Alhos Vedros é uma vila portuguesa, sede de freguesia do concelho da Moita, com 16,56 km² de área e 12.614 habitantes (2001). Densidade: 761,7 h/km². Foi vila e sede de concelho até 1855.
História
As suas origens remontam ao período anterior à Reconquista cristã, pois nas Memórias Paroquiais de 1755 é feito um relato, certamente de conteúdo semi-apócrifo, da forma como os seus habitantes terão resistido às investidas muçulmanas num Domingo de Ramos por ocasião da recuperação de Palmela pelos cristãos.
O seu estatuto municipal terá surgido bem antes do século XIV, estendendo-se os limites do seu termo desde o rio de Coina até aos esteiros de Alcochete, formando um dos quatro concelhos medievais - chamado concelho do Ribatejo - da Margem Sul, em conjunto com Almada, Sesimbra e Palmela. No entanto, partilhava a dignidade de cabeça do concelho do Ribatejo com Sabonha (hoje São Francisco, em Alcochete).
Século XV ao século XIX
Em 1415, na sequência da pandemia de Peste Negra que assolava a capital e levou à morte da própria rainha Dª Filipa de Lencastre, é em Alhos Vedros que o rei D. João I se refugia, aí recebendo, de acordo com o cronista Gomes Eanes de Zurara, uma comissão encabeçada por alguns dos seus filhos com o objectivo de serem tomadas as decisões finais quanto à iniciativa da conquista de Ceuta.
A importância de Alhos Vedros no contexto é confirmada em 1514, ao ser a terceira localidade da região (depois de Palmela e Almada) a receber o chamado Foral Novo, atribuído por D. Manuel.
À sua Igreja Matriz - de que é orago São Lourenço - eram obrigadas a vir todas as gentes das localidades do termo para os serviços religiosos dominicais e principais festividades do calendário religioso.
Em termos económicos, Alhos Vedros viveria fundamentalmente da sua ligação ao rio Tejo (pesca, salinicultura, transporte fluvial) e da agricultura (vinha, mas não só). Devido a uma evolução demográfica desfavorável, a vila de Alhos Vedros iria perdendo influência a partir de meados do século XVI e do século XVII.
Do seu termo, ir-se-iam separando gradualmente novas unidades administrativas como o Barreiro (elevação a vila em 1521), o Lavradio (1670) e a Moita (1681), o que agravaria o seu declínio relativo. No início do século XIX era composto apenas pela freguesia da sede. Em 1836 anexou as freguesias de Coina, Lavradio e Palhais, após a extinção dos concelhos de Coina e Lavradio.
No século XVIII, no rescaldo do Terramoto de 1755, verifica-se que a população de Alhos Vedros já é bastante inferior a algumas das povoações que antes dela dependiam e no século XIX. Com o início do regime liberal e a reorganização do mapa político-administrativo, o concelho de Alhos Vedros acabaria por ser extinto, oscilando entre a incorporação no do Barreiro ou no da Moita como viria a acontecer em finais dessa centúria.
Século XX
Ao longo do século XX, a freguesia de Alhos Vedros continuaria a ter uma feição essencialmente rural embora, a partir do maior desenvolvimento da unidade fabril da CUF no Barreiro, e na segunda metade do século de outras grandes indústrias como a Lisnave ou a Siderurgia, fosse ganhando algumas feições de dormitório para muitas famílias de características proletárias.
Em termos de indústrias residentes na freguesia, o sector corticeiro seria o mais importante até aos anos 60/70, sucedendo-se uma intensa mas curta expansão do sector têxtil nos anos 70 e 80, que teria o seu fim ao longo dos anos 90.
Actualmente, em especial nos últimos 20 anos, tem vindo a sofrer um acelerado processo de suburbanização que lhe tem descaracterizado as suas características tradicionais.
Património
Em termos patrimoniais, destacam-se a Igreja Matriz de São Lourenço, o único pelourinho manuelino completo do distrito de Setúbal, o chamado poço mourisco, provavelmente quinhentista e o seu moinho de maré. No entanto, a maior parte dos traços das suas origens multisseculares e do seu passado histórico têm vindo progressivamente a desaparecer, assim como o próprio rico património natural da longa zona ribeirinha tem vindo a ser destruído, primeiro com os efeitos da poluição industrial e, depois, devido ao entulhamento das antigas salinas e viveiros piscícolas que existiam na zona de sapal.
Refira-se ainda:
- Capela da Santa Casa da Misericórdia de Alhos Vedros
- Capela da Igreja de São Lourenço ou Igreja Matriz de Alhos Vedros
Colectividades
Ligações externas
- Site sobre a freguesia de Alhos Vedros, de Carlos Gonçalves
- Site sobre a freguesia de Alhos Vedros, de Carlos Gonçalves
- Site da Câmara Municipal da Moita
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Comentários
Boa Tarde,
Não sei se será o modo correcto de o fazer mas aqui fica a informação:
Os 2 sitios sobre Alhos Vedros que apresentam aqui as ligações, são de minha autoria de qualquer modo o que se encontra alojado no objectis.net, não é nem irá ser actualizado de futuro. Foi um teste que efectuei em plone enão gostei dai ter optado pelo drupal do tp2p.com.
Fica a informação.
Bom trabalho.
Caro amigo Carlos Gonçalves:
Aqui fica o reconhecimento do seu trabalho e a solicitação para que nos permita manter este texto. Convidamo-lo ainda a ajudar-nos a ampliar a informação sobre Alhos Vedros, por adicionar texto, vídeos ou fotos.
Um abraço!
Carlos Pereira
Boa Tarde,
Assim farei na medida do meu possivel pois nos ultimos tempos tem sido complicado.
Não sei se interessará mas em breve vai haver uma feira medieval na Freguesia..