Caminha é uma vila portuguesa no Distrito de Viana do Castelo, região Norte e sub-região Minho-Lima, com cerca de 2.500 habitantes.
É sede de um município com 129,66 km² de área e 16.839 habitantes (2006), subdividido em 20 freguesias. O município é limitado a nordeste pelo município de Vila Nova de Cerveira, a sudeste por Ponte de Lima, a sul por Viana do Castelo, a norte pela Espanha e a oeste pelo Oceano Atlântico.
A foz do rio Minho situa-se em Caminha, fazendo este rio parte integrante da paisagem da vila. Para atravessá-lo rumo à vizinha Galiza, existe um terminal fluvial de barcos, que transportam não só passageiros, mas também automóveis.
Freguesias
- Âncora
- Arga de Baixo
- Arga de Cima
- Arga de São João
- Argela
- Azevedo
- Caminha (freguesia) (ou Caminha-Matriz)
- Cristelo
- Dem
- Gondar
- Lanhelas
- Moledo
- Orbacém
- Riba de Âncora
- Seixas
- Venade
- Vila Praia de Âncora
- Vilar de Mouros
- Vilarelho
- Vile
História
Caminha é uma povoação antiquíssima. Nas imediações existem ainda vestígios de civilizações atribuídas a épocas proto e pré-históricas, como mamoas, dólmen e castros. De resto, toda a região do Noroeste da Península, e muito especialmente a bacia do Minho, ostenta várias edificações do período Megalítico. Mas a cultura dominante e que mais vestígios deixou nesta zona foi, sem dúvida, a Castreja. As casas, quase todas do tipo redondo ou ovalado, denunciam marcas da cultura pré-céltica.
Na organização paroquial suévia do século V aparecem os topónimos "Camenae" ou "Camina". Quase todas as freguesias do concelho, mercê da sua situação geográfica, terão sido pontos fundamentais ao controlo do comércio dos metais que tinham de percorrer as águas do Rio Minho. O perímetro e a configuração oval da antiga muralha obedecem às características de construção das fortalezas romanas dos séculos IV e V. Mas do período da romanização ficaram ainda pontes, caminhos e outros monumentos.
Em 1060 I. Magno de Leão designa Caminha como sede de um condado que denominou "Caput Mini" e cerca de meio século depois, Edereci localiza "um forte castelo em ilha a montante da foz do Minho" e outro "acima do precedente em terra firme e eminente". Isto mesmo se crê conformado nas Inquisitiones: "na colação de Sta. Maria de Caminha, em Vilarélio, se situa o velho castelo de Caminha" subordinado durante séculos à Sé de Tui. Somente a partir dos começos do século XVIII apareceram, nas chancelarias portuguesas, documentos de desafectação respeitantes a Caminha e povoações ribeirinhas do Minho, alguns do reinado de D. Afonso III, com notícias da edificação de mais uma torre (a do Sol), com sua porta.
Pela situação geográfica, Caminha era um ponto avançado na estratégia militar portuguesa na luta contra castelhanos e leoneses. D. Dinis mandou aumentar as muralhas e construir mais duas torres, elevando para treze o seu número (dez torres e três portas - a do Sol, a Nova e do Marques). A 24 de Julho de 1284, outorgou aos habitantes do concelho a primeira Carta Foral.
Em 1321, criado o concelho vizinho de Cerveira, foram incluídas neste algumas freguesias de Caminha. A vila conservou-se sempre na posse da Coroa até que, em 1 de Junho de 1371, D. Fernando criou o Condado de Caminha, fazendo seu primeiro conde D. Álvaro Pires de Castro. D. João I doou-a, em 1390, a Fernão Martins Coutinho, concedendo-lhe também o privilégio de "povo franco". Esta medida desenvolveu extraordinariamente a vida marítima e o comércio locais, permitindo também o início da construção da majestosa Igreja Matriz, em 1428. A vila é nessa altura terra prometedora. Do seu porto partem barcos para diversas partes da Europa.
A 20 de Julho de 1464, D. Afonso V fez senhor de Caminha a D. Henrique de Meneses, da Casa de Vila Real, nesta se conservando até 14 de Maio de 1641. Nesse ano e após conspiração contra o Rei Restaurador entrou na posse da Casa do Infantado até à sua extinção (1834). D. Manuel concedeu a Caminha novo foral em 1 de Julho de 1512 e ordenou a reconstrução do Forte da Ínsua, que visitou na sua ida para Compostela. Durante e depois do período da Restauração foi criada em Caminha uma alcaidaria-mor, nomeando-se para ela, por mercê régia de 7 de Março de 1643, o 4º morgado de Barbeita, Rodrigo Pereira de Sotomaior. Foi durante o governo deste e de seus filhos, Gonçalo Afonso de Sotomaior e Bento Pereira da Silva (2º e 3º alcaides-mor) que se executaram todas as obras de defesa exteriores da Caminha, iniciadas em 1642 e terminadas em 1685.
Durante a 2ª Invasão francesa, em Fevereiro de 1809, Caminha foi atacada pelas tropas do Marechal Soult. A ajuda do povo às poucas tropas do tenente-coronel Champalimaud, impediu os franceses de entrar em Caminha. Uma defesa que constitui uma página brilhante de estratégia militar.
Geminação
Caminha e a vila francesa de Pontault-Combault têm a geminação mais antiga do país, uma geminação que perdura há mais de 30 anos. Estas duas localidades assinaram o Protocolo da Amizade em 1978, em França, sob a égide da "Federação Mundial das Cidades Geminadas - Cidades Unidas", que promove os laços de amizade entre os dois países, em especial entre as populações das duas vilas. A geminação tem como objectivo o desenvolvimento das relações de âmbito cultural, turístico, social e económico.
A 8 de Junho de 2003, no 25º aniversário, foi efectivamente assinado um verdadeiro protocolo de geminação entre as duas Câmaras Municipais. Um documento que veio renovar e reforçar a relação entre as duas localidades, no sentido de tornar mais dinâmicas as diversas acções conjuntas. Esta nova era da geminação entre Caminha e Pontault-Combault sentou à mesma mesa responsáveis das duas autarquias a fim de concertar ideias e projectos para o intercâmbio social, cultural, desportivo e artístico, a fim de estabelecer um contacto mais estreito e directo entre as vilas portuguesa e francesa.
Em 2008, comemorou-se o 30º aniversário da geminação entre as duas localidades, com a realização de várias iniciativas em Caminha e Pontault-Combault, que, de alguma forma, marcaram os 30 anos de amizade e união que ambos os Municípios pretendem fazer perdurar, fortalecer e consolidar. Ao longo destes mais de 30 anos de amizade, são muitas as iniciativas que as duas localidades têm partilhado. Intercâmbios escolares e culturais, designadamente participação das associações do concelho na festa franco-portuguesa, intercâmbio de artistas para participação em exposições nas duas localidades, bem como participação assídua de uma comitiva de Pontault-Combault na elaboração dos tapetes de flores, que tornaram sobejamente conhecida a Festa do Dia do Corpo de Deus, são alguns dos exemplos das experiências partilhadas por estas duas localidades.
Bibliografia
- Dicionário Enciclopédico das Freguesias, Vol. I - Caminha, Enciclopédia Luso-Brasileira
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