A Gafanha da Nazaré é uma cidade e sede de freguesia portuguesa do concelho de Ílhavo, distrito de Aveiro com 15,65 km² de área e 14.021 habitantes (2001). Densidade: 895,9 hab/km².
Tem como fronteiras a Norte e a Este a Ria de Aveiro; a Sul a freguesia da Gafanha da Encarnação, concelho de Ílhavo e Gafanha de Aquém, lugar da freguesia de São Salvador, concelho de Ílhavo; a Oeste, o Oceano Atlântico.
Localidades
- Bebedouro
- Cale da Vila
- Cambeia
- Chave
- Forte da Barra
- Marinha Velha
- Praia da Barra
- Remelha
Toponímia
Há pelo menos quatro versões acerca do nome desta cidade:
Diz uma versão que certa mulher, atacada de lepra, viera para aqui habitar por não ser consentida em outros lugares, de onde a população a expulsara em horror do seu miserando estado. Alcunhavam-na de Gafanha, e assim entraram a chamar ao sítio em que ela vivia, isolada e desolada. Uma segunda versão refere que, sendo o sítio bastante afastado de outras terras, veio estabelecer-se um Hospital de Leprosos, não se sabe por quem nem quando, pois que nenhum indício existe de tal Hospital. Uma terceira refere um lugar onde se paga o gafar. Esta palavra árabe significa um tributo, que se pagava pela passagem de qualquer ponte do estado, ou rio, em barco para esse fim posto ali. Ora, desde tempos remotos houve aqui uma ponte de madeira sendo possível que os árabes instituíssem o tributo em questão, visto ser usualmente aceite que eles teriam dominado estes territórios por muitos anos. Uma última versão esclarece que naquela zona, havia a proliferação de canas, pelo que, as populações vizinhas vinham à actual zona das Gafanhas para apanhar canas com uma "gadanha". Daí a palavra evoluiu até se tornar Gafanha.
História
A região das Gafanhas começou a ser habitada no século XVII e em 1758 era já uma povoação com “14 vizinhos ou fogos e 140 pessoas de sacramento”. No século XIX incrementou-se o povoamento, graças a gentes vindas principalmente dos concelhos de Vagos e de Mira, tão necessitados se encontravam de terra para cultivar. E é curioso verificar como o povo de Ílhavo e de Aveiro nunca se interessou pelo aproveitamento destes areais esbranquiçados e estéreis.
Em épocas diversas esta região foi ocupada e reocupada por gentes de usos e costumes variados que se entrosaram nos usos e costumes dos caseiros que por aqui se haviam estabelecido com a ânsia primeira de dominarem dunas teimosas e estéreis, à força de braços habituados a trabalhos duros e de vontades de “antes quebrar que torcer”. Depois foram os trabalhos nas obras do porto e construção do farol, nos estaleiros e nas secas do bacalhau, nas salinas e na plantação da mata da Gafanha que atraíram esses povos, vindos também do Minho e das Beiras.
Pertencendo desde a primeira hora à freguesia e paróquia de Vagos, em 21 de Março de 1835 passa a depender religiosamente de Ílhavo e em 31 de Dezembro de 1853 foi desanexada civilmente de Vagos e passou a integrar a freguesia de que dependia já. Não obstante assim estar determinado, a verdade é que a ligação a Vagos perdurou e só um Decreto de 24 de Outubro de 1855 veio definir as fronteiras de Vagos e de Ílhavo. Em 19 de Setembro de 1856 o movimento paroquial de Ílhavo mostrava a Gafanha como terra em franco desenvolvimento, quer sob o ponto de vista demográfico, quer agrícola.
Datas importantes
- 31 de Agosto de 1910 - por ordem de D. Manuel II é criada a freguesia / paróquia da Gafanha da Nazaré, última a ser criada durante a Monarquia Portuguesa.
- 29 de Outubro de 1969 - a Gafanha da Nazaré é elevada a Vila, como está escrito no Decreto Nº 49332 - PUBLICADO NO DIÁRIO DO GOVERNO Nº254 (1ª SÉRIE) 29 DE OUTUBRO DE 1969, que resumidamente justifica com o crescimento demográfico, a zona portuária de Aveiro, a existência da Casa dos Pescadores, Posto Médico da Previdência, Grupo Desportivo, Cinema e Mercado.
- 19 de Abril de 2001 - é elevada a Cidade a localidade da Gafanha da Nazaré, por proposta do CDS-PP, Lei nº 32/2001, publicada no Diário da República de 12 de Julho de 2001, nº 160, série I-A, página 4230.
Património
- Forte da Barra de Aveiro ou Castelo da Gafanha
- Farol de Aveiro (ou Farol da Barra)
Museus
- Casa Gafanhoa
- Navio Museu Santo André
Fotografias
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