História de Dornelas do Zêzere

História de Dornelas do Zêzere
Dornelas do Zêzere

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Desconhece-se quando e como surgiu Dornelas do Zêzere, aldeia e sede de freguesia do concelho de Pampilhosa da Serra. Esta povoação deve ser coetânea ou anterior à formação de Portugal como reino independente, aparecendo o seu nome, pela primeira vez, num documento do Papa Alexandre IV datado de 28 de Novembro de 1256. Este documento pôs termo a uma longa contenda, iniciada em 1204, entre o primeiro bispo da Guarda e outros eclesiásticos da Beira. Tal contenda estava relacionada com a posse de terras e Igrejas do termo da Covilhã, entre as quais se incluía Dornelas.

Dornelas também vem mencionada no "Catálogo de todas as igrejas, comendas e mosteiros que havia nos Reinos de Portugal e dos Algarves pelos anos de 1320-1321, com a dotação de cada uma delas", também conhecido por "Taxação das Igrejas".

Século XVI e XVI

Uma referência a Dornelas é encontrada no seu primeiro livro de registos, onde, na data de 1559, ficou consignada a visita de António Tello, desembargador do rei D. João III de Portugal e visitador do Bispo da Guarda. Em 1567 encontram-se, pela primeira vez, referências a um lugar com habitantes, dos quais se fazem assentos de nascimento, denominado Casas Queimadas, hoje inexistente. Supõe-se que ficava na encosta do Monte do Carregal, entre Adurão e Portas do Souto. Em 1569 refere-se, também pela primeira vez, o lugar de Póvoa da Raposeira, como fazendo parte da freguesia de Dornelas. Além desta, também, Barroca, Parada, Bodelhão, Alqueidão, Portas do Souto, Carregal, Adurão e Seladinhas a integravam.

Século XVII e XVIII

No início do século XVII, Dornelas pertencia ao concelho de Covilhã e comarca da Guarda. O Tombo Filipino (1615), informa o seguinte:

"Lugar de dornelas e Barroqua: o lugar de Dornelas e Barroqua tem uma freguezia da Invocaçam de nosa Senhora da Conceiçãm que tera setenta vezinhos pouco mais ou menos. E nelle serve hum juiz, hum procurador, hum escrivão mas não tem o concelho. Em o lemite delle outra cousa alguma mais que hum curral. E as coisas em que sua magestade tem a Terça."

Em 1561, no mapa mais antigo de Portugal, vêm assinalados os lugares de Dornelas e Carregal. Também, em 1569, refere-se, pela primeira vez, o lugar de (Póvoa da) Raposeira, integrando a freguesia de Dornelas, bem como os lugares de Barroca, Parada, Bodelhão, Alqueidão, Portas do Souto, Carregal, Adurão e Seladinhas.

Vicente Ribeiro de Meireles, no seu "Promptuário das terras de Portugal" inscreveu Dornelas entre as que, em 1689, pertenciam à Covilhã. Note-se ainda que em várias ocasiões, ao longo do século XVII, aparecem menções de algumas Quintas habitadas, na área da freguesia de Dornelas: Adonares, Batecovas, Bar- roca, Regaceira, Ribeiro e Vale do Carregal. Advirta-se que a Barroca, a qual tem por orago São Sebastião, se autonomizou de Dornelas no ano de 1685, tendo-se então tornado paróquia com a anexa de São Martinho, que até aí pertencera a Silvares.

O padre António Carvalho da Costa, na sua "Geografia Portuguesa", atribui, em 1708, 150 fogos a Dornelas. Em 1746-47 foi criado o concelho do Fundão e nele se integraram, entre outras paróquias e aldeias, Silvares (253 fogos), Dornelas, com 141, Barroca, com 45 e o Bodelhão, com 34; em 1757 tinha a freguesia de Dornelas 161 fogos, com 609 pessoas; a sede de freguesia tinha 40 fogos e 132 indivíduos. Os frutos da terra eram o centeio, trigo, vinho, azeite, milho e castanha, embora com pouca abundância e à força de muito trabalho.

Nos finais do século XVIII o principal acontecimento que ocorreu com a paróquia de Dornelas prendeu-se com a desanexação do Bodelhão (actual Aldeia de São Francisco de Assis) à qual, o então prior da localidade, José Dias de Carvalho, se procurou opor, sem sucesso.

Em 1798, aquando do censo de Pina Manique, a freguesia de Nossa Senhora das Neves de Dornelas tinha 141 fogos. Em 1828 Dornelas encontrava-se mencionada entre as três freguesias da Pampilhosa: Cabril, Dornelas e Pessegueiro, com respetivamente 128, 190 e 112 fogos.

Século XIX

Até 1852 Dornelas situava-se no concelho do Fundão, comarca da Guarda e província da Beira. Nesta data integrou o extinto concelho de Fajão e, a partir de 1855, passou para o de Pampilhosa da Serra, comarca de Arganil e distrito de Coimbra. Em 1854 o número de fogos havia baixado para 150, o que não admira, pois entretanto o Bodelhão e a Parada haviam deixado de fazer parte dela.

Na década de 1870 foi construído o cemitério da aldeia, no local onde ainda hoje se encontra. O arrematante da obra foi Luís António, do Carregal junto com Theodoro Prado), custando ela oitenta mil réis (note-se que, em 1949, o cemitério sofreria obras de remodelação e ampliação).

Dornelas voltou a integrar a diocese de Coimbra em 4 de Setembro de 1882, por ocasião da reorganização eclesiástica do País que suprimiu cinco dioceses. Terá sido nessa década (em 1883 ?) que começou a funcionar o ensino primário em Dornelas, ministrado por António Lopes Ventura, o chefe da família Ventura que, até meados do século XX, seria considerada uma das famílias de mais prestígio da aldeia. Mas a que, nessa época, era a mais importante era, sem dúvida, a família Meirelles do Carregal, relativamente à qual é possível encontrar referências locais, pelo menos desde inícios do século XVIII. Foi desta família que provieram os três viscondes de Tinalhas, José Coutinho Barriga da Silveira Castro e Câmara (n. 1802), Thomaz de Aquino Barriga da Silveira Castro da Câmara (1848-1916) e José de Meirelles Coutinho Barriga da Silveira Castro e Câmara (1880/1972).

A casa onde esta família morou, situada mesmo no centro do lugar do Carregal, ainda existe hoje em dia mas em acentuado estado de degradação, dado que, desde há sete dezenas de anos, ninguém lá mora. Mesmo assim, conserva nítidos sinais da grandeza que em tempos teve, como por exemplo, uma capela aberta ao exterior onde um capelão privativo celebrava missa (o último foi o padre Gregório Júlio Carvalhão, falecido em Outubro de 1920). Após o seu desaparecimento foi substituído nessa função pelo pároco de Dornelas, José Nogueira de Almeida, que a exerceu até à morte da D. Henriqueta Meireles (início da década de 1930), data em que a casa da família Meirelles fechou.

A primeira escola de Dornelas funcionou num edifício velho e com poucas condições; por essa razão foi pedido à Junta que construísse uma casa própria para aulas e para habitação do professor. Foi aberto concurso para construção do dito edifício tendo sido arrematante José lsidoro, de Dornelas, por 1.790 réis, que se comprometeu a entregar a obra até Maio de 1884. Em 1886 Dornelas envolveu-se numa questão sobre as fronteiras da sua freguesia com a vizinha Barroca, que foi rapidamente resolvida. Anos mais tarde, em 2 de Novembro de 1895, por iniciativa do Ministro João Franco, a povoação do Alqueidão seria anexada à freguesia da Barroca e concelho do Fundão, mas religiosamente continuou integrada na paróquia de Dornelas.

Século XX

Nos anos trinta a "Grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira" informava que Dornelas do Zêzere era uma freguesia situada no extremo este do concelho da Pampilhosa da Serra, pertencente à comarca de Arganil, e ao distrito, diocese e relação de Coimbra. Tinha por orago Nossa Senhora das Neves, uma área de 1.640 hectares e a população, de acordo com o censo de 1930, era de 908 habitantes, vivendo estes em 236 fogos. Tinha serviço de correio, escola primária e lagar de azeite. Havia pertencido ao concelho de Fajão, o qual fora extinto a 24 de Outubro de 1855. Compreendia ainda os lugares de Adurão, Carregal, Machial, Pisão, Portas do Souto e Vale do Carregal. O Alqueidão pertencia também à sua paróquia, mas civilmente era parte integrante da freguesia da Barroca.

Atualidade

A freguesia alberga atualmente vários edifícios de assistência social - um Centro de Dia, um Lar de terceira idade e um Jardim Infantil - assim como uma airosa ermida e uma piscina fluvial.

Bibliografia

  • "Dornelas do Zêzere Subsídios para uma Monografia" de Joaquim Eurico Nogueira

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