Chamusca é uma vila portuguesa pertencente ao Distrito de Santarém, com cerca de 3.700 habitantes. Desde 2002 que está integrada na região Alentejo e na sub-região Lezíria do Tejo. Até aí fazia parte da antiga região de Lisboa e Vale do Tejo. Pertencia ainda à antiga província do Ribatejo, hoje porém sem qualquer significado político-administrativo.
É sede de um município com 745,77 km² de área e 11.157 habitantes (2006), subdividido em 7 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Vila Nova da Barquinha, a leste por Constância e por Abrantes, a sueste por Ponte de Sor, a sul por Coruche, a oeste por Almeirim, Alpiarça e Santarém e a noroeste pela Golegã.
Sendo um concelho imenso, a Chamusca integra realidades e paisagens muito diversificadas, desde as ricas terras da Borda d'Água, das mais férteis da Europa, até à Charneca na transição para o Alentejo, predominantemente ocupada por floresta. Profundamente ligada ao trabalho da terra e à criação de gado, a Chamusca tem na "Semana da Ascensão" e na festa brava, duas das mais significativas e mais belas expressões da sua identidade rural.
Freguesias
História
Corria o ano de 1449, sob regência de D. Afonso V, as terras de Chamusca e Ulme são doadas a D. Ruy Gomes da Silva, que por essa ocasião aqui fixa a sua residência. A Chamusca, era inicialmente integrada no termo de Santarém, sendo mais tarde elevada a vila e sede de concelho, juntamente com Ulme, por alvará de 1561, na regência de D. Catarina. É testemunho de pertença à famosa "Casa dos Silvas", o leão rampante de púrpura e armado de azul, do seu brasão de família, de meados do século XV até à Restauração. Património que ainda hoje perdura, sendo parte integrante no Brasão de Armas da Vila da Chamusca (aprovado em Maio de 1934 pelo Governo de então).
A partir de 1643, após o reinado dos Filipes, passou a integrar o património da Casa das Rainhas, tendo-se mantido nesta situação até à época liberal (1833). Por aqui passaram algumas das mais importantes figuras da história de Portugal, nomeadamente as hostes de D. Afonso Henriques, D. Sancho I e o Rei D. Manuel, entre outros. Dos grandes feitos do povo chamusquense, destaque-se a sua atitude no tempo das "Invasões Francesas" quando, para defender a sua terra, os pescadores queimaram muitos dos seus barcos (cerca de 75 embarcações) para evitar a passagem da tropas Francesas que estavam aquarteladas na outra margem do rio.
São famosos os seus vinhos produzidos nas terras da Rainha e muito apreciados na Corte. Quando o Marquês de Pombal mandou arrancar as Vinhas do Ribatejo, as da Chamusca foram por isso poupadas. A Chamusca teve barcas de passagem em diversos portos ao longo do rio Tejo, dos quais ainda subsiste a que liga o Arripiado a Tancos. Todavia a principal ligação entre as duas margens é assegurada pela Ponte da Chamusca desde 4 de Novembro de 1909, sendo esta, construída por iniciativa do grande benemérito da Vila de Chamusca, o Dr. João Joaquim Isidro dos Reis (1849-1924), no início do Século XX.
Intimamente ligada à história de Portugal por numerosas efemérides, a Vila da Chamusca é do ponto de vista urbanístico uma povoação interessante. Terra branca, preserva alguns edifícios e pormenores apreciáveis e um traçado urbano aliciante que merece uma visita a pé. As vistas sobre a lezíria que se alcançam das colinas da Senhora do Pranto e do Senhor do Bonfim, são das mais vastas e deslumbrantes de Portugal.
Heráldica
O Município da Chamusca tem o seu brasão de armas, selo e bandeira devidamente aprovados pela portaria n.º 7819, de 10 de Maio de 1934, publicada no Diário do Governo n.º 108, I Série, do referido ano, emanado de Sua Excelência o Ministro do Interior.
Armas
De prata, com um leão rampante de púrpura, armado de azul. Bordadura de negro carregada de quatro cachos de uvas de ouro, folhados e troncados do mesmo, alternados com quatro romãs de ouro abertas de vermelho. Coroa mural de prata de quatro torres e listel branco com os dizeres “Vila da Chamusca” ou “Câmara Municipal de Chamusca”.
Bandeira
Esquartelada de amarelo e de púrpura. Cordões e borlas de ouro e de púrpura. Lança e haste douradas. Ao centro das armas e em homenagem aos Silvas que deram motivo a que a Chamusca fosse elevada à categoria de Vila, está o leão de púrpura, armado de azul. A púrpura, na heráldica, significa opulência, respeito, dever e realidade. O azul que arma o leão, significa caridade e lealdade, circunstâncias que caracterizam os naturais da Chamusca. A prata do campo significa humildade e riqueza. O negro que esmalta a bordadura, representa a terra e significa firmeza, honestidade e cortesia. As uvas, representando a fertilidade da região e simbolizando a fortuna, alternadas com as romãs, rainhas dos frutos, são de ouro porque este metal, na heráldica, significa fé, fidelidade, poder e liberalidade. Pelas peças que constituem as armas e pelos esmaltes das mesmas, fica a história da vida local e as qualidades dos seus naturais, bem salientadas.
Selo
Circular, tendo ao centro as figuras das armas sem indicação dos esmaltes e, em volta, dentro de círculos concêntricos, os dizeres “Câmara Municipal de Chamusca”.
Património
- Igreja Matriz de São Brás
- Igreja da Misericórdia
- Igreja de São Pedro
- Igreja dos Terceiros de São Francisco
- Igreja de Nossa Senhora da Piedade e Sete Dores ou Igreja de Nossa Senhora das Dores
- Ermida de Nossa Senhora do Pranto
- Ermida do Senhor do Bonfim
- Ermida de São Sebastião do Mato
- Hospital Velho da Misericórdia e Capela de Nossa Senhora da Pobreza
- Convento de Santo António
- Paços do Concelho
- Edifício do Clube Agrícola
- Cine-Teatro da Misericórdia
- Praça de Touros
- Casa Rural Tradicional
- Prédio Arte Nova na Rua Direita de São Pedro
- Antiga Casa da Câmara
- Coreto
- Mirante
- Chafariz de São Pedro ou Chafariz da Botica
- Chafariz do Largo 25 de Abril ou Chafariz da Branca de Neve
- Ponte da Chamusca
Colectividades
- Santa Casa da Misericórdia
- Clube Agrícola Chamusquense
- Grupo Dramático e Musical
- União Desportiva de Chamusca
- Grupo de Forcados Amadores do Aposento da Chamusca
- Grupo de Forcados Amadores da Chamusca
Personalidades
- D. Rui Gomes da Silva, Príncipe de Éboli e Duque de Pastrana, um dos Grandes de Espanha
- João Joaquim Isidro dos Reis, político do século XIX
- D. João Nepomuceno de Macedo, 1º Barão de São Cosme, brigadeiro das forças liberais durante a Guerra Civil
- D. Francisco Maria do Prado Lacerda, 29º bispo de Angra
- José de Mascarenhas Pedroso Belard da Fonseca, Bastonário da Ordem dos Engenheiros, Presidente do Instituto Superior Técnico
- Maria Manuel Cid (Mimela Cid), poetisa
- José Cid, músico
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