Fontoura é uma freguesia portuguesa do concelho de Valença, com 9,13 km² de área e 737 habitantes (2001). Densidade: 80,7 hab/km².
Fontoura dista da sede do concelho cerca de dez quilómetros. Ocupa uma área de 913 ha de terras férteis, onde predomina o cultivo do milho e da vinha e onde há abundantes pastos propícios à criação de gado caprino, o qual é particularmente apreciado em todas as feiras da região. É constituída pelos lugares de Rio Torto, Ínsua, Casa Gonçalo, Boriz, Cortinhas, Reguengo, Bárrio, Prado, Valinha, Pereira, Portela, Gontomil, Grove, Maga, Outeiro e Paço.
Caracterização
Fontoura é uma bucólica Aldeia da Montanha Minhota com ruas muito estreitas a serpentear pela colina em volta do Cemitério e da Igreja Matriz de São Miguel de Fontoura.
Acerca da caracterização de Fontoura podemos dizer que uma parte dos activos da freguesia trabalham na agricultura, outros dedicam-se à carpintaria, à serralharia mecânica, à construção civil e ao comércio a retalho.
Os serviços comerciais são principalmente representados pelo comércio alimentar a retalho e pelo comércio não alimentar de produtos de primeira necessidade. Na freguesia funciona a feira grande e anual de São Gabriel e outra mensal no último domingo de cada mês. São feiras tradicionais, muito enraizadas nos hábitos económicos da população e com uma grande frequência de gente de toda a região.
Quanto à rede viária tem-se a E.N. 201 e E.N. 13 e a A3 todas bem próximas e nas quais circulam transportes regulares e diários.
Na área do ensino, regista-se a existência de um estabelecimento pré-escolar público e de uma escola para o ensino básico do Primeiro Ciclo, servida por refeitório próprio. Para além destes níveis, os estudantes frequentam as escolas de Valença. Quanto à saúde e segurança social, recorre-se à Vila de Valença que se encontra a cerca de uma dezena de quilómetros. Na acção social, funciona um jardim de infância.
Na área desportiva, regista-se a existência de um campo de jogos relativamente capaz e de um pista de MotoCross. O primeiro é regularmente utilizado pelo Centro Cultural Recreativo e Desportivo Fontourense.
As potencialidades turísticas de Fontoura são relativamente conhecidas e podiam estar melhor aproveitadas. É o caso por exemplo, do Santuário de São Gabriel que tem um espaço envolvente apropriado para parque de merendas e é o caso também dos locais de interesse paisagístico de que a freguesia é rica.
História
A freguesia assenta as suas raízes em épocas longínquas, possivelmente pré-romanas. No lugar de Grove, topónimo que poderá relacionar-se com o povo gróvio, apareceram vestígios arqueológicos (cerâmicas, cinzas e carvões), julgando-se que, pela sua localização e pela forma arredondada do monte, ali poderá ter havido ocupação castreja. Também a meio da subida para o monte de São Gabriel, no sítio chamado Telhões, foram encontrados sinais dessa vida muito antiga, e os velhos da terra gostam de contar que, em tempos muito afastados, já ali fora achado um fosso em tijolo, cheio de cunhas de metal amarelo, que o povo atribuía aos mouros.
Poderá identificar-se também uma ocupação imediatamente anterior à nacionalidade: o topónimo Boriz, de raiz germânica (resulta da evolução do antropónimo Baudiricus), é um bom exemplo da existência dessa ocupação nos séculos IX - X.
Segundo a tradição, o nome Fontoura tem origem numa fonte existente junto à Casa Alta cujas águas, acrescenta a lenda, trariam consigo algumas partículas de ouro era a Fonte d’Ouro. Por sua vez, o lugar de Reguengo está associado a uma outra lenda. O que se conta é que a rainha Santa Isabel aqui pernoitou aquando do seu regresso de uma peregrinação a Santiago de Compostela.
A antiga freguesia de São Miguel de Fontoura era abadia da apresentação dos herdeiros de Gabriel Pereira de Castro. Em 1839 faz parte da comarca de Monção, e em 1852 passa para a de Valença.
Ainda a respeito da história desta freguesia, no livro Inventário Colectivo dos Registos Paroquiais - Vol. 2, pode ler-se:
«Em 1258, na lista das igrejas situadas no território de Entre Lima e Minho, elaborada por ocasião das Inquirições de D. Afonso III, São Miguel de Fontoura é citada como uma das igrejas pertencentes ao bispado de Tui. Em 1320, no catálogo das mesmas igrejas, mandado elaborar pelo rei D. Dinis, para pagamento de taxa, São Miguel de Fontoura foi taxada em 100 libras.
Em 1444. D. João I conseguiu do papa que este território fosse desmembrado do bispado de Tui, passando a pertencer ao de Ceuta, onde se manteve até 1512. Neste ano, o arcebispo de Braga, D. Diogo de Sousa, deu a D. Henrique, bispo de Ceuta, a comarca eclesiástica de Olivença, recebendo em troca a de Valença do Minho. Em 1513, o papa Leão X aprovou a permuta.
Quando, entre 1514 e 1532, o arcebispo D. Diogo de Sonsa mandou proceder à avaliação dos benefícios eclesiásticos incorporados na diocese de Braga. Fontoura rendia 230 réis.
Em 1546, no registo da avaliação das mesmas igrejas, efectuada no tempo do arcebispo D. Manuel de Sonsa, São Miguel de Fontoura rendia 60 mil réis.
Na cópia de 1580 do Censual de D. Frei Baltasar Limpo, São Miguel de Fontoura era da apresentação de leigos. Segundo Américo Costa, o direito de apresentação pertencia aos herdeiros de Gabriel Pereira de Castro.
Na Estatística Paroquial de 1862 era da apresentação alternativa dos Vieiras Teles, de Lisboa, e de Barbosa Aboim, de Barcelos.
Em termos administrativos, pertenceu, em 1839, à comarca de Monção e, em 1852, à de Valença.»
Património
- Cruzeiro ou Retábulo do Nosso Senhor dos Caminhos, considerado o principal símbolo do Caminho Português para Santiago de Compostela
- Capela de São Gabriel
- Capela de São Francisco de Carcavelhe (1647), em ruínas, e cuja imagem se encontra na igreja de Fontoura
- Capela da Senhora da Guia, também em ruínas
- Largo de São Gabriel, de esplêndida panorâmica
- Quinta de Santo António
- Capela do Pópulo (século XVI), da Casa do Paço
A casa do Marechal José Joaquim Champalimaud Nussane Lyra e Castra situada no lugar de Bárrio, em Fontoura, é um magnífico solar que justifica a visita, bem como a sua Capela de São José.
Heráldica
Brasão
Escudo de azul, fonte heráldica de prata e azul entre dois cachos de uvas de ouro, folhados de prata, em chefe e nove besantes de ouro, alinhados em três faixas, 4, 3, e 2, em campanha. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: “FONTOURA”.
Bandeira
Amarela. Cordão e borlas de ouro e azul. Haste e lança de ouro.
Selo
Nos termos da Lei, com a legenda: "Junta de Freguesia de Fontoura – Valença".
Bibliografia
- Dicionário Enciclopédico das Freguesias, Freguesias Autarcas do Século XXI
- Inventário Colectivo dos Registos Paroquiais - Vol. 2, Norte Arquivos Nacionais /Torre do Tombo
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Comentários
Em Fontoura naceou meu caríssimo pai Alberto Dantas "O Minhoto Triste" que marchou-se prá America com uma mala cheia de sonhos na busqueda de novos horizontes é nunca voltou.
Agora - na distança que impera o tempo - sua filha volta a terra e vai buscar nas suas raices ancestrais; mais encontra-sé - que tudos seus Bens e Herença do pai; foram tiradas pela maldita avaricia de sua nobre familia.
Então; como pouco queda por fazer a menina Hilaria Albertina Dantas Antelo que prometiou a seu pai ir Ficar em Fontoura, sóo conforma-se com a bondade da Rosinha que empresto-le seu Barraçao para morar lá um tempo no ano.
Tambem - agradece a Deus - que deixo-la fazer amizade com uma mulher muito especial quem ofereceu-le sua casa algum fin de semana para pernoctar com ela, visitar o Cimenterio e ir a Misa de domingos.
Igual, agradece ao Abade Antonio - Cura da Paroquia de Fontoura que ofreciou-le uma máo amiga prá enfrentar as penurias.
Bom … issto é apenas uma sintetica semblança de minha historia em Fontoura. Beijinhos de Hilaria Albertina Dantas Antelo - A Minhota - Argentina. moc.liamg|tropxerofaruotnof#moc.liamg|tropxerofaruotnof * ra.moc.oohay|atinapmacalamargorp#ra.moc.oohay|atinapmacalamargorp
Carlos Pereira