Marzagão

Marzagão
Carrazeda de Ansiães



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Marzagão é uma freguesia portuguesa do concelho de Carrazeda de Ansiães, com 16,56 km² de área e 320 habitantes (2001). Densidade: 19,3 hab/km².

Situada a cerca de 5 quilómetros a sul da sede de concelho, tem nas suas proximidades o Castelo de Ansiães, estendendo-se por um vale da sua encosta norte. Fica na margem direita do Douro e para norte também, distante da estação de Ferradosa na Unha do Douro aproximadamente 9 quilómetros. À esquerda da Ribeira de Linhares que lhe corre a seus pés, Marzagão estende-se em terreno plano com a altitude de 674 metros. Para sul a configuração física modifica-se e, a sudoeste atinge mesmo a altitude de 830 metros.

Marzagão tem no seu termo algumas quintas, como a Quinta da Aveleira, a Quinta da Gricha e a Quinta da Manjafra. Tem também uma aldeia anexa, Luzelos, que fica perto do lugar de Venda Nova e à face da estrada que de Carrazeda segue para a estação ferroviária do Tua.

História

Foi cabeça de uma Comenda da Ordem de Cristo e Reitoria do Padroado Real. Claro que a vida administrativa esteve ligada à antiga Vila de Ansiães, cujo castelo está um pouco a sul de Marzagão, mas a pouco mais de quilómetro e meio. Na própria Igreja está uma inscrição a assinalar a trasladação da que existiu extra muros do castelo de Ansiães, no ano de 1575, tendo sido reformada em 1765 quando era reitor o Dr. António de Sousa Pinto. As casas laterais foram mandadas fazer por ele em 1756. Por outro lado a importância de Marzagão começa a consolidar-se com a decadência de Ansiães, embora em 1697, por ordem de 11 de Outubro, se determinava já que deviam ser pagos os mestres da ponte de Marzagão e Selores, Gonçalo Vaz de Carvalho e Domingos da Silva

Em 1864 tinha 162 fogos e 540 habitantes. Depois a sua população teve oscilações naturais, atingindo o número maior de pessoas residentes em 1950 com 789 habitantes. Porém, a população nas últimas décadas tem diminuído com as migrações quer internas quer externas, na ânsia da procura de uma vida melhor.

Economia

A actividade básica da população continua a ser a agricultura. Os produtos principais são a maçã com imensos pomares, o vinho, o azeite, algum trigo e milho, havendo também outras produções de diversas árvores de fruto. A economia local inclui matas de pinheiros e sobreiros que sempre vão dando algum rendimento na madeira, na resina, na cortiça e até como lenha para lareiras.

A pecuária é pouco praticada como actividade lucrativa apesar de usarem muito os animais para os trabalhos agrícolas. Há apenas dois pastores para um rebanho de cabras e outro de ovelhas. Para fazerem o azeite vão à Lavandeira, mas têm muitos lagares de vinho particulares. Na aldeia há também uma taberna e mercearia, bem como dois supermercados como locais de comércio.

Perdura desde tempos antigos a arte de barbearia com apenas um barbeiro. Há também um professor da Escola Primária que tem seis alunos, (com o Cruzeiro ali próximo), um ferreiro, três pedreiros, e alguns fornos particulares, pois os três públicos que havia já não são usados. Até para ferrarem os animais já não têm ferrador, pelo que recorrem ao de Fontelonga ou Linhares, que por vezes se deslocam eles mesmo até Marzagão para exercerem a sua profissão. Outrora havia seis moinhos de água, principalmente no Ribeiro da Veiga que vai para Linhares e da Ponte da Veiga para baixo.

Há recolha de lixo e já têm distribuição de água ao domicílio mas falta-lhe o sistema de esgotos. As ruas, embora algumas calcetadas, ainda há outras à antiga e a necessitar de arranjo.

Património

Como locais de visita os habitantes de Marzagão gostam de mostrar a Igreja Matriz, a Ponte Romana, as suas típicas casas, a Rua de São João Baptista, a Fonte do Gricho, a Fonte Nova, a Fonte da Cagalheta, ou ainda a Capela de São João.

A Igreja é uma construção granítica de Torre sineira central e com um adro que tem dois ciprestes defronte escondendo um pouco a monumental idade e beleza do edifício. No interior, além da rica talha barroca e renascença em três frontais de altares, tem painéis no tecto da Capela-Mor com 45 quadros e no Corpo do templo com 99.

A Ponte Romana, conhecida também pela Ponte do Galego, tem dois arcos românicos e é toda em lajes graníticas, apresentando uma leve curva à entrada sul. Está situada bem perto da aldeia, a norte desta e sobre o ribeiro, e dava ligação com a aldeia de Arnal e com a estrada para o Tua. A sua construção e aparência demonstram bem a importância que ali teve aquela via de comunicação.

À entrada da aldeia na estrada que vai de Carrazeda, fica o Largo da Igreja, com um coreto também. É o espaço mais importante da povoação, onde as pessoas se juntam aos domingos e feriados bem como nos tempos livres que têm, até porque ali vai ter a estrada que vem de Linhares, formando quase um ângulo recto à direita da que vem da vila e com esta.

Dali parte igualmente a Rua de São João Baptista, outro eixo imprescindível e central do povoado, e dá para o Largo do Terreiro e para o Largo da Portela, locais igualmente mais frequentados. Naquela rua, bem como numa oblíqua à esquerda de quem parte do largo da Igreja, podemos observar algumas casas típicas e antigas, com características peculiares e a demonstrar antiguidade, como uma que tem uma janela com arco tipo ogival, ou o portal de uma casa em ruínas dando para uma varanda de madeira, tipo alpendre de entrada, que têm alguns feitios fora do comum, nomeadamente na parte de cima onde se vêem dois arcos pequenos em ogiva ligados por um sulco também esculpido no granito, e um pouco apagados pela cal branca que deve ter levado há uns anos.

Festas e romarias

A festa principal é a de Nossa Senhora do Rosário no primeiro Domingo de Maio, mas, depois, no São João, fazem também alguns festejos com cascatas, e, no verão, organizam por vezes a Festa do Emigrante, que costumava ser no segundo Domingo de Agosto. Em 1998 foi mudada para o terceiro Domingo daquele mês.

De resto as tradições vão-se perdendo, tentando alguns mais velhos lembrá-las, pois às vezes, fazem os cantares dos réis e a tradicional fogueira de Natal.

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