casca, para fazerem tinta de escrever antes da invenção do pergaminho.
Abedim, situada na estrada Braga - Monção que liga esta vila à vila de Arcos de Valdevez, passando pela freguesia de Extremo, dista treze quilómetros da sede do concelho. Abedim, confronta com Barroças e Taias e Pias, por norte, Portela, por nascente, Insalde (Paredes de Coura), por sul, e Boivão (Valença), por poente. São seus lugares principais: Além, Pomeda, Cruzeiro, Laje, Painçais, Doganda, Pereiro, Paraizal, Touroa e Gandrachão.
História
Conquanto alguns queiram que o topónimo Abedim seja corruptela de Abydis, um rei mítico que neste lugar teria nascido, o mais acertado será afirmar que ele vem do árabe e significa adorar. Aqui se terá celebrado, em tempos remotos, uma qualquer forma cultural. No território desta freguesia existiu, já ao tempo do nascimento de Portugal, o castelo da Penha da Rainha, cabeça do julgado do mesmo nome, cuja área abrangia o actual concelho de Monção até ao rio Mouro, a terminar em Merufe. Era tal a importância da povoação, encostada à fortaleza, que foi o próprio bispo de Tui, D. Pedro I, quem sagrou a igreja local, de invocação a São Martinho, em Junho de 1204. Em 1268, D. Afonso III concedeu-lhe foral.
O padroado de São Martinho da Penha da Rainha foi um dos que D. Dinis cedeu ao bispo de Tui, em 1307, por troca com os padroados das igrejas de Castro Laboreiro e Monção. Extinto o julgado, desapareceu o povoado agreste da Penha da Rainha. Quando os reis de Portugal fortificaram a fronteira ao correr do rio Minho, o velho castelo caiu em ruínas. Nos princípios do século XVIII, o pároco de Abedim aproveitou-se das esquecidas pedras para obras na sua igreja.
Da importante fortificação e da povoação não restam senão o sítio, breves marcas de uma cerca e, sobre um morro rochoso, onde teria havido uma torre de menagem. Na parte sul do coto, um chamado Jardim da Rainha, considerado de luxo, e a humilde ermida de São Martinho, última relíquia digna de veneração. Remonta a actual capela ao século XVIII ou XIX, sem traços da primitiva ermida. A festa anual em honra do advogado agrícola é muito concorrida. No fim dos actos religiosos, os devotos costumam subir a uma pia cavada numa rocha ao cimo do templo, sítio onde, sustenta a tradição, São Martinho de Dume se terá sentado.
Património
A igreja de Abedim, situada numa colina pitoresca no centro da aldeia, foi construída no século XVIII e apresenta características neoclássicas. Tem quatro altares: o altar-mor, onde se encontra a padroeira, Santa Maria, festejada a 15 de Agosto, o de São Sebastião, o de Nossa Senhora da Conceição e o das Almas.
A Capela da Senhora do Alívio e São Mamede é de construção anterior, pelo menos, a 1658, e reformada em 1861, com o aproveitamento das ruínas da Capela de São Mamede, que se situava nos domínios do Lugar de Pereiro, conforme gravação na padieira da porta principal, datada de 1861, que diz:
"Esta Capela de S. Mamede e Senhora do Alívio foi reformada por devoção do Padre João Cizolas"
Esta festividade realiza-se no segundo domingo de Setembro.
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