Cabanas de Viriato

Cabanas de Viriato
Carregal do Sal



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Cabanas de Viriato é uma freguesia portuguesa do concelho de Carregal do Sal, com 21,94 km² de área e 1.698 habitantes (2001). Densidade: 77,4 hab/km².

Uma das mais típicas vilas do país, esta povoação reclama para si a natalidade de Viriato, chefe dos Lusitanos que, ao que se diz, aqui se abrigou das agruras da Serra da Estrela e das perseguições dos romanos. Na povoação são visíveis vestígios de velhas casas solarengas, mas a que desperta mais curiosidade é a habitação onde viveu Aristides de Sousa Mendes, herói dos tempos do holocausto, nascido e falecido nesta localidade.

Localidades

Esta freguesia é constituída por um conjunto de vários núcleos ou pequenos povos. Nos últimos anos surgiram novos arruamentos e urbanizações, tornando assim notório o seu real desenvolvimento.

  • Aido
  • Casaínhos
  • Cerca
  • Cerejeirinha
  • Fundo de Vila
  • Laceiras
  • Outeiro de Baixo
  • Outeiro de Cima
  • Pedrógão

História

É uma povoação muito antiga, que pertenceu ao extinto concelho de Oliveira do Conde. Apesar de não se conhecer muito sobre a sua história antiga, existem documentos que a ela fazem referência no ano de 1289. São Cristóvão é, desde longa data, o padroeiro da Paróquia. Sabe-se que da Igreja de São Cristóvão de Cabanas tomou posse, em 1524, D. Luís da Silveira, 1º Conde de Sortelha, e D. Diogo da Silveira, seu filho, 2º Conde, em 1558. Em 1649 tomou posse das rendas e padroado de Cabanas o 2º Conde de Figueiró, D. Pedro de Lancastre, em nome de seu filho D. José Luís de Lancastre, por morte da mãe.

Festas e romarias

Como todo o concelho em geral, Cabanas é terra de gente alegre e foliona, sendo de realçar o seu animado e concorrido Carnaval de velhas tradições, cartaz genuíno e muito conhecido pela sua «Dança Grande» ou «Dança dos Cus».

Património

Cabanas tem dois cruzeiros com interesse e várias sepulturas pré-romanas abertas nos rochedos, sendo de assinalar num só local, a Soila, quatro sepulturas juntas e outra a escassos metros. Constitui motivo de interesse a conhecida Lapa da Moura, que é formada por um penedo sobre o outro, prodigiosamente equilibrado, dando a ideia de cavalete ou bigorna.

Tem Cabanas um imponente monumento a Cristo-Rei, que foi trazido da Bélgica, em blocos, pelo então cônsul de Portugal naquele país, Dr. Aristides de Sousa Mendes do Amaral e Abranches, homem de rara sensibilidade artística, bem vincada na sua antiga moradia e quinta de São Cristóvão, onde hoje, em local urbanizado e aprazível, constituindo um belo miradouro, foi implantado o referido monumento.

A atestar de Cabanas, o seu passado distante, ainda hoje se pode examinar o antigo casario de alguns dos seus povos e várias casas solarengas ou abrasonadas, como a que foi, e hoje reconstruída, do famigerado Administrador do Concelho (1850-1855) António Soares de Albergaria, com capela privativa, a Casa Alarcão, também com capela privativa, restaurada há poucos anos, a casa dos Viscondes de Midões, Ribeiros Abranches, Senhores da Várzea, restaurada, restando da traça antiga a cozinha com sua imponente chaminé, estilo Renascença, artisticamente lavrada e com a bonita capela devotada a Santa Eufémia, tendo na fachada o brasão dos Viscondes e hoje pertença de um particular, a casa dos Bernardes de Miranda, tipo abrasonado, com a capela do Casa, datada de 1726, a casa com brasão dos Silvérios Lobo, com interessante e antiga Capela da Senhora do Amparo, que foi do Morgado de Fróis, havendo ainda pela sua vetustez (construção do século XVI) a casa dos Teles do vale e a bonita vivenda dos Teixeiras de Abreu.

Personalidades

  • Aristides de Sousa Mendes, o famoso diplomata português, cônsul em Bordéus em 1940, que salvou a vida a dezenas de milhar de pessoas é sem dúvida uma das figuras mais dignas que nasceram em Cabanas de Viriato. O Dr. Aristides de Sousa Mendes do Amaral e Abranches, desobedecendo por razões de consciência às ordens do governo de Salazar, em 1940, concedeu vistos a milhares de Judeus que fugiram da França, para escaparem às perseguições nazis, salvando-os assim do holocausto, o que lhe valeu a expulsão da carreira diplomática e a impossibilidade de exercer a advocacia, caindo gradualmente na miséria.

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