Aguiar da Beira é uma vila portuguesa pertencente ao Distrito da Guarda, Região Centro e sub-região Dão-Lafões, com cerca de 1.500 habitantes. Ergue-se a 781 metros de altitude.
É sede de um município com 203,68 km² de área e 6.262 habitantes (2006), subdividido em 13 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Sernancelhe, a leste por Trancoso, a sueste por Fornos de Algodres, a sudoeste por Penalva do Castelo e a oeste por Sátão. Concelho da Beira Interior dista 40 km de Viseu e 70 Km da Guarda sua capital de distrito.
O concelho de Aguiar da Beira é, para quem não conhece este pequeno paraíso, um local aprazível onde o contacto com o meio natural é privilegiado. A quietude da sua envolvência convida todos os visitantes, a partilhar as maravilhas das águas e as da natureza, sem esquecer o contacto com a cultura e as tradições do povo que o habita.
Freguesias
- Aguiar da Beira (freguesia)
- Carapito
- Cortiçada
- Coruche
- Dornelas
- Eirado
- Forninhos
- Gradiz
- Pena Verde
- Pinheiro
- Sequeiros
- Souto de Aguiar da Beira
História
A análise do património arqueológico na região sugere a hipótese de que a ocupação humana remonta, pelo menos, até ao IV milénio a. C., teoria alicerçada nas investigações levadas a cabo no Núcleo Megalítico de Carapito, constituído por quatro estruturas megalíticas, de entre as quais se destaca o Dólmen de Carapito (classificado como Monumento Nacional pelo decreto-lei n.º 735/74 de 21 de Dezembro). Do período proto-histórico existem três povoados, de possíveis origens castrejas, nomeadamente o Castro de Carapito, o Castro da Gralheira e o Castro das Abelhas, sendo possível aí vislumbrar vestígios de construções. A presença de tegulae (telhas) romanas no Castro das Abelhas e Gralheira parecem apontar ainda para posterior ocupação romana.
Da presença romana na região subsistem também outros vestígios, como é o caso de uma edícula em granito, descoberta na aldeia de Penaverde (e actualmente conservada no Museu Nacional de Arqueologia, em Lisboa), e vários silhares almofadados que foram reutilizados na construção do pano da muralha do castelo medieval da vila de Aguiar da Beira, bem como mais exemplares encontrados em restantes aldeias do concelho, na maioria dos casos fazendo parte do aparelho de construção de casas de habitação.
Após o século V, e apesar da instabilidade provocada por sucessivos conflitos consequentes da derrocada da administração romana (invasões bárbaras, ocupação islâmica, guerras da Reconquista) e do fenómeno de ermamento que se verificou em muitas zonas do interior do país, a ocupação da região manteve-se durante a Alta Idade Média, o que talvez possa ser comprovado pela existência de sepulturas talhadas na rocha, bem como sarcófagos, que em algumas áreas constituem autênticas necrópoles, como acontece em Aguiar da Beira (Núcleo de Sepulturas da Regada) e Moreira, enquanto noutros casos se encontram totalmente isoladas, como se observa em Penaverde ou Mosteiro. Mais exemplos de semelhantes sepulturas e sarcófagos podem ser encontradas em Colherinhas, Pinheiro e Sequeiros. Estes espaços de morte apontam para presença humana entre os séculos VII e XII.
À Baixa Idade Média, com a relativa pacificação do território, corresponde uma fase de reforço da administração, e desenvolvimento de um novo sistema judicial e socioeconómico, que encontra expressão na concessão de cartas de foral a determinadas regiões, com o objectivo de fomentar a ocupação de determinado espaço, ou legalizá-la, caso ela já exista. É assim que Aguiar da Beira, bem como Penaverde, receberão os seus forais no século XIII. Em inícios do século XVI também Carapito será elevado ao estatuto de concelho, por via de carta de foral, reinando então D. Manuel. A concessão de Carta de Feira à vila de Aguiar da Beira por D. Dinis, em 1308, é revelador da importância que este aglomerado assumia já na altura em termos de dinâmica económica.
Após o século XVI, e durante toda a época moderna, o território actualmente compreendido pelo Concelho de Aguiar da Beira estava dividido entre os concelhos de Aguiar, Carapito e Penaverde. Circunscrição que se haveria de manter até ao século XIX, altura em que a reforma administrativa levada a cabo pelo governo liberal dissolveu, em 1836, os Concelhos de Carapito e Penaverde, sendo o primeiro incorporado no concelho de Aguiar da Beira, e tornando-se o segundo uma freguesia de Trancoso, vindo posteriormente (1840) a transitar para o concelho de Aguiar. Também este último chegou, por um breve período, a perder a sua autonomia, a partir de 1896, altura em que se tornou freguesia do concelho de Trancoso, vindo a readquirir o seu estatuto concelhio em 1898, agregando a si os antigos concelhos de Carapito e Penaverde.
Património
As importantes ocupações humanas que remontam a épocas pré-históricas deixaram um legado construído, que permite uma viagem através da evolução histórica da forma de viver e da cultura de um povo. Fazem parte deste quadro o Dólmen de Carapito do Neolítico (monumento nacional); os sarcófagos e as sepulturas antropomórficas; os castros, aglomerados do Calcolítico, sendo o da Gralheira em Penaverde o mais conhecido.
Os pelourinhos, símbolos do poder, são sempre elementos de interesse histórico, existindo no concelho três: o de Carapito, o de Penaverde e o de Aguiar da Beira, este ultimo inserido na trilogia monumental da vila, constituída por Pelourinho, Torre do Relógio e Fonte Ameada, todos considerados monumentos nacionais.
Existem também várias igrejas e capelas que, pela sua beleza ou originalidade, merecem ser visitadas e conhecidas, como é o caso da Capela da Senhora dos Verdes em Forninhos ou a Capela do Senhor do Castelinho em Ancinho no Eirado.
Economia
Predominantemente rural é na agricultura e actividades complementares que a maior parte dos agregados familiares encontram o seu sustento. O queijo da serra, a maçã das terras altas, a castanha e a batata são as culturas com mais tradição. A elas se junta a criação de animais, nomeadamente em aviários, pocilgas e vacarias.
No aspecto económico salienta-se ainda a existência de algumas indústrias transformadoras, nomeadamente as respeitantes aos lacticínios e madeiras, que a par de um comércio diversificado e em franco desenvolvimento vai contribuindo para que as pessoas se fixem nesta região do interior. Atendendo a potencialidades únicas e ainda não completamente exploradas o sector do turismo poderá trazer mais riqueza e qualidade de vida para o concelho, onde, num futuro bem próximo, se poderá incluir o Complexo Turístico das Caldas da Cavaca como pólo de desenvolvimento dentro de uma região que mais do que visitar é necessário conhecer.
Geminações
A vila de Aguiar da Beira tem geminação com:
- Lisdoonvarna, Irlanda (desde 11 de Outubro de 1998)
Personalidades
- Manuel Dias Loureiro, ex-membro do Conselho de Estado português.
Ligações externas
Fotografias
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