Arroios é uma freguesia portuguesa do concelho de Vila Real, de perfil semi-urbano, com 2,89 km² de área e 955 habitantes (2001). Das 30 freguesias do concelho, é a 28ª em área, a vigésima em população residente e a sexta em densidade populacional (330,4 hab/km²).
Arroios uma das freguesias periurbanas de Vila Real, coexistindo zonas rurais esparsas com zonas indistintamente integradas no contínuo urbano da cidade (Bairro de Vilalva, que confronta com a freguesia urbana de São Pedro). Situada a 5,2km da sede do concelho, num terreno em declive, um pouco argiloso e com pequenos afloramentos de granito, confronta com as freguesias de Constantim, Mouços, Mateus, São Pedro e Folhadela. Dela se avistam Vila Real, Mateus, Adoufe, Borbela, Lordelo, Vila Marim, Mondrões, e Torgueda. Tem por isso, uma situação geográfica privilegiada. O orago é São João Baptista cuja festa é celebrada no Domingo mais próximo de 24 de Junho. O terreno da freguesia é fértil, pelo que havia muitas quintas, prados, olivais, soutos e pomares.
Localidades
Além de Arroios, a freguesia inclui no seu território os seguintes lugares:
- Alto
- Couto (não confundir com a aldeia homónima da freguesia de Adoufe)
- Ribaboa
- Torneiros
- Vilalva
Toponímia
O topónimo da freguesia derivará do termo "arroio", sinónimo de regato, ou de "arroyos", planta medicinal de que trata o livro "Luz e Medicina".
História
Arroios recebeu foral de D. Afonso III (2 de Abril de 1258), juntamente com Vale de Nogueiras. Mais tarde esteve ligada à fundação de Vila Real, tendo D. Dinis ordenado a compra ou permuta de terrenos aí situados (Vilalva), que foram agregados ao termo da vila fundada em 1289. Incluía então no seu território lugares actualmente pertencente à freguesia de São Pedro: Bairro d’Além da Ponte de Santa Margarida, ou da Guia (passou para São Pedro em 1872), Araucária (passou para São Pedro em 1960).
A história de Arroios está intimamente ligada a Mateus, sendo freguesias meeiras, isto é, partilhando entre si alguns lugares: os fiéis iam à missa uma semana a São João de Arroios e na seguinte a São Martinho de Mateus.
Tal como todas as demais terras pertencentes aos Marqueses de Vila Real, Arroios passou em 1641 para a posse da Coroa, quando o Marquês e o seu herdeiro foram executados sob acusação de conjura contra D. João IV. Em 1654, passou a integrar o património da recém-criada Sereníssima Casa do Infantado, situação que se manteve até à extinção desta, aquando das reformas do Liberalismo.
Património
Igreja Matriz
A igreja de S. João Baptista de Arroios foi padroado do convento de Santo Eloy, da cidade do Porto, com título de vigararia. O Pároco era da apresentação do Convento dos Cónegos Regulares de S. João Evangelista, da cidade do Porto. O altar-mor, maneirista, está desprovido da excessiva decoração dos altares colaterais. Pintado de branco, sobressaem as duas altas colunas que delimitam o camarim, de larga e alta tribuna que resguarda o trono. Nos intercolúnios estão as imagens de São João Baptista, São José, Santa Inês e São Sebastião. Os altares de Nossa Senhora do Rosário e do Senhor Jesus ambos com profusa talha dourada mostram as colunas decoradas com efígies de anjos. O do lado direito, dedicado a Jesus crucificado, simboliza o Calvário. A imagem de Jesus antecede uma pintura, representando Nossa Senhora e São João Evangelista. Aos pés da cruz, está a imagem “de roca”, séc. XVIII, de N.ª Senhora das Dores. Do lado direito do templo encontra-se, ainda, o altar em honra do Sagrado Coração de Jesus. O orago é S. João Baptista, “em cujo dia vinha aqui a Câmara de Vila Real, com a sua bandeira, assistir à missa que a Câmara mandava dizer”. De facto, existia a tradição de uma vez por ano, a edilidade da Câmara Municipal de Vila Real, ir assistir a uma missa que ali se realizava. Terminada a cerimónia religiosa, os vereadores reuniam-se algures e realizavam uma festa de confraternização. Esta Igreja era também um lugar (ainda o é) onde se realizavam muitos casamentos de pessoas residentes em Vila Real, que decerto a escolhiam pelo nimbo espiritual que dela desprendia. Ao lado da Igreja Matriz encontra-se uma casa senhorial, arruinada.
Capela Staª Sofia
Mais a montante da Igreja Paroquial, encontramos a Capela Staª Sofia na qual se celebra a missa de dia 1 de Novembro em homenagem à mártir Stª Eufémia. Capela de características simples, do seu espaço envolvente pode-se avistar o Palácio de Mateus, grande parte de Vila Real e as Serras do Marrão e Alvão.
Capela de Arroios
É uma Capela de linhas elegantes e sóbrias. Foi pertença, por listamento de 2 de Julho de 1797 a D. Josefa Joaquina de Menezes e Silva. Após a sua morte foi vendida ao Dr. António Rebello de Matos e Rocha. Neste período a casa de Mateus intentou demanda para entrar na posse do Morgado de Arroios (instituído em 1691 pelo Dr. Cristóvão Álvares Coelho e seu irmão Reved. Padre António Álvares Coelho). Mais tarde a capela foi herdada pela Condessa de Margarida e seu irmão D. João Rebello Cardoso de Menezes, arcebispo de Lorissa e Bispo Auxiliar de Lamego. Pelos seus descendentes foi doada à Junta de Freguesia de Arroios em 9 de Março de 1998, e é considerada Monumento Nacional pelo IPPAR desde 27 de Novembro de 1993. É uma capela de estilo Barroco (século XVIII, da escola de Nicolau Nasoni).
Recentemente foi criada a Associação Liga dos Amigos da Capela de Arroios, com personalidade jurídica e que tem precisamente como objectivos o estudo, a valorização e a divulgação do património da Capela de Arroios.
Estalagem Quinta do Paço
A Estalagem Quinta do Paço está situada num dos cumes de maior beleza da Freguesia de Arroios. Esta unidade funciona numa casa senhorial do séc. XVIII totalmente recuperada, preservada e transformada. A sua localização permite que, sem necessidade de grandes deslocações se possa desfrutar de alguns dos lugares mais agradáveis da região. Por exemplo, o Parque Natural do Alvão, as Fisgas de Ermelo, o Palácio de Mateus, o Santuário de Panóias, entre outros. Na Capela da Estalagem é frequente a realização de casamentos e baptizados.
Quinta do Sobreiro
Conhecida pela Quinta do Sobreiro, no lugar de Torneiros, é composta por um conjunto arquitectónico formado por uma casa de habitação, uma capela que servia de retiro espiritual aos Senhores da Quinta, um pelourinho e umas alminhas em azulejo pintado invocando Nossa Senhora do Carmo. De referir ainda uma outra alminha, o mesmo acontecendo em Arroios, perto da Igreja Matriz.
Via Medieval e Ponte de Torneiros
Salienta-se ainda a ponte e a calçada Romanas, no lugar de Torneiros, que poderia, em tempos, ter sido um elo de ligação ao Santuário Rupestre de Panóias.
Capela de Torneiros
Passando através de pinhais, vinhas, olivais e hortas, com as serras do Marão e do Alvão à vista chega-se ao lugar dos Torneiros, onde se encontra a capela de Nosso Senhor dos Aflitos. Foi construída recentemente em terreno doado pelo Tenente Coronel Lobato Sousa e é de estrutura arquitectónica muito simples.
Nichos
A freguesia possui dois nichos de Nossa Senhora de Fátima, um em Arroios e outro no Couto
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