São João da Talha já era conhecida como paróquia da Talha, antes da sua catalogação como freguesia. Segundo uma placa tumular encontrada na capela-mor, a elevação a paróquia remonta ao ano de 1145, por D. Afonso Henriques.
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O orago da freguesia parece confirmar essa antiguidade. Sabe-se também que o seu culto é antiquíssimo, como testemunham os documentos anteriores à invasão árabe e o facto de nessa época ser frequentemente escolhido São João Baptista para padroeiro das igrejas. Tudo leva a crer que a devoção ao santo é anterior ao século VIII. Por outro lado, segundo Pierre David, no século X foram poucas as igrejas que em Portugal escolhiam São João como orago. As escolhas recaíam mais sobre outros santos mártires do oriente. Este autor considera ainda que as igrejas que têm São João Baptista por patrono são das mais antigas, existentes no nosso país.
A igreja possui no seu interior, uma abóbada de berço e uma capela-mor profunda. Esta última constitui o seu principal motivo de atracção pelo belo revestimento de azulejos azuis e brancos, do século XVII (até meia altura), e outros de tipo de tapete da mesma época, efeito de conjunto realçado pelas duas pedras de armas da família Pinto Leitão do final do século XVI. Ambas possuem a sua inscrição sepulcral: a do lado do Evangelho, referente a Manuel Pinto Leitão, falecido em 1594, e sua mulher, D. Maria de Almada, falecida em 1597; a do lado da Epístola, referente a Simão Pinto Leitão e a sua mulher, D. Francisca Imperial, que mandaram reedificar a capela. Por cima dos brasões há ainda um pequeno painel de azulejo da época.
No chão encontram-se diversas pedras tumulares de famílias e seus herdeiros ali sepultados. Destas, a mais antiga data de 1530. A pia baptismal e a respectiva capela, que se encontram à entrada da igreja do lado esquerdo são também dos finais do séc. XVI.
Ao longo dos tempos, a igreja teve várias reparações que devem ter alterado bastante a sua forma arquitectónica original. Consta que foi reconstruída no século XVI, pela família Pinto Leitão e que em 1701 teve outra reconstrução. Em 1758, na sequência dos danos causados pelo terramoto, a Igreja foi novamente reconstruída.
Referente a esse ano é conhecido um Manuscrito do A. N. T. T. no qual o cura declara quanto recebe dos paroquianos.
Entretanto, em 1910, por ocasião da Implantação da República, ela foi destruída e permaneceu nesse estado até à ultima restauração, em 1951. Nesse ano foi inaugurada com missa solene, presidida pelo Arcebispo de Cízico.
A Igreja de São João Baptista é um pequeno e sóbrio templo, cuja fachada, num estilo frio e académico do final do século XVIII ou mesmo do século XIX, conserva ainda um vislumbre da construção quinhentista na típica pirâmide que coroa a torre sineira.
É considerado “Imóvel de Interesse Público”, desde 24 de Janeiro de 1983 pelo Decreto-lei Nº. 8/83.
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