O Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré foi fundado no dia 1 de Setembro de 1983, com o propósito de defender os usos e costumes dos nossos antepassados, isto é, dos que habitaram as Gafanhas desde o século XVII, conforme rezam algumas crónicas de escritores e estudiosos que à região dedicaram e continuam a dedicar algumas páginas de reconhecido interesse. O Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré é, desde Fevereiro de 1995, Associação de Utilidade Pública.
Dada a localização das Gafanhas, que são banhadas pela Ria e pelo Mar, apenas existia ligação por terra com Vagos e Mira, pelo que todos os usos e costumes foram influenciados pelas gentes daquelas localidades. Aveiro e Ílhavo não tiveram influência nos usos e costumes das gentes das Gafanhas devido à grande dificuldade que existia nas ligações, visto que as mesmas só podiam ser efectuadas por barco.
O Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré, consciente da necessidade de fazer uma pesquisa metódica e honesta, colocou "mãos à obra" e hoje orgulha-se de poder apresentar o fruto de todo o seu trabalho. A escritura pública dos seus estatutos aconteceu em 11 de Julho de 1986, no Cartório Notarial de Ílhavo e é sócio efectivo da Federação do Folclore Português e inscrito no INATEL.
A região das Gafanhas - Beira-Litoral - era habitada por gente humilde, entregue com denodo à transformação das dunas improdutivas em terras férteis. É esta gente simples que o Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré tenta representar o mais fielmente possível. A prova de que todo o trabalho de recolha e apresentação tem sido feito com muito cuidado está nos números gravados pela R.T.P. para o filme "Os Pescadores" de Raul Brandão, nos inúmeros festivais em que tem participado, nas deslocações ao estrangeiro, e muito em especial, na Medalha de Mérito Cultural atribuída pela Câmara Municipal de Ílhavo ao Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré.
O Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré começou as actuações em 1985 tendo realizado nesse mesmo ano o seu primeiro Festival de Folclore. Em 1988 deslocou-se a França para actuar nas cidades de Rouillac, Angoulême, Cognac e La-Rochelle, tendo visitado novamente este país em 1991 e em 2000. Realizou diversas exposições no salão da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré subordinadas a diversos temas etnofolclóricos, bem como uma outra, composta por 6 carros, sobre a vida dos gafanhões no início do século XVII, integrada no 5º Festival.
Em 1993 organizou o I colóquio etnofolclórico subordinado ao tema "Gafanhas: Usos, Costumes e Tradições". Em 1998 organizou o II colóquio etnofolclórico subordinado ao tema "Os oceanos e a pesca do bacalhau". Em 2004 organizou o III colóquio etnofolclórico subordinado ao tema "20 Anos ao Serviço da Cultura".
Em 1993 houve mais uma saída ao estrangeiro, neste caso à Alemanha, em 1995 a Espanha - Murcia e em 1996 a Itália - Sicília. Em 1999 realizou uma digressão por diversas ilhas dos Açores, a convite do COFIT, onde actuou em diversas ocasiões. Também foi este o ano em que recuperou a Procissão em Honra de Nossa Senhora dos Navegantes que já não se realizava há cerca de 20 anos. Em 2002 efectuou mais uma actuação para a televisão, TV Galicia, em Espanha.
O repertório do Grupo Etnográfico da Gafanha da Nazaré é composto por danças e cantares que representam a dureza do desbravamento das areias. As danças são normalmente de roda, simples como o povo que as criou e belas pela simplicidade que possuem.
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