Coruche é uma vila portuguesa pertencente ao Distrito de Santarém, com cerca de 9.200 habitantes. Desde 2002 que está integrada na região Alentejo e na sub-região estatística da Lezíria do Tejo. Até aí fazia parte da antiga região de Lisboa e Vale do Tejo. Pertencia ainda à antiga província do Ribatejo, hoje porém sem qualquer significado político-administrativo.
Caracterização
É sede de um dos maiores municípios de Portugal, com 1.113,95 km² de área mas apenas 20.191 habitantes (2006), subdividido em 8 freguesias. O município é limitado a norte pelos municípios de Almeirim e Chamusca, a nordeste por Ponte de Sor, a leste por Mora, a sueste por Arraiolos, a sul por Montemor-o-Novo e pela fracção secundária do Montijo, a oeste por Benavente e a noroeste por Salvaterra de Magos.
Está situado na margem sul do Tejo, numa zona de transição do Ribatejo para o Alentejo. Aliás, numa parte do seu território há nítidos relances da paisagem alentejana, que há-de dominar depois da Quinta Grande, podendo-se dizer que é o Alentejo que começa, antes que as divisões administrativas lhe tenham marcado o início.
O concelho de Coruche, um dos mais importantes centros agrícolas do País, é constituído por duas zonas distintas: as vastas lezírias do Sorraia, que este afluente do Tejo fertiliza dos seus riquíssimos nateiros e uma zona florestal, constituída principalmente por montado de sobro, do qual se extrai 10% da cortiça nacional. Parte da área agrícola é formada pela conhecida charneca que Almeida Garrett tão bem cantou nas suas "Viagens na Minha Terra":
"… breve nos achamos em plena charneca. Bela e vasta planície! Desafogada dos raios de sol, como ela se desenha aí no horizonte tão suavemente! Que delicioso aroma selvagem exalam estas plantas, acres e tenazes de vida, que a cobrem e que resistem verdes e viçosas a um sol português de Julho!"
Freguesias
História
Por aqui apareceram vários vestígios pré-históricos como os do Cabeço do Marco, da Fonte do Cascavel, da Herdade da Agolada e dos terraços da Azervada e da Azervadinha. Igualmente bem documentado encontra-se o período romano com os achados das herdades de Mata-Lobos, Mata-Lobinhos, dos Pavões e da Zambaninha, mas essencialmente os da Quinta Grande, que constituem o melhor e mais rico espólio romano do concelho. Da mesma época seria o Castelo de Coruche, que foi totalmente arrasado pelos árabes no ano de 1180. Dois anos depois dar-se-ia a reconquista definitiva da vila, crendo-se que a partir daí ela terá perdido toda a sua importância militar, o que pode explicar o abandono da fortaleza e consequentemente a sua ruína. O ano de 1182 marca a elevação da vila a concelho, mas no território do actual concelho de Coruche outros existiram como os de Vila Nova da Erra e da Lamarosa. Estes dois seriam extintos em 1836, pela reforma de Mouzinho da Silveira, passando ambos à categoria de freguesia e integrados no actual concelho.
Durante os 100 anos seguintes novas alterações administrativas tiveram lugar e em meados do século XX o concelho estava reduzido apenas a duas freguesias, Coruche e Couço, que tinham anexado as anteriores. A partir de 1962, ano em que foi criada a freguesia de São José da Lamarosa, o concelho foi objecto de um reajustamento administrativo que resultaria, em 1984, na criação de mais cinco freguesias: Branca, Erra, Biscainho, Fajarda e Santana do Mato.
Património
Nas oito freguesias guardam-se exemplares artísticos e arquitectónicos que formam um conjunto monumental de grande valor. As Antas do Peso, a Ponte da Coroa, o Aqueduto do Monte da Barca, o Centro Histórico de Coruche, com edifícios de boa traça, e o grande número de casas rurais tradicionais da freguesia de Erra figurariam obrigatoriamente em qualquer roteiro de arte. Mas é nos templos de culto que ela atinge a maior expressão. A Igreja de Nossa Senhora do Castelo, com o seu notável miradouro, é a memória da desaparecida fortaleza. Nas igrejas de São Pedro, Santo António e Santa Ana pontifica a bela azulejaria do século XVII. Da mesma época é a Igreja da Misericórdia, com pinturas de grande valor. A escultura ganha o maior sentido na imagem da Senhora Santa Ana, peça quinhentista cheia da carácter que sai fora do plano de curiosidade das interpretações populares. Os ruralismos manuelinos encontram-se bem visíveis no templo de Santa Justa.
Gastronomia
Mas se arte plástica é cultura, a gastronomia não o é menos, principalmente quando é encarada como parte integrante do património duma região. Foi sob este espírito que nasceram as Jornadas de Gastronomia do Concelho de Coruche, realizadas no início do mês de Maio. É verdadeiramente rica a cozinha coruchense, com algumas das suas obras de arte já impressas em compêndios como "Comeres de Coruche" e "Coruche à Mesa e Outros Manjares". Iguarias como a "sopa de feijão frade do Couço", a "açorda de bacalhau à moda de Coruche", a "cachola e febra de azeite e vinagre", o "bucho recheado do Couço", a "sopa rica de bacalhau do Couço", a "cachola com batatas", o "arroz de entrecosto" oriundo da Lamarosa, e o "cabrito frito", entre muitas outras receitas, não esquecendo a doçaria, por exemplo os "bolos fintos de Coruche", as "areias do Sorraia", o "bolo de batata doce do Couço", os "bolos brancos" e o "bolo de nozes de Coruche".
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