Calheta de Nesquim é uma freguesia portuguesa do concelho de Lajes do Pico, com 15,85 km² de área e 417 habitantes (2001). Densidade: 26,3 hab/km².
A freguesia foi o primeiro centro de baleação na ilha do Pico. Hoje é ainda possível visitar as casas dos botes baleeiros e a vigia. A igreja da freguesia apresenta influências do estilo barroco. Na freguesia existem as zonas balneares da Poça das Mujas e da Feteira de Baixo.
“Calheta de Nesquim é uma das pérolas mais preciosas que encastoa o colar do Pico. Ali, a vista salta de lado para lado, tentando uma captação total do feitiço dimanante, numa freima de memoriar tanta graça, tanta ternura, tanta fulgurância. E que da-se, apática e ofuscada, no “Terreiro da Preguiça” a olhar, a reter, como se ali fora o Monte Tabor, como se ali a luz tivesse uma luminosidade mais intensa, uma antecipação beatífica. Calheta de Nesquim, local onde se consubstanciou o ideal do belo, que se procura, tantas vezes, baldadamente…E onde se sente o evolar e o repercutir, em ar de mistério, da cantiga sigela, mas apaixonada.”1
História
Cão Nesquim
No século XVI, numa tempestuosa e escura noite, um barco à deriva, vindo do Brasil, carregado de madeira, naufragou na costa sul do Pico. Dos náufragos, três conseguiram salvar-se guiados pelo cão de bordo de nome Nesquim que guiou os três homens com os seus latidos para uma calheta (pequena enseada de entrada apertada). Esta, devido ao nome do cão, ficou a chamar-se “Calheta de Nesquim”. Chamavam-se os três homens João Redondo ou Rodolfo, João Valim e o capitão do veleiro Diogo Vaz Dourado. Diz-se que João Valim se fixou na Ribeira do Meio, João Redondo na Madalena e Diogo Vaz Dourado no lugar que mais tarde se chamou Foros. Junto à costa existe um morro bem alto denominado “Morricão” e será este o morro onde o Nesquim terá saltado para terra salvando assim os três náufragos.
Heráldica
Brasão
Em chefe um cão de negro, realçado de prata. Representa o topónimo "Calheta de Nesquim", cujo segundo elemento toponímico é justificado pela tradição popular. Dois alviões típicos da Ilha do Pico na cor vermelha. Representam a actividade agro-pecuária. Campanha de quatro burelas onduladas de verde e prata, tendo brocante um cachalote de negro, animado e realçado de prata. Representam a longa experiência marítima dos calhetenses, que foi sempre um factor determinante no crescimento económico da freguesia. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: "CALHETA DE NESQUIM"
Bandeira
Vermelha. Cordão e borlas de ouro e vermelho. Haste e lança de ouro.
Selo
Nos termos da Lei, com a legenda: "Junta de Freguesia da Calheta de Nesquim - Lajes do Pico"
Personalidades
- Capitão Anselmo (impulsionador da caça à baleia e o primeiro a oficializá-la na ilha do Pico
- Júlio Carias (considerado por muitos como um médico pela forma como tratava muitos doentes na freguesia)
- João Flores (artesão de osso e dente de baleia)
- Manuel Serafim (deu formação musical, durante largos anos aos jovens da freguesia para serem integrados na filarmónica)
- Dias de Melo, escritor (muitos dos seus livros narram a história da baleação)
Fotografias
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