Aljezur é uma vila portuguesa pertencente ao Distrito de Faro, região Algarve e sub-região Algarve, com cerca de 2.700 habitantes.
É sede de um município com 323,65 km² de área e 5.349 habitantes (2006), subdividido em 4 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Odemira, a leste por Monchique, a sueste por Lagos, a sudoeste por Vila do Bispo e a oeste tem uma extensa costa com o Oceano Atlântico. O limite noroeste, com o concelho de Odemira, é marcado pela Ribeira de Seixe. O litoral do município faz parte do Parque Natural do Sudoeste Alentejano e Costa Vicentina.
Dom Dinis concedeu-lhe foral em 1280.
Freguesias
História
Património Histórico
Vestígios do passado pré-histórico atestam a importância deste concelho para povos como os mirenses (7.000 anos a. C. final da Idade Glaciária). Sendo povos nómadas, caçadores/recolectores, caçavam e apanhavam mariscos do mar com os seus machados rudimentares, assim como escavavam a terra à procura de tubérculos ou raízes, constituindo assim a base da sua alimentação.
Também da pré-história é um vasto conjunto de peças em pedra polida, silex, xert, entre outros, atribuído ao período Neolítico Final/Calcolítico (3000-2500 anos a.C.), que se encontra em exposição no Museu Municipal em Aljezur. Da Idade do Bronze (1200-900/800 anos a.C.) surge a Necrópole de Corte Cabreira, na freguesia de Aljezur, detectada em 1990, sendo alvo posteriormente de escavações de emergência.
No entanto, é do período islâmico (séculos X-XII) que se reserva o maior esplendor arqueológico do concelho de Aljezur, comprovado por escavações arqueológicas levadas a efeito quer no Castelo de Aljezur, na Ponta da Atalaia (Rîbat da Arrifana), Ponta do Castelo - Carrapateira, na Igreja Nova Aljezur ou em Alcaria, freguesia de Aljezur.
Aljezur foi fundada no século X pelos Árabes, que permaneceram longo tempo na região, deixando costumes e tradições que se mantiveram após a Reconquista Cristã e chegaram aos nossos dias. A vila de Aljezur foi tomada aos mouros em 1249, reinado de D. Afonso III, sendo o herói da tomada de Aljezur aos mouros o Mestre da Ordem de Santiago, D. Paio Peres Correia. Esta conquista deu-se ao romper da alva, ocupando o castelo que se encontrava na posse dos mouros. A partir de então, os cristãos agradeceram a Maria o sucesso da conquista e numa expansão da fé tornou-se Nossa Senhora da Alva a Padroeira de Aljezur, facto que ainda hoje é transmitido via oral, através da lenda da Conquista do Castelo.
Em 12 de Novembro de 1280, D. Dinis concedeu foral a Aljezur. Foi lavrado em Estremoz e foi a primeira Carta de Foral concedida por D. Dinis a uma terra algarvia. Em 1 de Junho de 1504, D. Manuel reformou a Carta Diplomática de D. Dinis e concedeu novo Foral a Aljezur. No século XVII foi mandado construir o Forte da Arrifana, edificado em 1635 e reedificado em 1670, que tinha como principal função a defesa de uma armação de pesca que, já em 1516, existia neste local.
A Igreja da Carrapateira, dedicada a Nossa Senhora da Conceição, foi construída no reinado de D. João IV, sendo anterior a 1673. O local onde esta igreja foi erigida (era a zona mais alta, tendo a poente uma zona plana de onde se avistava o mar e a povoação se desenvolvido a nascente e a Sul) foi o que melhor serviu para em 1673 se vir a construir o Forte da Carrapateira, por D. Nuno da Cunha de Ataíde, Conde de Pontevel e Governador do Reino. Envolveu assim, esta fortaleza, o templo já existente. Nesta época após Restauração da Independência, reinados de D. Afonso VI e seu irmão, Regente e depois Rei de Portugal, D. Pedro II, infestavam os mares portugueses corsários marroquinos que desembarcavam nos ancoradouros marítimos mais favoráveis e desprovidos de defesa militar. Iniciavam então o assalto às povoações mais próximas. Carrapateira ergue-se entre duas praias de fácil desembarque: a Praia da Bordeira, a Norte e a Praia do Amado, a Sul. Dessas praias dirigiam-se ao casario e praticavam com violência o roubo e a destruição. Levavam ainda consigo jovens de ambos os sexos que eram vendidos como escravos nos mercados de Argel.
Aljezur e todo o concelho sofreram uma enorme destruição com o terramoto de 1755. Afastando-se dos escombros da vila, o Bispo D. Francisco Gomes de Avelar, projectou e fez construir o templo da Igreja Nova ou de Nossa Senhora da Alva (situado em frente ao Castelo, do outro lado da ribeira de Aljezur), com o propósito de encontrar um espaço plano e arejado, não apenas para a Igreja mas também para o novo aglomerado urbano que deveria nascer e que desde aí se passou a denominar de “Igreja Nova”.
Heráldica
Armas
Escudo de prata, com uma torre torreada mourisca de vermelho, aberta e iluminada de azul, sobre um terrado de negro cortado por três faixas ondadas, duas de prata e uma de verde. O torreado acompanhado em chefe por duas cabeças, uma de carnação branca coroada de ouro e outra de carnação negra com turbante de prata. Coroa mural de prata de quatro torres de prata. Listel branco com dizeres "VILA DE ALJEZUR" a negro.
Bandeira
De azul, cordões e borlas de prata e azul. Haste e lanças douradas.
Selo
Circular, tendo ao centro as peças das armas sem indicação dos esmaltes. Em volta, dentro de círculos concêntricos os dizeres "Câmara Municipal de Aljezur".
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