A Aldeia de Palheiros é uma localidade situada na província do Baixo Alentejo. Tem como sede de concelho a vila de Ourique e como Distrito a cidade de Beja. É uma aldeia pacata, com boa gente, onde o sossego, a calma, boa vizinhança, boa gastronomia, fazem parte do seu cartão de visita. É difícil quantificar o número de população da aldeia, estima-se que o número seja entre os 300 e os 400 habitantes. As gentes desta terra dedica-se essencialmente à agricultura e pastorícia, mas também existe algum comércio.
O meteorito da Aldeia de Palheiros
Das poucas quedas de meteoritos ocorridas no nosso país, uma das mais recentes deu-se a 28 de Novembro de 1998, na Aldeia de Palheiros. Nesse dia, perto da uma hora da manhã ocorreu a queda de um meteorito no Monte Carapetel. Muitos habitantes locais ouviram os estrondos e viram o clarão, quando da passagem do bólide, na baixa atmosfera e embate do meteorito no solo. Segundo relatos recolhidos no local por elementos da Associação Portuguesa de Astrónomos Amadores, o clarão iluminou o céu como se fosse dia durante uns 10 segundos, (indicador de uma magnitude superior a - 14, Lua Cheia), segundo uma testemunha que se encontrava no momento a entrar em casa. Foram numerosos os testemunhos de dois estrondos, um primeiro forte, seguido de outro mais fraco após alguns segundos, o que pode perfeitamente indicar o estampido na baixa atmosfera e o som do impacto. Não está, contudo, excluída a hipótese da queda de dois ou mais fragmentos, visto os dois sons terem sido ouvidos em localidades muito afastadas, desde Vila Nova de Milfontes até Ourique.
No local da queda (estrada rural de terra batida) foi produzida uma pequena cratera alongada (60 x 30 x 15 cm) de azimute 115º (aproximadamente W-E). Após o impacto o corpo fragmentou-se em vários pedaços e muitas partes do meteorito ficaram expostas em leque, para Leste, até pelo menos 55 metros, posição onde foi colhido o maior fragmento recuperado de 2,6 kg. No interior da cratera ficaram alguns pedaços. O meteorito foi encontrado pelo Sr. António Silva, dois dias depois da queda, que estranhou aquelas pedras anómalas no caminho e um cheiro intenso a enxofre. Logo relacionou o achado com o evento que toda a população tinha ouvido e viu tratar-se de “pedras caídas do céu". Depois disso vários populares visitaram o local da queda e recolheram amostras como recordação.
Embora sendo difícil, se não mesmo impossível, um recenseamento de todos os fragmentos - alguns chegaram mesmo a ser oferecidos e vendidos a turistas que se deslocavam para o Algarve - calcula-se que o diâmetro original do corpo deverá ter sido da ordem dos 25 centímetros, o que corresponde a uma massa na ordem dos 30 Kg - possivelmente a maior queda registada no nosso país. O Departamento de Geologia da Universidade de Lisboa conseguiu recuperar quatro fragmentos significativos, sendo o maior (de 2,6 Kg) depositado no Museu Nacional de História Natural, por vontade expressa do Sr. Manuel de Brito, um habitante da Aldeia de Palheiros. Fragmentos menores - com menos de 1 cm - foram ainda recuperados no local da queda.
A submissão do nome e apresentação das características e classificação com vista à sua aceitação internacional foi feita à Comissão do Meteoritical Bulletin no dia 4 de Fevereiro de 1999 sendo a primeira queda de um meteorito em Portugal a ser classificada por um geólogo português.
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