Bertiandos é uma freguesia portuguesa do concelho de Ponte de Lima, com 2,26 km² de área e 392 habitantes (2001). Densidade: 173,5 hab/km².
A cerca de três quilómetros da sede do concelho, na margem direita do rio Lima que lhe oferece uma excelente praia fluvial, estendendo-se por cerca de 326 ha, a maior parte na Zona Protegida (Lagoa de Bertiandos), Bertiandos distingue-se pela riqueza e harmonia paisagística dos seus sítios - muito marcados pela sua ligação ao rio Lima, e por um considerável acervo monumental. os seus limites estão estabelecido pelas seguintes freguesias: Sá, a norte, Santa Comba, a nascente, Correlhã (na outra margem do rio Lima), a sul e Arcos a poente.
História
O Solar de Bertiandos, uma das construções senhoriais mais notáveis do Minho, é constituído por dois imóveis setecentistas, diferentes entre si, um de cada lado de uma torre do século XVI (alinhada um pouco atrás). A fundação do solar remonta ao século XV e à família dos Pereiras. Em 1566, a viúva de D. Lopo Pereira, D. Inês Pinto, a quem se deve a construção da torre, instituiu no solar dois vínculos independentes: um, no corpo oriental do palácio de então, destinado ao filho mais velho; o outro, no corpo ocidental e na torre, entregue ao filho segundo. Os dois irmãos vieram depois a zangar-se, e durante mais de dois séculos os seus descendentes viveram sem contactos, realizando obras, como entenderam, nas partes respectivas do palácio.
Em 1792 as famílias desavindas das duas casas fizeram as pazes e uniram-se através de um casamento. A entrada principal passou a ser a escadaria do edifício de nascente, escadaria que se apoia numa arcada e se encosta a uma parede do torreão ocidental. Nesse mesmo torreão desperta curiosidade, numa das janelas do seu terceiro piso, a armação furada de seteiras posta no século XIX para defesa de eventuais salteadores.
Esta região constituiu até ao liberalismo, juntamente com as freguesias de Estorãos e Santa Comba, o couto de Bertiandos. Tinha, de acordo com o censo de 1801, 985 habitantes em 21 km². Até à integração no concelho de Ponte de Lima, foi vila e sede de concelho.
Ainda a respeito da história da freguesia, no Inventário Colectivo dos registos Paroquiais Vol. 2 Norte Arquivos Nacionais /Torre do Tombo pode ler-se textualmente:
"Em 1258, na lista das igrejas situadas ao norte do rio Lima, elaborada por ocasião das Inquirições de D. Afonso III, Bertiandos aparece, como sendo uma das igrejas subordinadas ao bispado de Tui. No catálogo das mesmas igrejas, mandado organizar pelo rei D. Dinis, São Salvador de Bertiandos foi taxada em 80 libras. Em 1444, a comarca eclesiástica de Valença, situada entre os rios Lima e Minho, foi desmembrada do bispado de Tui, passando este território a pertencer ao bispado de Ceuta, até 1512. Neste ano, o arcebispo de Braga. D. Diogo de Sousa, deu ao bispo de Ceuta, D. Henrique, a comarca eclesiástica de Olivença, recebendo em troca a de Valença do Minho. Em 1513, o papa Leão X aprovou a permuta. No Censnal de D. Diogo de Sousa (1514- 1532), em que se apresenta o rendimento dos 140 benefícios eclesiásticos da comarca de Valença para o arcebispado de Braga, Bertiandos rendia 39 réis e 20 alqueires de pão meado. Em 1546, no registo da avaliação de D. Manuel de Sousa, foi avaliada em 30 mil réis. Na cópia de 1580 do Censual de D. Frei Baltasar Limpo, refere-se que São Salvador de Bertiandos era da apresentação do arcebispo e de padroeiros leigos. Segundo Américo Costa, era abadia da apresentação alternada dos dois morgados, que eram ramos da Casa de Bertiandos."
Heráldica
Brasão
Escudo de azul, duas cruzes flor-de-lisadas de prata, cheias de vermelho e um globo crucífero de ouro, realçado de negro; campanha diminuta de prata, aguada de azul. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: "BERTIANDOS".
Bandeira
De amarelo, cordões e borlas de ouro e azul. Haste e lança de ouro.
Selo
Nos termos da Lei, com a legenda: "Junta de Freguesia de Bertiandos - Ponte de Lima".
Património
Edificado
Natural
Paisagem Protegida das Lagoas de Bertiandos e São Pedro de Arcos
Esta paisagem protegida, classificada como tal em Dezembro de 2000, é constituída por zonas húmidas, bosquetes florestais de vegetação natural, diversas espécies vegetais raras ou em vias de extinção, pastagens e áreas agrícolas. As características do local tornam-na um habitat particular para várias espécies de fauna. Abrange uma área de 350 hectares entre o rio Lima e as serras de Arga e Cabração. As lagoas ficam situadas nas margens do rio Estorão.
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