Árvore

Árvore
Vila do Conde



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Árvore é uma freguesia portuguesa do concelho de Vila do Conde, com 6,26 km² de área e 4.261 habitantes (2001). Densidade: 680,7 hab/km².

A freguesia de Árvore dista cerca de 6 Km da sede do concelho. Está situada entre as freguesias de Azurara e Retorta, que a limitam pelo Norte, a Sul pelas de Mindelo e Fajozes, a Este pela freguesia de Macieira da Maia e a Oeste pelo Oceano Atlântico.

A sua situação à beira mar proporciona-lhe um clima tipicamente litoral, característico pelos seus Invernos húmidos e pelo Verões bastante quentes. A nível orográfico, Árvore caracteriza-se por pequenas elevações de terreno e zonas mais planas junto à costa marítima.

Toponímia

Para a justificação do topónimo "Árvore" existem diferentes versões; assim, segundo a tradição, a imagem de Cristo Nosso Senhor Salvador do Mundo apareceu numa árvore muito antiga que ainda se conserva numa Quinta da ilustre família dos Monteiros e Meirelles, pelo que daí lhe adveio a designação. No entanto, existe uma outra versão que afirma que o topónimo se deve à existência de uma grande árvore no local onde se fundou a primitiva Igreja Paroquial. Existe mesmo um documento de 1733, que consta de um requerimento ao Piloto Mor de Azurara para cortar um grande sobreiro, cujas ramagens ocultavam o campanário da igreja.

História

Durante séculos, Árvore, como vila de Pindelo, confinava com o Rio Ave pelo lado de Azurara, espraiando-se por uma larga faixa de costa marítima da boca do Rio até Mindelo, daí a chamar-se Pindelo de Jusão, como consta nos documentos antigos. Deste modo, e para se conhecer a história de Árvore, é necessário começar nas suas origens, ou seja, na história de Pindelo. A proximidade de castros e a referência, em alguns documentos antigos, a construções dolménicas, parecem confirmar que o actual território de Árvore era já habitado nas épocas pré-romanas. Os mais antigos documentos que referem esta povoação são diplomas de compra e venda de propriedades, que remontam ao século XI. Nesta época, Pindelo englobava as "vilas" de Árvore, Azurara, Lente, Pindelo, Quintã e Vilarinho. Actualmente, Pindelo é um simples lugar de Árvore.

A "vila" de Árvore tinha 85 casais povoados e 40 despovoados; dos povoados, alguns pertenciam inicialmente a particulares, porém, posteriormente, grande parte encontrava-se na posse dos cenóbios de Vairão e Moreira; nesta época, os foros eram pagos na íntegra ao rei. Pindelo era uma importante vila marítima e D. Sancho deu-lhe uma carta que parece ter impulsionado o seu desenvolvimento marítimo.

Em 1258, São Salvador de Pindelo era uma notável povoação, rica na agricultura, na pesca e no comércio marítimo; notável pelo interesse régio, pela isenção de cavaleiros, pelos coutos e honras, pelos cenóbios e ordens religiosas, assim continuou até ao seu auge que culminou com o julgado de Zurara e Pindelo, que apenas terminou com o desmembramento em duas freguesias e com a alteração do topónimo de Pindelo para Árvore, mantendo o mesmo orago.

A paróquia de São Salvador de Pindelo era regalenga, no entanto, D. Sancho doou-a ao bispo de Osma, D. Mendo. Por desconhecimento ou desprezo pela anterior doação, D. Afonso II faz uma doação à Mitra do Porto, na pessoa de D. Martinho Rodrigues, e sua Mesa Capitular, de todos os direitos da igreja de Pindelo, com a confirmação do Papa Honório III. Estas doações acabaram por se contrapor, gerando-se uma contenda entre os bispos que só terminou em 1219, com uma composição de D. Estêvão Soares da Silva, Arcebispo de Braga e Deão Mestre Escola de Braga. Assim, foi decidido que a igreja de Pindelo ficaria para o bispo de Osma até à sua morte, altura em que passaria ao bispo do Porto. Estas rivalidades eram justificadas pelas elevadas rendas em questão.

Já no reinado de D. Dinis, este monarca faz uma doação das terras de Pindelo a seu filho bastardo D. Afonso Sanches; as terras ficaram para os descendentes deste, e à morte de seu filho, João Afonso de Albuquerque, Pindelo passou à tia e testamenteira deste, D. Maria de Vila Lobos. Em 1367, quando D. Fernando ordenou a restituição do bens que entretanto haviam sido confiscados por D. Pedro, D. Maria de Vila Lobos transferiu-os para o Convento de Santa Clara de Vila do Conde.

Na chancelaria de D. Fernando existe uma carta régia de 12 de Agosto de 1382 que confirma o Senhor de Faria (neto por bastardia de D. Afonso Sanches) a doação que havia sido feita aos seus antepassados. No entanto, anteriormente, D. Pedro havia não só confiscado estes bens, como ainda os doou, juntamente com o julgado da Maia, a seu filho bastardo D. Dinis, filho de D. Inês de Castro, em 1360. No reinado de D. João I, o Senhor de Faria, D. Gonçalo Telles de Meneses, vê os seus bens serem novamente confiscados à Casa de Faria, pelo monarca que doa a Gonçalo Nunes de Faria os termos, rendas e direitos e, um ano depois, o mesmo monarca faz a doação da jurisdição das terras de Zurara e Pindelo à cidade do Porto. Foi esta dupla doação que separou definitivamente o senhorio, pertencente a Gonçalo Nunes de Faria, da jurisdição, pertencente à cidade do Porto que a conservou até à revolução de 1820. Com a morte sem varonia de Gonçalo Nunes de Faria, o senhorio passou à coroa, permitindo assim que D. João I, por carta régia e 1429, com a confirmação de D. Afonso V de 1450, doasse o senhorio de Zurara e Pindelo a D. Beatriz de Menezes, neta da Condessa D. Maria de Albuquerque, viúva do Senhor de Faria, voltando assim o senhorio de Zurara e Pindelo à Casa de Faria.

Em 1457, sob a égide de D. Afonso V, Pindelo é dividida em duas freguesias. D. Álvaro, bispo de Silves, deu a sentença canónica de separação que resultou no desmembramento da antiga paróquia e no aparecimento das duas novas; São Salvador de Árvore e Santa Maria a Nova de Azurara. A partir desta data, Pindelo passou a ser um mero lugar da nova paróquia de São Salvador de Árvore. Em 1493, a paróquia de São Salvador de Árvore foi unida in solidum et in perpetuum à Mesa Capitular da Sé do Porto que colocava assim o vigário na Igreja Paroquial de Árvore, que por sua vez nomeava anualmente um cura para Azurara. Apesar da separação, os habitantes de Azurara continuavam obrigados às obras da igreja de Árvore, gerando-se desta forma alguns litígios entre os as populações dos dois lugares. Inicialmente, o vigário de Árvore, que era apresentado pela Mesa Capitular do Porto, apresentava o cura de Azurara, no entanto, e como a nova freguesia de Azurara depressa se emancipou e tornou bastante proveitosa, a Mesa Capitular do Bispado do Porto inverteu a situação e passou a apresentar o vigário de Azurara, em 1550, sendo este que apresentava o cura em Árvore.

Administrativamente, e até ao advento do liberalismo, Árvore manteve-se na antiga Terra da Maia, porém, com a reforma administrativa de Mouzinho da Silveira em 1836, foi integrada no concelho de Vila do Conde.

Heráldica

Brasão

Escudo de negro, árvore arrancada de ouro, folhada de prata, entre um mundo crucífero de ouro, realçado de negro e uma espiga de milho de ouro, folhada de prata; campanha ondada de prata e verde de cinco peças. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: "ÁRVORE".

Bandeira

Amarela. Cordão e borlas de ouro e negro. Haste e lança de ouro.
Selo - [clike para ampliar]

Selo

Nos termos da Lei, com a legenda: "Junta de Freguesia de Árvore - Vila do Conde".

Economia

Agricultura, pecuária, indústria e comércio.

Património

  • Alminhas
  • Capela da Senhora da Boa Nova
  • Capela Nossa Senhora de Fátima - Areia
  • Cruzeiro - Areia
  • Cruzeiro - Loureiro
  • Cruzeiro do Adro da Igreja
  • Cruzeiro- Pindelo
  • Escola Primária de Loureiro
  • Escola Primária Santos Azevedo
  • Igreja Paroquial
  • Largo do Outeiro
  • Lavadouro Público - Areia
  • Lavadouro Público - Outeiro
  • Residência Paroquial

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