Mizarela é uma aldeia portuguesa, freguesia do concelho da Guarda, com 5,67 km² de área e 187 habitantes (2001). Densidade: 33,0 hab/km².
Situa-se a 13 km da Capital do Concelho no vale do Caldeirão, Parque Natural da Serra da Estrela, na margem esqueda do Rio Mondego. Faz fronteira com as freguesias de Vila Soeiro, Pêro Soares, Faia e Aldeia Viçosa.
História
A origem da povoação é medieval.
No dia 8 de Fevereiro 1912, após três meses de mau tempo, parte da povoação foi atingida por um desabamento de terras a que chamaram o "Dilúvio", que arrasou várias habitações ferindo várias pessoas e tirando a vida a 15, 8 delas da mesma família. Ainda hoje é visível na encosta o buraco de onde se desprenderam as terras.
Nos anos 70 a freguesia sentiu o êxodo rural e a emigração, com a fuga dos habitantes para países como França, EUA, Alemanha, Luxemburgo e Itália mas, sobretudo, internamente para Lisboa e para a sede do concelho, a cidade da Guarda.
Lenda
Nos anos 80, aquando da construção da Casa do Povo, foi imortalizada num painel de azulejos colocado na fachada desse edifício a lenda que explica a razão pela qual a Mizarela é conhecida como a Aldeia do Melro. Conta a história que um agricultor andava pelos campos, de roda das cerdeiras, zelando pelas cerejas que estavam a amadurecer e, como tal, apresentavam uma cor amarelada quando a certa altura vê fugir um melro do meio de uma das árvores. Tendo o dito pássaro o bico amarelo, contava ele que tal fosse uma cereja e desatou a correr atrás dele empunhando uma espada de cortiça. Quando o pássaro parou em cima de um barroco de granito o agricultor não pensou duas vezes e atirou a espada com o intuito de acertar no melro. Consta que a pontaria não foi a melhor mas que, tal a fúria e determinação das gentes da terra, ao que parece o dito barroco se abriu ao impacto tendo a espada de cortiça ficado cravada nele. Alguns populares há que acrescentam que o dito agricultor correu atrás do melro bons quilómetros, até ao sítio do Apeadeiro de Sobral da Serra. Outras fontes mais pictóricas afirmam que o melro levava realmente uma cereja no bico e que, para fugir da espada, a deixou cair e esta se foi enfiar na brecha recém-aberta no barroco e que daí rebentou uma cerdeira.
Economia
O micro-clima do vale do Caldeirão e os solos férteis proporcionam um vasto leque de culturas hortícolas, cereais e árvores de fruto, sendo de destacar as cerejeiras e as oliveiras. Aliás, a produção do afamado azeite é muito levada a sério pela população, mesmo pelos naturais que habitam foram da aldeia, que fazem grandes esforços por colher toda a azeitona não obstante o frio do Inverno.
Património
A aldeia tem como ponto forte a imponente paisagem natural e é atravessada por uma calçada romana da qual ainda se podem encontrar alguns troços em razoável estado de conservação. Essa calçada seria provida de uma ponte da mesma idade sobre o rio Mondego que terá sido substituída por uma outra mais funcional durante a Idade Média e que, embora actualmente se situe em território de freguesias vizinhas, por todos é reconhecida como Ponte da Mizarela. Seguindo essa calçada na subida da serra, quem passasse na aldeia encontrava à entrada uma Capela dedicada a Santo António e à saída uma outra em honra de São Gregório. Há ainda de destacar algumas quintas, solares e casas brazonadas, a Igreja Matriz e a Torre do Relógio.
Associativismo
O Núcleo Desportivo e Cultural da Mizarela, fundado em 1985, contava em 2006 com quase 300 associados e tem vindo a manifestar cada vez mais actividade, animando a aldeia com a organização de diversas actividades culturais e desportivas.
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