Coja

Coja
Arganil



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Coja é uma freguesia portuguesa do concelho de Arganil, com 20,63 km² de área e 1.650 habitantes (2001). Densidade: 80,0 hab/km².

Coja, considerada a "Princesa do Alva", é uma freguesia do concelho de Arganil, de cuja sede dista cerca de 12 quilómetros. Coimbra, sua sede distrito, situa-se a, aproximadamente, 67 quilómetros de distância, os mesmos que a separam de Viseu. Tem uma altitude que vai de 165 a 757 metros. Está limitada pelas freguesias de Barril de Alva, Vila Cova do Alva, Cerdeira, Benfeita, Folques, Secarias, Meda de Mouros e Pinheiro de Coja.

Localidades

A sua área, para além da sede de freguesia, é composta pelas povoações de Casal Mourão, Esculca, Machorro, Medas, Peitalva, Pisão de Coja, Salgueiral, Vale do Carro, Pai Espada e Travasso.

Toponímia

Ao que tudo indica, o topónimo Coja terá origem romana, significando “cidade do Pretor”, magistrado romano, certamente seu proprietário ou senhor. Tendo por princípio que Coja era realmente a terra do Pretor, seria então de enorme importância, como que a capital da região. Talvez por isso, o cargo de pretor manteve-se durante o domínio árabe, tomando o nome de Copje, o qual originou Coja.

História

A avaliar pelos vestígios arqueológicos encontrados nesta região, o território que compreende a actual freguesia de Coja foi habitado desde épocas ancestrais. De facto, são evidentes as marcas de uma longa ocupação romana, apesar da presença árabe também se fazer sentir. Estes povos aqui se terão fixado em busca de metais, como o chumbo e o ouro de aluvião, e também devido à fertilidade dos terrenos.

O facto de se estabelecerem nesta área levou a que tomassem posições de defesa ao longo do Rio Alva. O Castro Cogia e o Castelo de Coja, este último situado num pequeno morro entre o Rio Alva e a ribeira de Mata, são exemplos das fortificações que se ergueram na região. O Castelo data pelo menos da época da rainha D. Teresa, que o trocou, com D. Fernando Peres de Trava, pelo Castelo de Santa Olaia e por Soure, conforme carta de 3 de Novembro de 1122. Desta forma, o senhorio de Coja passou a pertencer àquele senhor que, ainda no mesmo ano, o doou à Sé de Coimbra, como se refere no Livro Preto da Sé de Coimbra. A partir desta data, os Bispos de Coimbra ficaram com o título de "Senhores de Coja".

No início do ano de 1123, mais concretamente a 25 de Janeiro, o conde D. Fernando Peres de Trava alargou os limites do Castelo de Coja, devido a uma troca feita com a Sé de Coimbra. A 3 de Setembro de 1128, o Castelo de Coja recebeu a carta de couto, que lhe foi concedida por D. Afonso Henriques. Durante o século XIII, com as lutas travadas entre D. Sancho e o Conde de Bolonha, seu irmão, o Castelo foi destruído e a Vila fiou praticamente despovoada. Para contrariar esta situação, o Bispo D. Egas Fafes, como cabido, repovoou o local, concedendo-lhe o foral a 12 de Setembro de 1260. Crê-se que a restauração do castelo que em1335 estava já concluída, ficou a dever-se a D. Dinis. Eclesiasticamente, a freguesia era vigararia da apresentação da mitra de Coimbra.

A 12 de Setembro de 1514, Coja recebeu foral manuelino, com Juiz de Fora, facto que lhe veio atestar uma certa prosperidade. O concelho de Coja ainda se manteve alguns anos, e em 1836 estendeu os seus limites, pois a área que pertencia ao município de Vila-Cova-Sub-Avô, com a sua extinção, passou a pertencer-lhe. Também a freguesia de Espariz, que estava integrada no concelho de Tábua, passou para o de Coja, ao qual já havia pertencido, por Carta de Lei de 27 de Setembro de 1837. No entanto, por Decreto de 31 de Dezembro de 1853, o concelho de Coja perdeu a sua autonomia e foi anexado ao de Arganil.

Foi vila e sede de concelho entre 1260 e 1853. Era constituído pelas freguesias de Benfeita, Cerdeira, Coja, Teixeira, Espariz, Meda de Mouros, Mouronho e Pinheiro de Coja. Tinha, em 1801, 5.079 habitantes. Após as reformas administrativas do início do liberalismo foi-lhe anexada a freguesia de Vila Cova de Sub-Avô, tendo perdido a freguesia de Teixeira. Tinha, em 1849, 7.091 habitantes.

Heráldica

Encontra-se publicado no Diário da República o diploma que oficializa o brasão, bandeira e selo da freguesia de Coja. O desenho (e respectiva descrição temática) foram aprovados em Assembleia de Freguesia de 29 de Abril de 1994.

Brasão

Escudo de verde, um pelourinho de prata acompanhado à dextra por uma estrela de cinco pontas contida num crescente com as pontas viradas para cima e, à sinistra, por duas chaves passadas em aspa, com os palhetões para cima, tudo de ouro; ponta diminuta de burelas ondadas de prata e azul e assente nela uma ponte de três arcos de prata, movente dos flancos. Coroa mural de prata de quatro torres. Listel branco, com a legenda a negro: «COJA».

Bandeira

Esquartelada de amarelo e verde. Cordão e borlas de ouro e verde. Haste e lança de ouro.

Simbologia

Quatro torres corresponde a uma vila, sede de freguesia. Distingue, portanto, povoações de hierarquia diversa. A cor de fundo, o verde
representa as culturas cerealíferas dos campos da Ribeira da Mata e a influência da Serra na vila de Coja. Asa duas chaves passadas em aspa, com os palhetões para cima, atestam a fidelidade do castelão de Coja a D. Sancho II nas lutas que este travou com D. Afonso III (seu irmão) e que resultariam no arrasamento do Castelo. O pelourinho apresentado a prata, atesta a importância administrativa que Coja possuía enquanto concelho. Monumento manuelino, é um dos mais importantes da vila. O crescente
de pontas viradas para cima e a estrela de cinco pontas em chefe encontra-se no brasão por ser um dos elementos simbólicos de um dos selos de tipo iconográfico de D. Egas Fafes, reconstrutor de Coja e a quem devemos a atribuição do nosso primeiro foral, em 12 de Setembro de 1260. A ponte para além de ex-libris da vila, lembra a sua função como meio de ligação entre Coja e outras regiões, e ainda a sua importância na defesa da vila aquando das invasões francesas. As faixetas onduladas aparecem debaixo da ponte, duas a prata e uma a azul representam a exploração aurífera do Rio Alva, um dos motivos que teria atraído a fixação das populações (faixetas a prata) e a importância dos dois cursos de água que banham a vila, o Alva e a Ribeira da Mata como outro motivo determinante na fixação desses povos primitivos (faixeta a azul).

Património

Quem visita Coja, pode desfrutar de vários edifícios religiosos, com destaque para a Igreja Matriz, que detém uma posição privilegiada face aos restantes edifícios, tratando-se do mais imponente e importante monumento religioso de Coja.

Igreja Matriz

A Igreja Matriz, construída durante o período de Oitocentos, possui uma fachada com características arcaizantes. O mesmo se verifica no interior - os retábulos, lavrados pelo entalhador da Cerdeira, José Gonçalves de Abreu, lembram os do século XVIII. Os púlpitos estão assentes sobre três mísulas fundidas. As imagens que ornamentam os altares crê-se terem pertencido a extintos colégios ou conventos de Coimbra. De salientar a imagem de São Pedro que pertenceu à Capela de Santo António. É de calcário, quatrocentista e pensa-se que tivesse adornado a Capela do Paço Episcopal, do qual nada resta actualmente. Os seus retábulos são de gosto setecentista, embora construídos no século XIX e é bem fornecida de cantarias.

A actual igreja ocupa o espaço da antiga igreja paroquial, que ainda foi referida em 1721. A que hoje encontramos, sofreu obras de beneficiação, devido ao estado de degradação, constatado em 1758, obras que só terminariam em 1881.

Capela do Sepulcro

Também houve uma Capela de São Jerónimo, um pouco abaixo da do Senhor do Sepulcro. Esta última, do Sepulcro, era antigamente em sítio mais baixo; mas como era invadida pelas cheias do Rio Alva, a junta da paróquia deliberou em 1887, levantá-la para a colocar ao abrigo das enchentes.

Casas Solarengas

A vila conserva ainda várias casas solarengas, dos séculos XVIII e XIX. Na praça encontram-se duas. Uma, com capela anexa, ostenta uma larga fachada dividida por pilastras. A outra, possui janelas de aventais recortadas.

Pelourinho

Na praça ergue-se o Pelourinho de Coja, um monumento manuelino erguido durante o reinado de D. Manuel I, nomeadamente no ano de 1514, data do segundo foral de Coja. De estilo simples e singelo, como de resto, as gentes a quem servia, é um pelourinho (ou picota) de pinha e, na sua essência, original. Apesar de ter sofrido uma destruição durante o terminus do Concelho de Coja, facto atribuído ao Dr. José Albano de Oliveira, foi recuperado pelo Padre Nunes Pereira e a João de Brito a partir de peças do Pelourinho original, que se conservaram na posse de particulares. Assente numa base de quatro degraus quadrangulares, tem haste oitavada com pinha de folhas.

Capela de Nossa Senhora da Ribeira

A Capela de Nossa Senhora da Ribeira sofreu várias reconstruções, datando a última de meados do século XX, embora as portas e as janelas sejam reaproveitamentos do século XVIII. No nicho central do retábulo policromado e dourado encontra-se a imagem quinhentista da Virgem com o Menino.

Capela de Santo António

A Capela de Santo António data da segunda metade de Setecentos. O retábulo, do século XVIII, alberga as imagens do Santo que lhe dá o nome, de um Santo bispo e de uma Santa mártir.

Capela da casa do Prior Costa

Em frente, encontramos a Capela da casa do Prior Costa que guarda um exemplar notável da estatuária quatrocentista - a Virgem com o Menino.

Capela particular

Capela particular, situada em Santa Clara. Foi benzida em 1887. O grande crucifixo desta capela pertenceu à Inquisição de Coimbra.

Bibliografia

  • "O Nosso País" uma edição em CD de Caminhos Longínquos

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