Adorigo é uma freguesia portuguesa do concelho de Tabuaço, com 10,55 km² de área e 420 habitantes (2001). Densidade: 39,8 hab/km². Dista cerca de 6 km da sede do concelho.
Adorigo é uma das freguesias nas encostas abrigadas e temperadas dos Vales do Douro, com quintas que há séculos produzem o Vinho Generoso, mundialmente conhecido como o "Vinho do Porto". Adorigo é um belo miradouro sobre o Rio Douro. O Homem é a medida de todas as coisas. Também o é desta terra que era estéril e se tornou fecunda, tão forte foi o jeito dos braços no abraço que lhe deu. Justa medida é a das águas do rio que eram bravas e se amansaram. Permanece humilde, todavia, este Homem do Douro. Porque ele precisa sempre do sol que aquece as águas e gera as chuvas, que agasalha a terra e torna doces os frutos.
História
Adorigo inclui uma povoação anexa denominada São Martinho, que parece ler sido a sede ou o núcleo primitivo do povoamento local. Curiosamente, não se conhece outra localidade no País com o mesmo nome. A origem do topónimo é incerta, mas há quem a atribua, embora sem grande segurança, a um patronímico. Teria provindo do nome próprio Aldericus, senhor ou presor, ou aquele que recebeu em partilha esta terra conquistada aos mouros nos inícios da Nacionalidade.
O padroado pertenceu à reitoria de Barcos e posteriormente, ás freiras carmelitas descalças do Coração de Jesus, em Lisboa. A igreja velha, no local onde foi construída a nova (inaugurada em 20 de Maio de 1984), em betão, ruiu com o ciclone de 1940. O interior era de talha dourada (Renascença) que transitou, parte dela, para o novo templo, como a talha do altar-mor, o revestimento do arco do cruzeiro e os dois altares anexos, os dois altares laterais da nave e o tecla apainelado da capela-mor".
Na freguesia existe ainda a Capela de São Martinho, no lugar do nome do santo e a capela particular, de Nossa Senhora de Monserrate, moderna. Um capataz das minas de Rouxemil, onde já se explorou chumbo, estanho e galena, adoeceu gravemente e prometeu oferecer uma imagem da Senhora do Bom Juízo se obtivesse melhoras. Melhorou e mandou fazer a imagem, em madeira.
Antigamente, a freguesia comunicava com a margem direita do Douro, através da barca de passagem do Ferrão, em frente à Quinta de São Luís. Barca de passagem que desapareceu. como praticamente todas as das proximidades (Covelinhas). Adorigo sofreu de falta de água durante a maior parte da sua existência como povoado e a pequena nascente ia de Barcos, a cujo concelho Adorigo pertenceu.
Do alto de uma colina sobranceira ao Douro, aproximadamente a igual distancia dos rios Távora e Tedo, assenta a pequena povoação de Adorigo. Produz esta paróquia excelentes vinhos licorosos e no seu limite existem minas de chumbo cuja lavra se encontra suspensa há anos.
Defronte, além-Douro, fica a estação do Ferrão que durante muitos anos serviu a vila e concelho de Tabuaço, mas que depois de construída a ponte do Pinhão perdeu quase toda a importância. Além do povo de Adorigo tem esta freguesia um outro chamado de S. Martinho.1
Património
Nesta aldeia temos um exemplo de igreja com com exterior sóbrio e um rico interior. Adorigo está na rota de um futuro roteiro do Barroco Tabuacense. O adro da igreja é apetecido miradouro sobre o nascente plantado de vinha e oliveira entre as quais brilham com o sol ou molhados com a chuva os mil fragmentos de xisto.
No lugar de São Martinho pode-se ainda visitar a capela do santo homónimo, objecto de diversas obras ao longo dos séculos, o antigo forno comunitário ou admirar uma casa, no largo da Cruz, que já serviu de escola e que ostenta uma pedra de armas da família Cunha Coutinho, provável ramo dos senhores de Leomil, com possíveis ligações aos Cunhas e Magalhães Coutinho de Barcos.
No lugar de São Martinho, onde se localizava o forno comunitário, existe uma pedra de armas, que o povo chama de "pedra de era", no largo da Cruz, embutida na parede de um edifício particular que serviu, antigamente, de escola. Subsistem dúvidas sobre se se trata da pedra de armas dos Cunha Coutinhos ou da família Guimarães.
- Igreja Matriz
- Capela de Santo António
- Capela de São Martinho
- Capela de São Luís
- Capela de Nossa Senhora de Monserrate
- Marcos geodésicos pombalinos
- Lagar de vinho
Economia
Adorigo sofreu de falta de água durante a maior parte da sua existência como povoado. Como recurso, existe na freguesia uma fonte antiga que data de 1938. Apesar da falta de água, os habitantes de Adorigo dedicam-se à agricultura, no entanto, uma das principais riquezas da freguesia é a exploração da vinha, com produções de "vinho generoso" e vinho de mesa, de alta qualidade. O azeite é também produzido em grandes quantidades.
No século XVIII, o Padre D. Joaquim de Azevedo escreveu:
"…produz algum trigo, centeio, azeite e vinho, principalmente nos baixos, aonde não penetra o maior rigor do frio; cria muita caça miúda por ser país montanhoso; falta de água, ainda que a vizinhança do Douro o faz mimoso de peixe, mas a sua corrente não pode regar a terra por ir apertado entre montes."
Terra de emigração, mais para as grandes cidades de Lisboa e Porto que para o estrangeiro, pertencem a estes últimos as casas revestidas de azulejo e com escadaria exterior de mármore, a contrastar com o xisto duriense. No lugar de Castelo, defronte a São Martinho, estão a crescer novas construções que indiciam um novo povoamento.
As principais quintas agrícolas sediadas na área da freguesia são: a Quinta de São Luís; a Quinta do Vediedo; a Quinta de Santo António: a Quinta do Espinho e a Quinta da Eufémia.
Festas e romarias
A freguesia celebra a Senhora de Conduzende e a Senhora do Bom Juízo no segundo domingo de Agosto, com procissão que transporta as imagens das duas Senhoras e de São Martinho. Os festejos populares de São João e São Pedro ainda não se extinguiram de todo, no largo da Capela, no lugar de São Martinho, e no Rossio, na sede da freguesia. Na Eira da Rua, em Adorigo, ainda se fazem as populares cascatas.
Gastronomia
Peixe Fluvial, cabrito e borrego assado
Associativismo
Ligações externas
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Comentários
Minha saudosa mãe Angelina da Conceição falava muito do 'meu pomadeiro'. Bjs a tidos