Castelo de Beja

Castelo de Beja
Santiago Maior

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O Castelo de Beja ergue-se na freguesia de Santiago Maior na cidade, concelho e Distrito de Beja, no Alentejo.

História

Antecedentes

Embora a primitiva ocupação humana de seu sítio remonte à pré-história e esteja mencionada nos escritos de Ptolomeu e de Políbio, em meados do século II a.C., a sua fortificação data da Invasão romana da Península Ibérica, possivelmente devido à importância adquirida no cenário regional. Foi este o local escolhido por Júlio César para formalizar a paz com os Lusitanos (49), após o que passou a se denominar Pax Julia, vindo a sediar uma das três jurisdições romanas da Lusitânia. Acredita-se que os muros de defesa romanos remontem a algum momento entre o século III e o século IV. Essa relevância económica e estratégica manteve-se à época dos Suevos, dos Visigodos e sob a ocupação Muçulmana.

O Castelo medieval

À época da Reconquista cristã da Península Ibérica, foi inicialmente conquistada pelas forças de D. Afonso Henriques (1112-1185) em 1159, para ser abandonada quatro meses mais tarde. Foi reconquistada de surpresa, por uma expedição de populares idos de Santarém, em princípio de Dezembro de 1162.

Nos anos que se seguiram, posteriormente à derrota daquele soberano no cerco de Badajoz (1169), o cavaleiro Gonçalo Mendes da Maia - o Lidador, já nonagenário, perdeu a vida na defesa das muralhas de Beja. Diante da falta de informações sobre o período posterior a essa data, os estudiosos acreditam que a grande ofensiva almóada de Abu Yusuf Ya'qub al-Mansur (1191) até ao rio Tejo, após ter reconquistado Silves, compreendeu também a reconquista de Beja, permanecendo em poder dos cristãos apenas Évora, em todo o Alentejo. Supõe-se ainda que a povoação teria retornado a mãos portuguesas apenas entre 1232 e 1234, época em que as vizinhas Moura, Serpa e Aljustrel, documentadamente, retornaram.

A primeira restauração dos muros de Beja data do reinado de D. Afonso III (1248-79), que as fez iniciar a partir de 1253, com recursos oriundos, por dez anos, por dois terços dos dízimos das igrejas de Beja. No ano seguinte (1254), a povoação recebeu o seu foral nos mesmos termos do de Santarém, confirmado em 1291 no reinado de seu filho, D. Dinis (1279-1325). Este, por sua vez, prosseguiu as obras de reconstrução, reforçando e ampliando as muralhas e torres (1307) e iniciou a construção da torre de menagem (1310). A povoação e seu castelo apoiaram o Mestre de Avis no contexto da crise de 1383-1385, tendo envolvimento com episódios subseqüentes da História de Portugal, como a fase dos Descobrimentos.

No século XV, sob o reinado de D. Afonso V (1438-1481), a vila foi elevada a ducado, tendo como 1° duque de Beja o seu irmão, o infante D. Fernando e, posteriormente, o rei D. Manuel I (1495-1521). No reinado deste último soberano têm lugar grandes obras de beneficiação das defesas da vila, elevada a cidade em 1517.

Da Guerra da Restauração aos nossos dias

Até ao século XVII, o Castelo de Beja foi objeto de diversas ampliações e modernizações, particularmente no contexto da Guerra da Restauração da independência portuguesa, quando foi reforçado por baluartes conforme projeto do engenheiro-militar e arquitecto francês Nicolau de Langres, aprovado pelo engenheiro e cosmógrafo-mor do reino, Luís Serrão Pimentel, e pelo general Agostinho de Andrade Freire (1644). No período de 1669 a 1679 as obras foram dirigidas pelos engenheiros João Coutinho, Diogo de Brito de Castanheira e Manuel Almeida Falcão, porém jamais foram concluídas. Cerca de um século mais tarde, parte das suas muralhas foi demolida e a sua pedra utilizada na construção da nova igreja do extinto Colégio dos Jesuítas, para sede do Paço Episcopal (1790).

No início do século XIX, com a eclosão da Guerra Peninsular, a cidade de Beja opôs séria resistência às tropas invasoras de Napoleão. Como resultado, as forças sob o comando do general Jean-Andoche Junot, mataram cerca de 1.200 pessoas na região (1808). Poucos anos mais tarde, subsistindo a maior parte das obras seiscentistas, as Guerras Liberais fizeram novas vítimas entre a população. Ainda no século XIX, uma catástrofe arrasou parte do perímetro defensivo do castelo, havendo notícia da reconstrução, em 1867, da chamada Porta de Moura e da demolição, em 1893, da Porta Nova de Évora.

Em total decadência no século XIX, altura em que passou a servir de prisão militar, o castelo foi integralmente restaurado pela DGEMN nos meados do século XX, desafogando-se então as suas muralhas de construções então adossadas e beneficiando-se extraordinariamente a sua torre de menagem.

No século XX foi classificado como Monumento Nacional por Decreto publicado em 16 de Junho de 1910. A partir de 1938 inicia-se a intervenção por parte da Direcção-Geral dos Edifícios e Monumentos Nacionais (DGEMN), com a desobstrução e consolidação das portas de Évora e a reconstrução da cobertura da alcáçova. Duas décadas mais tarde, iniciam-se as campanhas de consolidação dos troços das muralhas (1958, 1959-1962, 1969, 1970-1973, 1980, 1981 e 1982) e de recuperação da Torre de Menagem (1965, 1969, 1981).

Características

Numa combinação de estilos românico, gótico, manuelino e maneirista, o monumento apresenta planta no formato pentagonal. Sem talude, a muralha, coroada por merlões prismáticos, possui adarve envolvente, estando flanqueada originalmente por quarenta torres (entre as quais a de menagem), rasgada por sete portas e dois postigos, e circundada por barbacãs.

A robusta Torre de Menagem, no estilo gótico, é considerada como um dos mais belos exemplos da arquitectura militar da Idade Média em Portugal. A Torre de Menagem deve-se ao Rei D. Dinis, que a mandou edificar em 1310. Tem aproximadamente, 40 metros de altura e a escadaria de acesso possui 198 degraus. Para além de ser considerada a mais alta da Península Ibérica, tem ainda a particularidade de ter sido toda construída em mármore, constituída por três pavimentos. A torre apresenta balcões angulares sobre matacães, unidos por varandins defendidos por ameias piramidais. É rasgada por portas ogivais e janelas geminadas, em arco de ferradura. As salas em seu interior, ricamente decoradas, apresentam tectos em abóbada em cruzaria de ogivas.

A porta principal do castelo abre-se em arco ogival e dá acesso à praça de armas. Das primitivas portas restam ainda duas de origem românica: a Porta de Évora, contígua ao castelo; e o arco da Porta de Avis. A Porta de Moura é defendida por dois torreões.

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