Geografia de Sacavém

Geografia de Sacavém
Sacavém

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Sacavém é uma freguesia portuguesa com 3,81 km² de superfície e 17.659 habitantes (segundo o censo de 2001), o que lhe confere uma densidade populacional de 4 255,2 h/km².

Localizada escassos quilómetros a nordeste de Lisboa, a capital nacional, está integrada na metade oriental do concelho de Loures (onde constitui o centro urbano mais importante, com o estatuto de cidade desde 1997), confinando com as seguintes freguesias:

É ainda banhada pelos rios Tejo, a Este, e Trancão (anteriormente chamado rio de Sacavém), a Norte, sendo que este último separa Sacavém da vizinha freguesia da Bobadela). Em termos estatísticos, constitui a décima terceira freguesia do concelho em superfície, mas a quarta em número de habitantes.

Situação

Outrora uma freguesia urbana de características predominantemente industriais, Sacavém é hoje uma cidade plena de desenvolvimento, vivendo fundamentalmente do comércio e dos serviços (sector terciário). Tradicionalmente, achava-se dividida em Sacavém de Cima (o núcleo histórico situado à roda do terreiro da Capela de Santo André e Nossa Senhora da Saúde, no topo de um cabeço de pouca altitude, sobranceiro a Lisboa), e Sacavém de Baixo (núcleo formado em torno do Convento e Igreja Matriz, contíguo ao rio Trancão), separadas pela antiga Estrada Militar, que corre actualmente pela Avenida de São José, Rua Padre Filinto Ramalho e Rua Salvador Allende.

Nas últimas décadas vieram-se-lhe juntar alguns bairros e urbanizações que, pelo seu contínuo crescimento, já mal se distinguem do velho casario urbano. São eles os bairros da Courela do Foguete, da Fonte Perra, do Olival Covo, da Quinta Nova, da Quinta do Património, do Real Forte, ou ainda dos Terraços da Ponte (a qual veio substituir a velha e degradada Quinta do Mocho, tristemente célebre ao longo de vários anos por ser a habitação de inúmeros cidadãos originários das antigas colónias africanas, que ali residiam em condições precárias).

Relevo e hidrografia

A superfície da freguesia é relativamente pouco acidentada, variando entre uma altitude miníma de 0 metros junto ao Tejo, e um máximo de 60 metros de altitude à medida que se caminha para o interior, na zona de fronteira com as freguesias de Camarate e Unhos (a fronteira com Unhos é mesmo feita através de um declive significativamente escarpado – o chamado monte do Convento – que corre paralelo à Estrada Nacional 250). Para além disso, há a notar pequenas elevações junto ao Trancão (o monte de Sintra, onde se ergue o Forte de Sacavém), na zona do centro histórico da cidade (por isso mesmo chamada Sacavém de Cima, registando uma altitude média de cerca de 38 metros acima do nível médio das águas do mar) e ao longo da Fonte Perra/Courela do Foguete/Quinta do Mocho (o monte do Mocho), nas proximidades da Auto-Estada do Norte.

A cidade é banhada pelo rio Trancão a Norte, sendo também percorrida pelas Ribeiras do Prior Velho (que corre subterrânea, sob a cidade) e do Mocho, ambas afluentes do Trancão.

Passa também na cidade o Rio Alviela, (através de um aqueduto – o Sifão do Canal do Alviela), o qual assegura o fornecimento de água à cidade de Lisboa e municípios limítrofes.

Evolução geográfica

Tanto quanto é possível determinar, ao tempo da fundação da nacionalidade, Sacavém – uma das mais antigas paróquias da zona oriental de Lisboa – teria uma superfície muito superior à actual (rondando talvez os 30 km²), e incluiria diversas povoações que, com o decorrer do tempo, se tornaram autónomas: Bobadela, Camarate, Moscavide, Prior Velho, Portela, São João da Talha e, com forte probabilidade, Santa Maria dos Olivais.

De certo, e na inexistência de mais documentos, sabe-se que fazia fronteira a Oeste com as paróquias de São Silvestre de Unhos (freguesia que então incorporava também o actual território da Apelação), São Julião de Frielas e Santa Maria de Loures (mais concretamente, com a Póvoa de Loures, que hoje corresponde à Póvoa de Santo Adrião, mas que à data era apenas um local daquela freguesia).

Admite-se que o limite Norte da paróquia fosse sensivelmente o mesmo da actual freguesia de São João da Talha; quanto ao limite Sul, é bastante vago e impreciso, sendo de supor que incluiria uma parte significativa da freguesia de Santa Maria dos Olivais (senão mesmo a sua totalidade), e como tal, terá feito fronteira com as paróquias de São Bartolomeu da Charneca, São João Baptista do Lumiar, dos Santos Reis Magos do Campo Grande, de São Jorge de Arroios e do São Bartolomeu do Beato.

Sacavém foi sendo sucessivamente amputada de partes significativas dos seu território, até ficar confinada à sua actual superfície. Assim, em 1388, foi desmembrada a freguesia de São João da Talha, levando também consigo o território da actual Bobadela.

Poucos anos volvidos, em 6 de Maio de 1397, o arcebispo de Lisboa (D. João Anes) criou a paróquia eclesiástica e civil de Santa Maria dos Olivais (incluindo também a actual freguesia de Moscavide), com territórios que fariam (como foi supramencionado), com forte probabilidade, parte da paróquia de Sacavém, assim como da do Beato. Esta nova paróquia foi confirmada por bula do Papa Bonifácio IX em 1 de Julho de 1400.

Em 1 de Maio de 1511, é chegada a hora de Camarate ganhar autonomia administrativa, através de um foral concedido por D. Manuel I.

Por fim, já no século XX, verificaram-se as últimas desanexações de território sacavenense, com a criação das freguesias da Portela (surgida oficialmente em 1 de Janeiro de 1986) e Prior Velho (que nasceu como freguesia independente em 1989).

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