Leça do Balio

Leça do Balio
Matosinhos



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Leça do Balio é uma freguesia portuguesa do concelho de Matosinhos, com 8,88 km² de área e 15.673 habitantes (2001). Densidade: 1.765,0 hab/km². Até 13 de Maio de 1999, a sua designação oficial era de Leça do Bailio.

História

Presume-se que a palavra Leça ou Leza deriva do nome de uma villa romana chamada Decia, Villa Decia. Balio deve fazer alusão a um cavaleiro de grau superior ao de comendador, proprietário de balia, antiga comenda das ordens militares.

Há indícios de existência de monumentos megalíticos em freguesias vizinhas, nomeadamente em Custóias, o que pode significar que já no Neolítico, há cerca de 5000 anos, haveria a utilização do território onde hoje está implantada a freguesia de Leça do Balio. Há também indícios de um pequeno castro (povoado da Idade do Ferro) na elevação de Recarei, hoje lugar de São Sebastião.

Da época romana, existem duas pontes que comprovam a presença desta civilização, entre as quais a Ponte da Pedra (hoje de feição medieval), sobre o rio Leça, e outra próxima do Araújo, a Ponte dos Ronfos ou da Azenha (cujos vestigíos são mais evidentes). Da época romana também teria havido a Villa Decia e um templo dedicado a Júpiter, no local onde hoje se situa o Mosteiro de Leça.

Uma das mais significativas descobertas arqueológicas da região, foi recolhida por volta de 1945, na Quinta do Alão. Trata-se de uma área com uma inscrição dedicada ao Deus Júpiter: "Flavus, filho de Rufo, cumpriu de boa mente o voto a Júpiter, Óptimo e Máximo". Na Ponte da Pedra, sobre o rio Leça, existe uma ponte em pedra que é atribuída aos romanos e que serviria de ligação do Porto (Portus) a Braga (Bracara Augusta) via essa que bifurcaria em Braga em duas vias, uma para Chaves (Aquea Flavia) e outra para as Astúrias. Há outra ponte de origem romana existente em Leça do Balio, próximo do Araújo, a ponte dos Rufos ou da Azenha.

Durante a dominação romana foi significativa a fixação de pequenas comunidades agrícolas, (séculos III e IV), o que deu origem ao povoamento disperso. São estas comunidades que durante o início da Idade Média (século VII) deram origem aos pequenos lugares e paróquias rurais.

Com a queda do Império Romano na Península Ibérica, foi esta freguesia povoada, aliás como todo o Portugal, por vários povos: Suevos, Visigodos e Árabes. Aquando da reconquista cristã da península, os nobres senhores de Leão, Astúrias e mais cavaleiros francos, começaram a desenvolver as actividades no condado Portucalense. Embora dependente do adiantado da Galiza, esses barões de Riba-Douro (conforme diz Fernão Lopes) foram o embrião de todo o desenvolvimento nos Sec. X e XI até à independência de Portugal (1140).

A região foi sede da antiga Baliagem ou Balia de Leça - couto da Ordem do Hospital - que existiu entre 1123 e 1835. A balia era constituída pelas freguesias de Aldoar, Custóias, Infesta e Leça do Balio. Tinha, em 1801, 2.982 habitantes.

Topónimo

Leça ou Leza é a grafia legítima, documental e não Lessa. O topónimo derivaria de uma “Vila” Decia (do romano Decio) ou do grego como julga Velho Barbosa (Memória Histórica do Mosteiro de Leça do Balio).

Quanto a Balio, a evolução do vocábulo “Walli ou Valio” através de latim até á forma portuguesa, nada há que justifique o “i” epentético. Balio, significa senhor, príncipe, nobre ou herói. Balio, na ordem de Malta, era o cavaleiro de grau superior ao de comendador, proprietário de Balia, antiga comenda das ordens militares.

A palavra Bailio, segundo Velho Barbosa, teria vindo para Portugal com os cavaleiros da Ordem de São João de Jerusalém, (ordem dos Hospitalários), pois sendo eles de origem francesa e a evolução do termo Walli para a língua franca deu Bayllie, seria esta a fonética utilizada para Bailio. Há no entanto autores que consideram legítima as duas maneiras de transcrever a palavra, mas, como diria Horácio Marçal, sem hesitações, devemos dar preferência à palavra Balio.

Para que todas as dúvidas acabassem, em 1997 e 1998, a Junta de Freguesia solicitou à Assembleia da República para que legislasse a definição do nome e daí resultou a Lei nº 30/99 de 13 de Maio 1999, que no seu artigo único declara:

A freguesia de Leça do Bailio, no concelho de Matosinhos, passa a designar-se Leça do Balio.

Património

  • Mosteiro de Leça do Balio ou Igreja do Antigo Mosteiro de Leça do Balio ou Igreja de Santa Maria de Leça do Balio
  • Cruzeiro de Leça do Balio
  • Capela de São Félix
  • Casa de Recarei ou Quinta do Alão (jardins e elementos escultóricos atribuídos a Nicolau Nasoni)
  • Quinta de Fafiães (casa, capela e tanque).
  • Quinta do Chantre, (Alameda das Tílias, casa, capela, chafarizes do terreiro, janela do jardim e portada)
  • Capela de Santana (Leça do Balio)
  • Palacete da Ponte da Pedra
  • Ponte da Pedra

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