Igreja Matriz de Loriga

Igreja Matriz de Loriga
Loriga

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Sabe-se que a Igreja de Loriga foi mandada construir pelo rei D. Sancho II em cima das ruínas de um pequeno templo visigótico do qual foi aproveitada a pedra onde foi gravada a data da construção, o ano de 1233. Assim, essa pedra colocada por cima de uma das portas laterais da igreja actual confirma a sua longa existência, correspondendo à data da decisão da construção. A decisão real nesse sentido deve-se principalmente ao facto de Loriga pertencer à Vigariaria do Padroado Real.

A Igreja foi dedicada desde logo a Santa Maria Maior, um templo românico cuja traça tinha semelhança com a da Sé de Coimbra. É a partir do século XVI que se conhece, em mais profundidade, a história da Igreja em Loriga, sabendo-se portanto que sempre esteve situada no local onde hoje se encontra. Há até relatos antigos de que, o subsolo da igreja, sacristia e adro, estão cheios de ossadas, uma vez que na Idade Média, era norma segundo o uso cristão desses tempos, merecerem os defuntos sepultura eclesiástica, que era propriamente na igreja e nos terrenos em redor da mesma. Em concreto, sabe-se, no ano de 1851, ter sido sepultado, ao fundo dos degraus do altar-mor, o Reverendo Sebastião Mendes de Brito, pároco de Loriga.

A Igreja de Loriga, através do que se conhece, já foi por diversas vezes destruída sofrendo, por isso, diversas transformações, tendo em conta os desabamentos ocorridos em virtude de terramotos que assolaram o país. Assim, em 1755, aquando do grande terramoto que abalou o país, onde Lisboa ficou completamente destruída, a igreja de Loriga desabou.

No Dicionário Geográfico, da autoria do Padre Cardoso, mandado elaborar por ordem do Marquês de Pombal, por ocasião do terramoto de 1755, vamos encontrar registos descritos onde o pároco de Loriga, João Roiz Ribeiro, nos diz:

"A Parochia está situada no meio da Villa ….. O Orago desta freguesia he a Senhora Santa Maria Mayor. A Egreja tem sinco altares, hum as Sam Bento, houtro de Santa Luzia, houtro de Nossa Senhora do Rozário e o houtro das Almas. Tem huma só nave e nam tem Irmandade alguma ….Padeceu de ruína a capella mor desta Egreja em sua abóbeda e paredes desta sorte, que nam conservao Santíssimo Sacramento nem imagens algumas na dicta capela, de que já dei duas contas à mesa da consiensia e tenho a certeza de que foram entregues."1

Sendo novamente reconstruída, após o terramoto de 1755, já não conservou a mesma feição arquitectónica da anterior, no entanto, os registos dão-nos conta do seguinte:

"…era de estilo romano, com três naves, tecto artesoado com altares correspondentes à traça do templo …. A entrada para a torre e coro era feita pelo cheio da parede virada a nascente, por escadaria (interior) que partia da porta lateral…"

No século seguinte, no mês de Setembro do ano de 1882, novamente se fez sentir no centro do país um tremor de terra e, por conseguinte também muito sentido em Loriga, o qual pareceu, em principio, não ter grande gravidade. Só que as consequências viriam mais tarde, quando todos pareciam já ter esquecido. Em Novembro seguinte, e quando era celebrada a missa, estalou a viga mestra da igreja tendo, de imediato, sido efectuada a desocupação do templo e retirando algumas imagens e outros artigos. Só no fim do dia aconteceu o desabamento quase completo, tendo apenas ficado em pé a torre, apesar de muito danificada.

Em 1884 foram terminados os trabalhos da reconstrução da igreja, que a população local, toda unida, levou a efeito, chegando aos tempos actuais, passando desde então a manter a mesma estrutura com uma ou outra modificação de conservação que foi acontecendo.

No ano de 1929 foi ainda a igreja de Loriga, cenário de tragédia, quando desabou um "palanque" construído em anexo ao coro, resultando a morte de duas pessoas e alguns feridos principalmente crianças.

A Igreja de Loriga tem, além do altar principal, mais quatro altares, todos eles considerados de rara beleza, bem como as imagens que ali figuram. Tem também coro e ainda uma torre onde os seus sinos fazem chegar bem longe os seus sons.
Houve, em tempos, a ideia de construir uma nova igreja noutro local da Vila, no entanto, essa ideia não prevaleceu, mantendo-se a actual que, apesar de pequena, é uma igreja antiga, bonita, verdadeiramente acolhedora e digna de ser visitada.

Lâmpada do Santíssimo Sacramento

Pensa-se ter sido a primeira oferta dos beneméritos emigrantes Loriguenses no norte do Brasil. Remota ao século XIX, mais precisamente da década de 1870. Esta prenda foi doada à igreja de Loriga por uma família, quando do regresso à Pátria e à sua terra, tendo sido adquirida em Lisboa.
Para registo aqui se menciona a família de emigrantes loriguenses que doou à Igreja da sua terra, a Lâmpada do Santíssimo Sacramento, desde sempre muito admirada na igreja de Loriga, pelas pessoas que a visitam:

"José Joaquim dos Reis, esposa Maria Águeda Mendes Lemos e respectivos filhos, e ainda um sobrinho de seu nome António Reis".

Sacristia da Igreja

Em 1926 foram efectuadas obras de restauro na Sacristia da Igreja de Loriga, que na altura estava em degradação. Depois das obras
realizadas em Janeiro de 1927, foi elaborado o projecto da colocação de gavetões próprios de muita necessidade. Hoje com mais de 80 anos passados ainda podemos ver o belo trabalho levado a cabo na época, que demonstra a boa madeira utilizada, por isso, desponta ainda hoje a sua conservação.

Como registo aqui se menciona um apontamento existentes relacionado sobre os gavetões da Sacristia, e que se menciona na integra:

Declaração de venda

Madeira que vendi para os gavetões da Sacristia:
- 20 Couçoeiras, sendo 15 a 18:000 reis e 5 a 15:000 reis,
importando todas em reis ---345:000 reis
Loriga 24 de Janeiro de 1927
José Mendonça Cabral (Assinatura)

Nova Igreja em Loriga

Durante longos anos houve ideias e mesmo movimentos no sentido de construir uma nova Igreja em Loriga, em dada altura dizia-se mesmo que a igreja tal como era parecia apenas uma capela, de grandes dimensões, onde tinha apenas capacidade para 50% da população numa altura em que o movimento demográfico em Loriga era de grande crescimento.

A ideia começou a surgir na década de 1940, chegando mesmo no ano de 1949 a ser constituída uma comissão - António Cardoso de Moura, Carlos Nunes Cabral e Abílio Luís Duarte Pina - para levar em frente a construção de uma nova igreja, tendo sido oferecido pelo senhor Cardoso de Moura, o terreno, ou seja, a sua propriedade situada na "Carreira", no entanto, este local parece nunca ter um consenso favorável por parte da Diocese da Guarda.

Nos anos da década de 1950 e ainda de 1960, a ideia parecia ter mesmo um sentido único de levar em frente a construção de uma nova igreja em Loriga, com o Pároco da época, senhor Padre António Roque Abrantes Padre, a ser o mais entusiasta e fervoroso defensor dessa ideia. Eram constantemente falados vários locais, um que chegou a ser muito falado foi o terreno no Reboleiro, onde depois mais tarde, numa parte dele, seria construído a Cooperativa Popular Loriguense. De qualquer das formas, o que pareceu também sempre ter existido, foi nunca ter uma verdadeira dimensão o consenso generalizado para a construção de uma nova igreja, que por isso, por este ou por aquele motivo, nunca foi levada em frente como se previa e como era de grande necessidade nesses tempos. Nessas épocas corriam também rumores das muitas divergências entre a igreja local e alguns industriais de Loriga, que parece ter sido uma das principais causas de a ideia não ter o verdadeiro caminho de Loriga poder a ter uma nova igreja. Os tempos entretanto foram mudando e, hoje chega-se à conclusão que se em Loriga de outras eras, a igreja de facto era pequena para a população, hoje parece chegar para as necessidades.

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