Brandoa é uma freguesia da Amadora, com uma área de 2,39 km² e 15.647 habitantes. Densidade populacional de: 6.546,9 hab/km².
História
Origem
As primeiras referências que existem sobre este local datam de 1575. Nos arredores de Lisboa havia uma quinta de nome Brandoa. O nome da quinta teve origem nos seus proprietários – Dr. Jerónimo Vaz Brandão e mais tarde a sua filha Maria Brandoa. Brandoa é uma palavra de origem céltica, que advém do nome feminino, cuja forma mais antiga, tem como terminação o ditongo nasal ão que passa a ao, exemplo: Brandão / Brandoa.
A quinta pertenceu sucessivamente a várias famílias, estando no final da década de 50 (1958/1959) na posse da família Freitas que, devido a problemas financeiros, hipotecam a quinta por 800 contos. Data também dessa altura o início do loteamento ilegal
Em meados de 1960 dá-se início ao processo de construção clandestina. Este processo está directamente relacionado com o surto emigratório das populações do campo para a cidade, o que veio provocar uma falta de resposta da grande cidade ao problema da habitação.
Desenvolvimento clandestino
A Brandoa era uma zona de fácil acesso, pois encontrava-se na periferia da cidade e nos limites do Concelho de Oeiras, local pouco vigiado pelos fiscais camarários. A primeira fase de construção foi na vertente da Paiã, sendo os construtores, na maioria operários da construção civil, os próprios habitantes dos prédios.
Em 1961 a Câmara Municipal de Oeiras publica vários anúncios nos jornais e editais, alertando para o facto de toda a construção na zona da Brandoa ser clandestina e se encontrar por isso sujeita a demolição.
Mas estes avisos não evitaram a proliferação dos prédios. Em 1962 devido ao número de prédios já edificados (360) a Câmara propõe, pela primeira vez, a urbanização desta área. Mas a resolução do problema tarda em chegar. Em 1969 verifica-se o desmoronamento de um prédio de 6 andares. A partir desta data a Brandoa é o centro das atenções das entidades públicas e órgãos de comunicação social nacionais e estrangeiros. As entidades camarárias e governamentais são então chamadas a “responder“ pelo desenvolvimento de um bairro clandestino com as dimensões da Brandoa. A Câmara manda embargar todos os prédios em construção. A Brandoa passa então a ser denominada o “maior bairro clandestino da Europa”.
Em 1971 já existe no Bairro uma Comissão de Moradores que reivindica alguns melhoramentos, como é o caso da água, electricidade, saneamento básico e asfaltamento das vias de comunicação. No ano seguinte iniciam-se algumas obras de saneamento básico.
Em 1973 é constituído o Gabinete do Plano da Brandoa, que faz o levantamento do cadastro da propriedade e que classifica os edifícios com o objectivo de efectuar obras de melhoramentos. O trabalho deste Gabinete nunca chegou a ser concluído. E as condições de vida da população residente não sofreram alterações significativas. É também a partir deste período que o Movimento Associativo começa a desenvolver-se nas suas variadas componentes (social, cultural e desportiva).
Em 1979 é criado o Município da Amadora e no ano seguinte em 22 de Fevereiro, toma posse a primeira Junta de Freguesia da Brandoa.
Final do século XX
É a partir da década de 80 que se começam a fazer sentir as melhorias nas condições de vida da população residente. São criadas infra-estruturas básicas e equipamentos sociais como creches, escolas, parques infantis, centro de apoio à população idosa, constroem-se e mantêm-se espaços verdes. Inicia-se o processo de urbanização e legalização dos prédios. A nova construção obedece já a regras de planeamento urbanístico, devidamente legalizados.
A pouco e pouco, a Brandoa começa a transformar-se, quer no seu aspecto físico, quer ao nível da população residente. As necessidades agora são outras e a Junta de Freguesia tem tentado responder aos anseios da população, dinamizando e apoiando uma série de actividades no âmbito cultural, recreativo e desportivo, possibilitando à população residente uma melhor qualidade de vida e tentando que esta Freguesia não seja apenas um dormitório da grande cidade.
Em 1997 procedeu-se à divisão administrativa da Freguesia dando origem à nova Freguesia de Alfornelos, vem transformar a realidade física e social da Brandoa, que passou a ser constituída apenas pelo Bairro da Brandoa, Casal e Rua de Alfornelos.
Século XXI
No ano 2002, na Brandoa esteve a funcionar o espaço de internet e serviços, espaços verdes ou públicos urbanos, equipamentos para a terceira idade, o Parque Urbano da Paiã, ligações rodoviárias e ligações ao nível da rede viária entre o troço da Brandoa - Falagueira e o Casal da Mira são algumas das ocupações já definidas neste Programa.
Em 2004 com a construção do Bairro da Urbanização do Casal da Mira deu-se início à expansão da zona norte da Freguesia onde irá nascer uma grande zona comercial e habitação.
No ano 2005 foi acabado o projecto de construção o Jardim Luís de Camões. financiado pelo projecto da União Europeia, entretanto do ano 2006 o projecto deixou de receber o apoio e espaço foi fechado. Como alternativa a câmara sugeriu um espaço municipal que fica perto da estação ferroviária da Amadora. Em 2002 com a aprovação do PROQUAL (Programa Integrado de Qualificação das Áreas Suburbanas da Área Metropolitana de Lisboa) para a Brandoa, está a proceder-se à requalificação sócio-urbanística. Deste modo, prevê-se a criação de um Centro de Juventude, um Centro Cívico que terá um Centro de Dia e Centro de Convívio e Lazer. Neste equipamento, vamos instalar associações da Brandoa, um Pavilhão Polidesportivo e criar o Jardim Luís de Camões e zonas envolventes, um novo Mercado, uma nova escola que integrará creche, jardim de infância, ATL e 1º Ciclo do Ensino Básico, um centro de escritórios
É porventura um dos Bairros mais conhecidos do nosso território nacional, mas também um dos mais místicos e amado por quem lá habita.
Personalidades
O ex. Secretário de Estado do Tesouro e Finanças, Dr. Carlos Pina, nasceu, foi criado e morou neste bairro a maior parte da sua vida, filho de pequeno comerciante estabelecido nesta terra desde o seu início.
Heráldica
Brasão
Escudo de verde, asna de prata (crescimento da Brandoa) carregada de sete bilhetas de vermelho (bairros da freguesia), acompanhada em chefe de um pé romãzeira de prata, com oito romãs rachadas de vermelho (elemento heráldico do brasão de armas da Amadora, representando as romãs, as freguesias do município (hoje já são onze)) e, em ponta, de uma cotovia de prata com um ramo de sua cor no bico (construção na Brandoa). Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro, em maiúsculas: BRANDOA
Cores
A prata simboliza a pureza e honestidade; o vermelho simboliza a coragem e bravura; o verde simboliza a esperança e aspiração.
Bandeira
Branca, cordão e borlas de prata e verde. Haste e lança de ouro.
Ligações externas
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Carlos Pereira