Entre Ambos-os-Rios

Entre Ambos-os-Rios
Ponte da Barca



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Entre Ambos-os-Rios é uma freguesia portuguesa do concelho de Ponte da Barca, com 14,78 km² de área e 542 habitantes (2001). Densidade: 36,7 hab/km².

Freguesia do distrito de Viana do Castelo, Entre Ambos-os-Rios está situada a cerca de 12 quilómetros da sede concelhia e estende-se por uma vasta área de 1478 hectares. Entre Ambos-os-Rios, inserida no Parque Nacional da Penêda-Gerês, oferece a quem a visita momentos inesquecíveis, possibilitando o deslumbre com as belas paisagens e património edificado assim como o contacto e vivência com seu povo e costumes, numa conjugação perfeita entre a natureza e a tradição.

Localidades

A freguesia é composta por cinco lugares:

Toponímia

O topónimo Entre Ambos-os-Rios faz referência à própria localização geográfica da freguesia, que se situa entre o rio Tamente e o rio Froufe.

História

A antiguidade do povoamento da freguesia reflecte-se na existência de memórias deixadas por povos que por aqui passaram, em épocas imemoriais: sete mamoas, (destaca-se o grupo de Chã-de-Arcas na Pena do Eido) seis delas parcialmente destruídas devido a "agressões" que têm sofrido, encontrando-se apenas uma parcialmente conservada. Já no Tombo de 1450, um destes monumentos funerários é usado como referência da freguesia. Existem também vestígios de um antigo "castro" no Monte do Castro, que se pensa estar na origem da actual povoação de São Miguel. Na freguesia são vários os vestígios da romanização, descobertos sobretudo num dos dois povoados castrejos, para além de uma ponte romana, construída sobre o rio Tamente, aquando da passagem daquele povo pelo Alto Minho.

Assim, sabe-se que o povoamento local é remotíssimo, a julgar pela arqueologia, especialmente no que toca a fortificações castrejas, à toponímia e até à documentação. Notícias do local, que datam já do século X, deixam entrever a existência de um mosteiro (no curato anexo da Ermida, actualmente freguesia vizinha), pelo vulto da doação que lhe é feita em 960, pela Condessa D. Flâmula.

Esta freguesia foi construída ao longo dos séculos XII e XIII, sendo os lugares distribuídos segundo o povoamento agrícola das terras baixas da ribeira. Entre Ambos-os-Rios foi couto e, nessa qualidade, a ela se refere abundante documentação medieval e posterior, principalmente nas Inquisições de 1220 a 1258.

A freguesia beneficiou do Foral Novo por D. Manuel I a Nóbrega, a 14 de Outubro de 1513, e mais tarde do Foral concedido pelo mesmo monarca, a 20 de Outubro de 1519. Em sentido geral, carta de foral é um estatuto jurídico que estabelece os direitos e obrigações dos habitantes de uma povoação ou concelho, aproveitando os antigos costumes e introduzindo outras disposições estabelecidas, por acordo, entre o outorgante e os moradores. No foral de 1513 há uma parte privativa da Terra da Nóbrega, que diz respeito aos seus montados e, sobretudo, aos direitos que as suas freguesias tinham de pagar ao Rei e uma segunda parte referente a disposições de carácter geral, que se têm de completar pelos capítulos respectivos do foral de Guimarães. A primeira parte dá-nos, aliás, a ideia da vida económica da terra, uma vez que os direitos ou contribuições eram pagos em géneros produzidos nela. O quantitativo das contribuições variava muito de freguesia para freguesia, dado que em muitas freguesias só estavam obrigados a pagar contribuições os casais reguengos, isto é, pertencentes ao Rei, pelos respectivos bens. Entre os cereais predominava o milho, mas o milho-alvo, miúdo ou painço, não o milho grosso ou outros cuja cultura só foi introduzida mais tarde. O centeio também se cultivava bastante, o trigo menos e a cevada só raramente. Falava-se frequentemente de pão meado, que era metade milho e metade centeio. O bragal ou tecido de linho também se mencionava muito, o que prova ser vulgar a cultura do linho.

Como curiosidade, indicamos os direitos da freguesia de Entre Ambos-os-Rios:

"Os moradores do lugar de Tamente pagavam, em conjunto, 8 varas de bragal. A vara era igual a 1,10 m. E cada fogo desse lugar pagava mais uma galinha. O resto da freguesia não pagava nada ao Rei."

Eclesiasticamente, a antiga abadia era da apresentação do ordinário e estiveram-lhe anexas as freguesias de Ermida, São João e Santiago de Vila Chã. Administrativamente, Entre Ambos-os-Rios fez parte do concelho de Aboim da Nóbrega até à extinção do mesmo, em 1853. Judicialmente, figurava em 1839, vinculada a Ponte de Lima, em 1852 a Pico de Regalados e, dez anos depois, a Arcos de Valdevez, retornando mais tarde a Ponte da Barca.

Economia

A população residente continua a ter a agricultura, especificamente a vitivinicultura, como principal actividade económica.

Equipamentos

Na área do ensino, apenas está em funcionamento o básico de 1º Ciclo, prevendo-se, no entanto, a construção de um centro escolar na freguesia, que passará a disponibilizar o ensino pré-escolar. No âmbito da saúde e da segurança social é de salientar a ausência dos respectivos equipamentos, o que implica o recurso aos cuidados de saúde de Ponte da Barca, contando, para essa deslocação, com o transporte assegurado pelo Centro de Dia da freguesia, ainda que apenas no que toca aos seus utentes.

Quanto a infra-estruturas destinadas à cultura e ao lazer, a freguesia de Entre Ambos-os-Rios dispõe das instalações da Associação Cultural Recreativa e Desportiva, a saber: campo de futebol e balneários e bar/garagem. De notar que é esta mesma associação que dinamiza a vida associativa e desportiva da freguesia. Também aqui se encaixa o Espaço Multimédia da freguesia, onde a comunidade tem acesso gratuito à Internet, a uma Ludoteca, a espaços para ver televisão e DVD e a um centro de estudos.

No que toca a infra-estruturas que promovem a qualidade de vida da população, é de destacar que a rede pública de distribuição de água ao domicílio cobre praticamente toda a freguesia, sendo que o mesmo acontece quanto à rede de saneamento básico e à recolha do lixo. As comunicações são estabelecidas por meio de uma carreira de transportes públicos, que circula diariamente, e por uma praça de táxis.

Festas e romarias

A freguesia tem por padroeiro São Miguel, todos os anos celebrado no mês de Setembro. A esta celebração se juntam outras durante o ano, sendo que as mais concorridas são as festas em honra de Nossa Senhora de Fátima, no dia 13 de Maio, e de Santo Amaro, no dia 15 de Janeiro.

Património

A Igreja Matriz, o cruzeiro e a ponte romana constituem o mais importante património cultural e edificado da freguesia. Nesta foi adoptada uma casa de floresta para núcleo museológico, onde podem ser encontrados testemunhos do património cultural da região, sendo que este núcleo constitui um dos locais com maior interesse turístico da freguesia. A tudo isto se acrescentam as vistas panorâmicas e a praia fluvial, também eles motivos para uma cada vez melhor dinamização na área do turismo.

Associativismo

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