Montijo é uma cidade portuguesa pertencente ao Distrito de Setúbal, região Lisboa e sub-região Península de Setúbal, com cerca de 26.500 habitantes. Até 1930 chamava-se Aldeia Galega do Ribatejo.
É sede de um município com 347,35 km² de área e 39.168 habitantes (2001), subdividido em 8 freguesias. É um dos poucos municípios de Portugal territorialmente descontínuos (os outros são Oliveira de Frades e Vila Real de Santo António) e é aquele que o é de forma mais evidente. A porção principal, onde se situa a cidade, é a mais pequena e é limitada a norte e a leste pelo município de Alcochete, a sueste por Palmela, a sudoeste pela Moita e a noroeste liga-se aos municípios de Lisboa e de Loures através do estuário do Tejo. A porção secundária, cerca de 20 km a leste, é limitada a nordeste por Coruche, a leste por Montemor-o-Novo, a sueste por Vendas Novas, a sudoeste por Palmela e a noroeste por Benavente.
Freguesias
- Afonsoeiro
- Alto Estanqueiro - Jardia
- Atalaia
- Canha
- Montijo (freguesia)
- Pegões
- Santo Isidro de Pegões
- Sarilhos Grandes
Descontinuidade Territorial
O concelho de Montijo é um dos poucos municípios de Portugal territorialmente descontínuos, estando geograficamente dividido em duas partes:
Parte Oeste
Constituída pelas seguintes freguesias: Montijo, Afonsoeiro, Atalaia, Sarilhos Grandes e Alto Estanqueiro/Jardia, com uma área aproximada de 56,3 km². A Parte Oeste é formada basicamente pelo território do antigo Concelho de Aldeia Galega do Ribatejo, ao qual foi concedido foral em 1515 por D. Manuel I.
Parte Este
Constituída pelas seguintes freguesias: Santo Isidro de Pegões, Canha e Pegões, com uma área aproximada de 291,7 km². A Parte Este formou-se a partir do território do antigo Concelho de Canha, extinto pela primeira vez a 6 de Novembro de 1836, altura em que foi integrado no Concelho de Montemor-o-Novo. A 2 de Janeiro de 1838 o Concelho de Canha volta a ser de novo restabelecido para, no entanto, ser definitivamente extinto no dia 17 de Abril do mesmo ano e integrar o Concelho de Aldeia Galega do Ribatejo. A 6 de Junho de 1930 é alterada a designação da vila que passa a intitular-se Montijo, denominação assumida pelo próprio concelho.
História
A História do concelho do Montijo está intensamente ligada ao rio Tejo já que uma grande área do seu território é por ele delimitada. As favoráveis condições naturais terão estado na origem da presença humana desde o Paleolítico; assim o comprovam testemunhos arqueológicos encontrados na região.
Na génese do concelho de Aldeia Galega está o concelho mais amplo do Ribatejo, remontando este ao séc. XII. A sua área integrava duas freguesias, Santa Maria de Sabonha e São Lourenço de Alhos Vedros, no séc. XIV elevadas a concelho. Sabonha virá, no séc. XV, a dar origem aos concelhos de Alcochete e de Aldeia Galega do Ribatejo, sendo este o único a conservar o topónimo original.
Os habitantes das localidades de Sarilhos, Lançada, Aldeia Galega, Montijo, Samouco e Alcochete dedicavam-se à pesca, à exploração de salinas e à produção de vinho. O abastecimento de vinho, sal e frutas, quer a Lisboa, quer aos navios fundeados no Tejo, estava na origem do intenso movimento de embarcações, nomeadamente, barcas e batéis A barca de Aldeia Galega destinava-se, especificamente, ao transporte de lenha.
Durante a regência de D. Pedro (1439-1446), sendo Mestre da Ordem de Santiago seu irmão, o infante D. João, foi construída uma estacada, obra de engenharia importante para a época, que impediu o assoreamento do rio, tornando mais fácil a navegação fluvial para Aldeia Galega.
O desenvolvimento da localidade justificou a atribuição de foral em 15 de Setembro de 1514 pelo rei D. Manuel I. Desconhecendo-se a razão, o mesmo monarca voltou a atribuir novo foral em 17 de Janeiro de 1515, desta vez um único diploma para duas vilas: Aldeia Galega do Ribatejo e Alcochete. Em 1533 o Correio-Mor estabeleceu em Aldeia Galega a sede principal da Posta do Sul, serviço que assegurava o transporte de correspondência. Desde então começaram a passar inúmeros viajantes, vindos de Lisboa, com destino ao Sul ou a Espanha. Em 1574 foram redefinidos os limites dos concelhos de Aldeia Galega e de Alcochete.
Em Dezembro de 1640 o Duque de Bragança, futuro D. João IV, no caminho para Lisboa, onde viria a ser aclamado rei, pernoitou em Aldeia Galega. Outros monarcas também por aqui haveriam de passar: D. João V, D. João VI, ainda príncipe herdeiro, D. Maria II.
No decorrer do séc. XVIII assistiu-se a uma mudança gradual da economia local: a preponderância das actividades ligadas ao rio e à agricultura cedeu lugar às actividades comerciais e industriais, nomeadamente, ao comércio e transformação de gado suíno. Paralelamente fixaram-se inúmeros alentejanos em Aldeia Galega.
A importância da sua situação geográfica, como via de ligação entre Lisboa, o Sul do país e a fronteira, é evidenciada num Decreto emitido durante o reinado de D. Maria II, que definia, no contexto das necessidades de reparação das estradas do país, como prioritária a estrada de Aldeia Galega do Ribatejo ao Caia e de Lisboa ao Porto, pela sua relevância para a economia do país. Face ao assoreamento do rio e procurando garantir o fácil movimento de pessoas, que agora a Mala Posta também assegurava, viaturas e mercadorias, em 1852 o Governo mandou construir uma ponte – cais de 315 metros de comprimento.
Na segunda metade de Oitocentos, nas férteis terras de Aldeia Galega, cresciam cereais, vinho e frutas, os pinhais abundavam e rio dava peixe, marisco e sal. A sua economia agrícola e industrial, aliada à já referida situação geográfica – ponto de escala de quem pretendia alcançar a capital do reino, vindo do Sul ou da fronteira, ou de quem de Lisboa viajava para aquelas direcções -, faziam de Aldeia Galega do Ribatejo um importante entreposto comercial.
A construção do caminho-de-ferro do Sul e Sueste, ao desviar o fluxo de passageiros e mercadorias, conduziu a uma recessão económica na localidade que foi ultrapassada com o incremento do comércio e transformação de gado suíno. No início do séc. XX e até à década de 50, assistiu-se à expansão desta actividade, assim como da indústria corticeira. Paralelamente a este apogeu económico, a vila de Montijo viu surgirem importantes infraestruturas e equipamentos: a praça de touros, o mercado municipal, o cinema-teatro, a cadeia comarcã, o palácio da justiça, a reformulação do parque municipal Carlos Loureiro.
Em 6 de Julho de 1930, pelo Decreto nº 18434, a vila e o concelho de Aldeia Galega do Ribatejo passaram a denominar-se Montijo. À época era constituído por três freguesias: Montijo, Sarilhos Grandes e Canha. Em 1957 foi criada, pelo Decreto-Lei nº 41320, de 14 de Outubro, a freguesia de Santo Isidro de Pegões.
Em 14 de Agosto de 1985, com a Lei nº 32, a vila de Montijo foi elevada à categoria de cidade. Nesse mesmo ano foram criadas as freguesias de Atalaia, Pegões e Alto Estanqueiro-Jardia. Em 1989 a Lei nº 34, de 24 de Agosto, publica a criação da freguesia de Afonsoeiro.
Economia
A economia do Montijo tem estado, desde há varias décadas, fortemente ligada a actividades como a Produção, Abate e Transformação de Carne, a Preparação e Transformação de Cortiça, bem como à produção Hortícola, Vinícola e Florícola.
Estes sectores obtiveram grande expressão no concelho motivada pela sua localização geo-estratégica e pelas suas características ecológicas e climatéricas. Qualquer uma destas actividades adquiriu uma abrangência que ultrapassa em muito as fronteiras regionais e ainda hoje são o principal motor empresarial do concelho, responsáveis pela absorção de uma importante parcela do emprego local.
A inauguração da ponte Vasco da Gama, ligando a zona norte de Lisboa ao Montijo, bem como a conclusão de importantes eixos rodoviários, colocaram o Montijo no centro do principal corredor rodoviário nacional, permitindo um acesso facilitado às principais cidades do país, às principais infra-estruturas portuárias e aeroportuárias e a Espanha.
O seu posicionamento estratégico sai assim reforçado e tem-se mostrado determinante na captação de novos investimentos, de novos projectos, muitos deles de grande dimensão, dando lugar a uma reconfiguração do tecido empresarial local, cada vez mais ligado a actividades comerciais e de serviços e com um peso decrescente do sector primário.
Cultura
Espaços Museológicos
Museu dos ex-Votos do Santuário de Nossa Senhora da Atalaia
Largo da Igreja - Atalaia
Museu do Pescador
Avenida dos Pescadores, nº 132
Museu Municipal – Casa Mora
Avenida dos Pescadores N.º 52– Montijo
Museu Etnográfico de Canha
Rua do Castelo - 2985 Canha
Museu Agrícola da Quinta Nova da Atalaia
Largo da Feira - Atalaia
Moinho de Vento do Esteval
Urbanização do Moinho Velho - Montijo
Moinho de Maré do Cais
Frente Ribeirinha de Montijo
Ligações externas
Fotografias
Galeria dos nossos visitantes
As fotografias desta secção, em todos os artigos, são colocadas pelos nossos leitores. Os créditos poderão ser observados por clicar no rodapé em files e depois em info. As imagens poderão possuir direitos reservados. Mais informações aqui.
Galeria Portuguese Eyes
As fotografias apresentadas abaixo são da autoria de Vítor Oliveira.
Mapa
Artigos relacionados
Artigos com a mesma raiz:
- Sub-região Península de Setúbal - Artigo raiz
Artigos subordinados a este (caso existam):
Adicione abaixo os seus comentários a este artigo
Comentários