Manhouce é uma freguesia portuguesa do concelho de São Pedro do Sul, com 40,53 km² de área e 836 habitantes (2001). Densidade: 20,6 hab/km².
Manhouce fica, entre o Porto e Viseu, no maciço da Gralheira, a 25 km São Pedro do Sul. Ainda são terras de São Pedro do Sul, mas quase Arouca, a dois passos de Vale de Cambra, sempre por caminhos de Serra. Centro de um polígono de Santos Populares célebres: São Macário, Santa Mafalda, Senhora da Saúde e até o Senhor da Pedra, lá tão longe à beira-mar. Ocupa uma posição estratégica na zona limítrofe entre a Beira Alta e a Beira Litoral.
Aldeia típica de granito e telhados de lousa, ocupa um vão da Serra da Gralheira, com terrenos férteis, em que o verde dos campos de milho bordejados pelas vinhas, escorre das encostas em socalcos. É rodeada de paisagens soberbas sob um tapete polícromo de urze e carqueja.
Localidades
Muro, Malfeioso, Vilarinho, Lageal, Sequeiro, Sernadinhas, Bustarenga, Carregal, Valongo, Vendas.
Toponímia
O nome da freguesia (topónimo), anda ligado ao “amanho da terra” e a um lugar chamado Couço. Assim “manho”, de amanhar (a terra) e Couço, ligado ao lugar, deu “Manhecouço”. A outra hipótese é “amanhouce”, ou terra amanhada. Qualquer das hipóteses teria evoluído para Manhouce, que é o seu nome actual.
História
A sua existência é anterior à nossa Nacionalidade, como o atestam monumentos megalíticos e pré-históricos denominados mamoas.
Tem-se como certo que a região foi habitada pelos Celtas (século VI a.C.) e pelos romanos, que aqui deixaram as suas marcas, sobretudo na calçada romana, estrada que ligava Viseu ao Porto, passando por aqui. Sensivelmente a meio caminho entre as duas cidades, esta aldeia era local obrigatório de pernoita de recoveiros e almocreves que por lá passavam e estabeleciam o intercâmbio sócio-cultural entre as gentes do litoral e do interior. Por isso a sua etnografia tem muitas influências do Douro e da Beira Litoral.
Ficou conhecida como “estrada dos almocreves”. Foi, no tempo das Invasões Francesas, um ponto de referência importante, devido à sua situação estratégica. Manhouce já foi considerada como a segunda aldeia mais portuguesa. Hoje, encontra-se mais descaracterizada, devido à aculturação sofrida pelas suas gentes.
Gastronomia
Escoado, vitela no forno, papas, carocho, vitela no forno com batatas assadas, arroz de feijão, de castanhas, de carqueija, papas de carreloiro, sopas secas, leite creme, filhós, rabanadas, pão de ló, vinho americano ( morangueiro).
Artesanato
Tecelagem, cestaria.
Festas e romarias
- Festa do Senhor - Realiza-se no segundo fim-de-semana de Julho, em Manhouce. Tem um arraial digno de presenciar.
- Festas Populares de Manhouce - Comemora-se no segundo fim-de-semana de Agosto, em Barreira. Prolongam-se por três dias.
- Festa de Vilarinho - No primeiro fim-de-semana de Agosto, em Vilarinho (3 dias).
- Festa de Sernandinha - Tem lugar no segundo fim-de-semana de Agosto, em Sernandinha.
- Festa do Carregal - Realiza-se no segundo fim-de-semana de Junho, no Carregal.
- Festa da Bustarenga - Realiza-se a 18 e 19 de Agosto, em Bustarenga.
Romarias
- Senhora da Laje - Tem lugar no dia 2 de Maio, em Merujal.
- São Macário - No último fim-de-semana de Julho, em São Macário (Macieira do Sul).
- Senhora da Saúde - Realiza-se no dia 15 de Agosto, em Castelões.
- São Bartolomeu - No dia 24 de Agosto, em Vilarinho de Baixo.
- Senhora da Pedra - Tem lugar no dia 16 de Setembro, em Espinho e dura dois dias.
Personalidades
Refere a grande Enciclopédia Portuguesa e Brasileira pessoas ilustres ligadas a Manhouce, como a rainha Dª Mafalda, que vivia no Convento de Arouca e fundou uma Albergaria na freguesia, a actual Casa da Barreira.
Património
Aspectos turísticos variados: quedas de água, moínhos, minas, casas de turismo rural, alminhas, pontes e calçada romanas.
Associativismo
- Associação Desportiva de Manhouce
- Associação de Caçadores e Agricultores “Bala Grande” de Vilarinho
- Associação de Caçadores de Manhouce
- Associação Juvenil de Manhouce
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