Freixo de Espada à Cinta

Freixo de Espada à Cinta
Sub-região Douro



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Foto de Vítor Oliveira

Lista de Municípios Portugueses


Freixo de Espada à Cinta é uma vila portuguesa, pertencente ao Distrito de Bragança, Região Norte e sub-região Douro, com cerca de 2.100 habitantes.

É sede de um município com 244,49 km² de área e 3.931 habitantes (2006), subdividido em 6 freguesias. O município é limitado a norte pelo município de Mogadouro, a leste e sul pela Espanha, a sudoeste por Figueira de Castelo Rodrigo e Vila Nova de Foz Côa e a oeste e noroeste por Torre de Moncorvo.

Está inserido na província de Trás-os-Montes e Alto Douro, distrito e bispado de Bragança e desde a Idade Média que faz parte do Arcebispado de Braga. Tem por Orago São Miguel Arcanjo, adoptando os seus habitantes como Santa Padroeira Nossa Senhora dos Montes Ermos, a quem são dedicadas as festas e romaria que decorrem habitualmente durante a segunda semana do mês de Agosto.

Freixo de Espada à Cinta não capta os seus visitantes apenas com o seu rico passado, mas deslumbra todos os que por aqui passam com o magnífico espectáculo das amendoeiras em flor. Os prados, as vinhas, os olivais e os laranjais ao produzirem todo o tipo de cores e aromas conferem a quem os desfruta uma visão aproximada do paraíso. A beleza panorâmica e ciclópica proporcionada pelo imponente rochedo do Penedo Durão (727 metros), a cenografia do espectáculo natural nas estratificações silúricas do Candedo, onde está inclusa a Calçada de Alpajares de provável origem medieval, ou as paisagens deslumbrantes que se desfrutam das arribas do Douro em Lagoaça, em Mazouco ou em Ligares, concorrem também para tornar este concelho num entusiasmante local de vida e cultura.

Quem sabe não poderá o visitante destas cercanias de Freixo deparar-se com uma variedade de flor que os lavradores da região designam por “açucena campesina” ou “açucena dos campos”, raridade botânica e verdadeiro mimo de colorido e aroma.

Freguesias

Toponímia

Existem várias versões relativas à origem do nome, uma das quais, reza a lenda, El Rei D. Dinis, estando severamente fatigado da viagem que empreendeu até Freixo, colocou o seu cinturão com a majestosa espada no tronco de um freixo, que ainda hoje se encontra no outeiro do castelo, e adormeceu à sua sombra, embalado pela brisa suave que batia nas folhas da possante árvore. No seu sono profundo, teve um sonho.

Sonhou com o espírito do freixo, ansioso que um rei português dependurasse a sua espada real no seu corpo, com a intenção de lhe conferenciar directrizes sábias para o futuro do reino de Portugal. Quando o rei acordou do revigorante descanso, re-baptizou a vila, chamando-a de Freixo de Espada à Cinta.

História

A cerca de 4 Km da Vila passa o rio Douro, demarcando neste concelho a fronteira entre Portugal e Espanha, e segundo Sant'Anna Dionísio “foi durante oito séculos um dos escudos mais seguros (e politicamente menos dispendiosos) que Portugal possuiu na sua longa linha de contacto com a nação vizinha…”.

Em toda esta região se encontra arte rupestre pré-histórica, da qual o “cavalo de Mazouco” foi o primeiro sítio de arte rupestre paleolítica de ar livre descoberto no território português, e uma enorme quantidade de vestígios castrejos que ainda hoje podem ser apreciados nos seus devidos locais.

Supõe-se que a vila seja bastante anterior à fundação do reino de Portugal, pelo menos ao tempo dos árabes ou ainda à época de ocupação romana. É uma terra que se desenvolve desde o inicio da nacionalidade. Tem foral entre 1155/57 outorgado por D. Afonso Henriques onde se fazia referência ao castelo. D. Sancho II, em 1240, elevou Freixo à categoria de Vila, como recompensa de os seus habitantes se terem defendido heroicamente das invasões do rei de Leão, ao contrário dos de Alva (anterior concelho), que se renderam sem resistência. No inicio do século XVI era uma poderosa praça de guerra cercada de muros e dotada de três torres mestras, das quais actualmente só resta uma, de granito, facetada e heptagonal exemplar único na Península Ibérica: a denominada Torre do Galo ou do Relógio.

Em 1512 D. Manuel concedeu ao concelho um novo foral.

Património

Este concelho, tem profundas raízes históricas materializadas num vasto património artístico e cultural de onde podemos destacar a referida Torre do Galo, a Igreja Matriz, a Igreja da Misericórdia, o Pelourinho, a Igreja do Convento e um elevado número de casas com os portais e janelas decoradas com motivos de arte manuelina: meias esferas, folhagens, conchas, troncos entrelaçados, etc.

Vila Manuelina

Freixo de Espada à Cinta é a vila mais Manuelina de Portugal. Existem inúmeras portas e janelas com motivos simples, quase sempre alusivos aos descobrimentos, apesar de Freixo de Espada à Cinta estar longe do mar, demonstrando desta forma que era uma terra próspera no reinado de D. Manuel. Como exemplo emblemático deste estilo temos a Igreja Matriz do começo do século XVI, cujo interior é uma réplica da igreja dos Jerónimos e onde se podem admirar na capela-mor um valorosíssimo retábulo quinhentista com 16 telas atribuídas a Grão Vasco. É também curiosa a existência de uma figura de São Mateus envergando um par de lunetas, objecto não muito vulgar na altura de edificação da igreja. O pelourinho que se encontra em frente aos Paços do Concelho é também um dos monumentos ilustres que merece referência.

Quanto a outro património histórico deste concelho, é de destacar o “Cavalo de Mazouco”, gravura rupestre atribuída ao paleolítico superior, e a “Calçada de Alpajares”, uma via medieval (e possivelmente romana) que se encontra em excelente estado de conservação.

Artesanato

Quanto ao artesanato, Freixo de Espada à Cinta é detentor de uma arte tradicional inédita no país: a criação do bicho da seda e extracção da seda por processos artesanais. Através da Associação de Artesanato local, dinamiza-se todo o ciclo da seda que vai desde o cultivo de amoreiras e apanha das suas folhas para alimentação do bicho da seda, passando pela recolha dos casulos e posterior extracção da seda destes. Após obter-se esta altiva matéria prima, habilidosas artesãs utilizando teares tradicionais fabricam as mais belas colchas, almofadas e panos em seda.

Personalidades

Guerra Junqueiro

Freixo de Espada à Cinta é a terra natal do poeta Guerra Junqueiro, deputado e escritor consagrado, autor de “Os Simples” e “A Velhice do Padre Eterno”, cuja casa onde nasceu ainda poderá ser admirada, bem como a Casa Junqueiro, que pertencia aos seus pais, desempenhando actualmente funções de Museu Regional.

Ligações externas

Site da Câmara Municipal de Freixo de Espada à Cinta

Fotografias

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