O Convento de Varatojo situa-se na freguesia de Santa Maria do Castelo e São Miguel, em Torres Vedras, Distrito de Lisboa.
De finais do século XV é monumento nacional e sofreu acrescentos ao longo dos séculos. Fundado em 1470, por voto e devoção do rei D. Afonso V, a Ordem de São Francisco, sofreu beneficiações com D. João III. Novas ampliações se verificaram nos séculos XVII, XVIII e no século XX.
Descrição
Da primitiva traça conserva a fachada e a porta. A porta apresenta arquivolta ogival, de capitéis com máscaras, hera, cachos de uvas, vinhas, folhas de carvalho e glande, base com moldurado característico do reinado de D. Afonso V. A Igreja do Convento é de uma só nave, sem transepto e as suas paredes são revestidas por azulejos do século XVIII e vários nichos para confessionários, cujos azulejos se compõem de motivos alusivos à confissão. Os altares laterais são revestidos por talha barroca e possuem uma banqueta de mármores embutidos. A capela-mor é o espaço mais rico da Igreja quer pela sua abobada de berço com caixotões, como pelo forro de azulejos do século XVIII com cenas da vida de Sto. António, emoldurados por largas cercaduras.
Dispõe ainda de outras riquezas que justificam uma visita demorada ao local. Na sacristia, realce para duas tábuas do século XVII, (representando o Milagre da Mula e o Pentecostes), para os silhares de azulejos do século XVIII, vários armários de parede e um grande arcaz setecentista.
No andar térreo, o tecto é decorado com o emblema de D. João V, acompanhado pela corda franciscana. Na ala norte, uma porta manuelina, decorada com largos florões, dá acesso à capela do Senhor Jesus, que é forrada de azulejos de ponta de diamante.
A sala do capítulo é também de grande interesse pelos seus azulejos de albarradas, do século XVIII, e pelas várias telas entre as quais se destaca a de (Frei António das Chagas).
O claustro, de tipo gótico, apresenta dois andares, com arcada ogival assente sobre colunas chanfradas. Ainda no claustro, o nicho de Sto. António com azulejos policromados representando o Santo.
No Convento, há ainda a realçar a Capela de Nossa Senhora do Sobreiro, em frente à entrada da Igreja, construída em 1777. No seu interior apresenta talha dourada, mármores e colunas, cujos fustes possuem placas imitando lapis-lazúli. No coro alto, azulejos com molduras roxas e amarelas, com cenas da vida da Virgem até ao nascimento de Cristo.
História
É obra do rei D. Afonso V, que em cumprimento de um voto que fizera a Santo António para auxiliá-lo nas conquistas do norte de África, o mandou levantar. Foi o próprio rei, com grande acompanhamento de clero, nobreza e povo, que lançou a primeira pedra em Fevereiro de 1470. Sofre obras de vulto após o terramoto de 1531 que lhe imprimem um cunho maneirista a que se vêm somar as campanhas barrocas e novecentistas.
Com o decreto da extinção das ordens religiosas e da expropriação de todos os seus bens, assinado por D. Pedro IV em 28 de Maio de 1834, o convento passa para as mãos do estado. Em 1845 é vendido em hasta pública.
Em 1861, passa de novo para a posse da ordem Franciscana, foi de novo extinto entre 1918 e 1928, quando voltou a pertencer aos Franciscanos função que ainda mantém na actualidade.
Foi classificado como Monumento Nacional em 23 de Junho de 1910.
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