Consideradas fruto de uma mistura entre factos verídicos, com a superstição e imaginário popular, as lendas fazem parte das histórias de cada região. São inúmeras as lendas que predominam pelo concelho de Idanha-a-Nova, das quais se apresentam algumas.
Lenda do Rei Wamba
Uma das lendas mais conhecidas é a do Rei Wamba (humilde agricultor eleito de Deus para rei dos Visigodos) de Idanha-a-Velha, a lenda do cerco do Castelo de Monsanto (após londa data de cerco da vila pelos Mouros, os Monsantinos decidiram lançar uma vitela, com o estômago cheio de cereais, do alto do castelo sobre os invasores.
Convencidos de tamanha abundância, os Mouros levantaram o cerco), a lenda de S. Pedro de Vira Corça (lugar de Monsanto com o mesmo nome) em que um frade encontrou um recém-nascido abandonado sendo posteriormente amamentado por uma corça silvestre. A lenda das Mouras de Penha Garcia (que guardavam um tesouro na gruta), da raposa e do sapo da Zebreira, das formigas gigantes de Idanha-a-Velha, entre muitas outras curiosas e interessantes.
Lenda da Senhora do Almortão
Um dia, madrugada ainda, atravessavam o campo pelo sítio Água Murta, para o labor de todos os dias, pastores e ganhões. Notaram então que numa mouta de murteiras grandes, havia algo de estranho. Aproximaram-se e viram uma linda e resplandecente imagem da Virgem. "Milagre! Milagre!", exclamaram, ao mesmo tempo que caíram de joelhos para rezar. Resolveram então conduzir a Santa Imagem para a igreja de Monsanto. Mas Ela desapareceu pouco depois e procurada no local da aparição lá estava, exactamente no mesmo sítio. E sempre que a procuravam, ela lá estava no lugar da aparição no murtão. E, respeitadores da vontade bem expressa da Senhora os habitantes da vila construiram no local a capelinha.
Lenda de Santa Catarina
Andava um honrado lavrador a amanhar a terra com uma junta de vacas no sítio da Antinha, conta-se que um dos animais morreu repentinamente. Aflito e desgostoso com a perda de tão útil como necessário animal pôs-se o lavrador a chorar a sua pouca sorte, pois, acabava de perder o "ganha-pão" da sua numerosa e necessitada família e implorava, por isso, o auxílio divino. Apareceu-lhe , então, Santa Catarina que devolveu a vida ao animal e lhe ordenou para ir ao povoado contar o sucedido e dizer do seu desejo que naquele preciso local fosse eriguida uma capela em sua honra, mas com o alpendre voltado a poente. Acudiram os habitantes a satisfazer prontamente o pedido mas virando o alpendre a nascente como era costume na época, pensando que o lavrador vidente se havia equivocado.
No dia seguinte, porta e alpendre estavam caídas no chão. Refizeram a obra deixando na mesma o alpendre dirigido a nascente e de novo ele voltou a ruir. Convenceram-se, então, os habitantes de que o lavrador não se havia enganado e executam a obra segundo as indicações recebidas. E ainda hoje podemos apreciar a capela com a porta e o alpendre voltados a poente e, estamos certos, a fé dos ladoeirenses jamais deixará cair por terra este pequeno templo que tanto carinho e estima infunde ao povo do ladoeiro.
Lenda do Penhor da Justiça
Conta a lenda que D. Garcia, alcaide do Castelo de Penha Garcia, raptou numa noite tempestuosa, D. Branca, figura de rara beleza filha do poderoso Governador de Monsanto. Passados meses de perseguição implacável, D. Garcia acaba por ser apanhado nas encostas da serrania pelos homens ao serviço do Governador. Na época, aventuras deste género eram punidas com a pena capital. No entanto, comovido pelas insistentes lágrimas da filha, foi a D. Garcia poupada a vida e em sua substituição condenado à perda do braço esquerdo, como penhor de justiça. A lendária figura do decepado continua ainda hoje vigiando e olhando do alto das torres, o morro sobranceiro de Monsanto.
Lenda da Cova da Moura
Na margem direita do ribeiro das Fontainhas, que corre a Poente da freguesia, existe um grande penedo. Nele, devido à acção da erosão, abre-se uma pequena gruta. O povo de Segura chama-lhe a Cova da Moura. Quem depois do pôr-do-sol se aproximar do penedo, ouvirá, como vinda de muito longe, do interior da rocha ou das profundezas da terra, uma guisalheira infernal, produzida pelo som de muitas e diferentes campainhas. É o sinal do aparecimentodo Moura. E diz a lenda, que se o curioso, que a visitar persistir em descobrir o segredo da rocha, mesmo depois de ouvir a guisalheira, pagará com a vida o atrevimento, porque a Moura o esmagará com uma enorme cacheira de ferro. O porquê deste proceder da estranha criatura, que ao contrário de outras suas irmãs espalhadas por todo o Portugal, prefere o isolamento à quebra do feitiço, ignora-o o povo de Segura que embora receie a Moura do penedo, continua a afirmar que nenhuma há mais bela ou mais linda.
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