Mondim de Basto

Mondim de Basto
Sub-região Tâmega



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Foto de Vítor Oliveira

Lista de Municípios Portugueses


Mondim de Basto é uma vila portuguesa pertencente ao Distrito de Vila Real, região Norte e sub-região Tâmega, com cerca de 3.500 habitantes.

É sede de um município com 171,87 km² de área e 8.574 habitantes (2001), subdividido em 8 freguesias. O município é limitado a nordeste pelo município de Ribeira de Pena, a sueste por Vila Real, a sudoeste por Amarante, a oeste por Celorico de Basto e a noroeste por Cabeceiras de Basto.

Juntamente com os concelhos de Celorico de Basto, Cabeceiras de Basto e Ribeira de Pena, forma a unidade regional historicamente conhecida como Terras de Basto.

Vila e sede de concelho, Mondim de Basto repousa numa chã fértil na margem esquerda do rio Tâmega e no sopé da grandiosa pirâmide verde do Monte Farinha, coroado pela ermida da Senhora da Graça.

Freguesias

História

Mergulha na noite dos tempos a data da fundação de Mondim. Há quem diga que já os gregos e os assírios andaram por aqui, mas nada o pode garantir. Mais certos são os tempos castrejos, em que estes montes em volta de Mondim eram férteis em população. O aro mondinense abrange montes de impressionante relevo, a principiar pelo ondulado cerro do Monte Farinha, outrora coroado por três proeminentes castros. Aí respira-se um nítido aroma a vida pré-histórica. É nas eminências castrejas que tem de se procurar as origens do povoamento desta terra. Ali, a trezentos metros do cruzeiro de Campos, levanta-se o castro do Castroeiro, que também poderia apenas ser um género de atalaia ligada ao sistema defensivo do castro dos Palhaços, esse o centro político e militar de toda esta região.

No século II antes de Cristo, as legiões romanas sob o comando do cônsul Décio Júnio Bruto invadiram e conquistaram todas estas terras. Sabe-se que houve heróica resistência por parte das tribos montanhesas. No alto da Senhora da Graça poderá ter existido a célebre cidade de Cinínia, onde pontificava a belicosa tribo dos Tamecanos. Todos eles tiveram que se conformar com a imposição romana de virem povoar as partes baixas. Começava um período que se estenderia por quatro séculos. Era o tempo da romanização. As férteis terras desta freguesia íam em pouco tempo mostrar toda a sua produtividade. Tinham início as primeiras formas de organização civil e administrativa. Construíam-se estradas, que deixaram vestígios em Pedravedra, e pontes como a de Vilar de Viando, perto da vila. Foram explorados minérios e ensinada a arte de trabalhar a telha e o tijolo. Nascia a indústria de tijoleiras de Carrazedo.

Os povos germânicos que expulsaram os romanos não parece terem deixado grandes marcas em Mondim, tal como a presença mourisca. Estes continuam no centro de muitas lendas e histórias que nos falam de fabulosos tesouros e de mouras encantadas. Nada de concreto se poderá dizer quanto ao estado de Mondim durante a dominação árabe.

Nos princípios da Nacionalidade, as gentes que por aqui viviam, entregues às suas ocupações rústicas ou pastoris, não possuíam regalias que as defendessem dos usuais atropelos da “gente de algo”. D. Sancho I, a petição dos moradores, outorgou a Mondim uma carta de foral. Nos Paços do Concelho guarda-se esse documento em pergaminho. D. Manuel I concedeu-lhe foral novo em 3 de Junho de 1514. Pelo meio ficavam as Inquirições do século XIII, nas quais S. Cristóvão de Mondim aparece como pertencente à “terra” de Basto. Em 1350, aparece um testamento do conde D. Pedro, filho ilegítimo de D. Dinis, ordenando que os seus bens na vila de Mondim de Basto ficassem a sua “hóspeda” D. Teresa Anes “de Toledo”, que com ele vivia nos paços de Lalim, logo que o arcebispo de Braga estivesse pago da sua dívida. Depreende-se que os bens do conde teriam anteriormente sido dados em penhor de certos dinheiros que o arcebispo lhe emprestara. O passo do testamento é algo confuso (mais por não se conhecer na íntegra nesta disposição), mas não há dúvida significar o referido:

“mando que dês que o Arcebispo de Braga for pagado e entregue das mil libras que de mim tem em penhor dos ditos dinheiros de Mondim e de seu termo assim como as eu hei, que todos fiquem e os haja a dita Dona Tareja Anes para sempre, sem encargo nenhum”.

A não ser (o que não parece) que se haja dado o contrário: D. Pedro ter feito o empréstimo e ter em penhor dele os bens arquiepiscopais desta freguesia. Durante a crise dinástica subsequente à morte de D. Fernando, Nuno Álvares Pereira andou por aqui, caçando e recrutando homens para a Batalha de Aljubarrota. Tornou-o a fazer anos depois, aquando da Tomada de Ceuta. Em Novembro de 1483 foi a vez de D. João II, o Príncipe Perfeito, se deslocar a esta vila.

Por volta dos meados do século XVII vamos encontrar D. António Luís de Meneses, primeiro marquês de Marialva, como donatário desta vila de Mondim. Foi agraciado com aquele título por D. João IV, depois de ter sido um dos primeiros a aclamá-lo em 1 de Dezembro de 1640. Seguidamente prestou relevantes serviços ao País durante as guerras da Restauração. Pelos inícios do século XVIII, a Câmara de Mondim, juntamente com as de Atei, Cerva e Ermelo apresentaram uma de criação de um Juiz de Fora nestes quatro concelhos. Esta criação era possível, segundo a exposição daquelas câmaras ao marquês de Marialva, porque o território era rico e tinha população suficiente para sustentar um magistrado. Foi escolhida a vila de Mondim para albergar a sede, por ser a melhor e maior povoação, local onde havia bons edifícios, comércio e uma feira todos os meses. Nessa época Mondim tinha-se já tornado o império dos curtumes, fornecendo todo o País de couro e calçado. Em 1758, na sua memória original, o pároco da freguesia de São Cristóvão diz ter o título de vigário com uma renda anual de 350 mil réis.

O século XIX começou mal e quase que acabava de maneira ainda pior. Logo a 11 de Janeiro de 1811, no decorrer da segunda invasão napoleónica, uma coluna destacada do exército de Soult, saiu de Guimarães para Fafe e daí seguiu para Mondim. Aí chegada, antes de continuar para Amarante, o destacamento francês aproveitou para saquear a vila. Deram-se vários recontros e escaramuças entre os invasores e a resistência local. Pelos finais do século, a vila de Mondim perdia momentaneamente o seu estatuto de sede de concelho, por supressão do mesmo, sendo anexada como freguesia ao de Celorico de Basto. Com a restauração do concelho, em 26 de Janeiro de 1898, voltava tudo à forma inicial.

Património

A igreja matriz, totalmente modificada, apresenta da primitiva traça um portal lateral gótico. O corpo da nave é coberto por um tecto de caixotões (ao todo 75 molduras). O altar-mor enquadra um sumptuoso retábulo de talha dourada do século XVIII. Algumas peças de prata, um turíbulo e uma naveta, de oficinas do Porto, valorizam o conjunto das suas alfaias. A Capela do Senhor é um belo e pequeno templo de granito, de estrutura românica, com decoração barroca. O tecto, de madeira, é esquartelado e pintado. As molduras dos caixotões são de grande relevo. Entre as imagens conserva-se uma do século XVI.

A Casa do Eiró, edifício brasonado do século XVIII, destaca-se do casario da vila e segue o tipo comum das residências regionais da época.

Personalidades

Mondim de Basto tem uma notável galeria de ilustres figuras:

  • Frei António de São Bernardo Queirós
  • Frei José de São Bernardo
  • Mondim Borges de Azevedo Mourão
  • Abade José Joaquim da Costa Leite
  • António da Costa Cardoso
  • António Borges de Castro

Economia

Agricultura e pecuária, indústrias de transformação de madeira, de serralharia civil, de calçado e têxtil, pedreiras, comércio e serviços.

Festas e Romarias

  • Festas do Concelho (a 24 de Julho)
  • São Bartolomeu (segunda quinzena de Agosto, em Pedravedra)
  • Santa Luzia (15 de Agosto, em Vilar de Viando)
  • São Gonçalo (em Campo)
  • Semana Cultural do Concelho (de 25 de Abril a 1 de Maio, com carros alegóricos)

Património

Igreja matriz, capelas do Senhor, de Nossa Senhora da Piedade, da Senhora da Ponte e de São Sebastião, casa da Igreja (c/ brasão), ponte romana, alminhas, cruzeiros, várias casas brasonadas e centro histórico.

Outros locais

  • Senhora da Graça
  • Parque de Campismo
  • Casa do Barreiro de Cima
  • Complexo Restaurante Casa do Lago e Piscina Municipal
  • Zona Verde
  • Quinta do Fundo
  • Praia Fluvial
  • Parque de Lazer
  • Campo de Ténis
  • Mini-golf
  • Castro Castoeiro (no lugar de Campos)
  • Fisgas de Ermelo
  • Ponte Rommânica do Rio Cabril

Gastronomia

Cabrito assado, vinho verde e o geral do concelho.

Artesanato

Tecelagem, tamancaria, bordados e cantaria.

Colectividades

Orago

  • São Cristóvão

Feiras

  • Quinzenal (aos dias 2 e 22 de cada mês)
  • Anual (Feira da Terra - 27 a 30 de Julho)

Ligações externas

Fotografias

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