Murtosa

Murtosa
Sub-região Baixo Vouga



{"module":"wiki\/image\/FlickrGalleryModule","params":{"size":"small","userName":"Portuguese_eyes","tags":"murtosa","order":"interestingness-desc","perPage":"1","limitPages":"1"}}

Foto de Vítor Oliveira

Lista de Municípios Portugueses


Murtosa é uma vila portuguesa, situada no Distrito de Aveiro, região Centro e sub-região Baixo Vouga, com cerca de 3.100 habitantes.

É sede de um pequeno município com 73,65 km² de área e 9.804 habitantes (2006), subdividido em 4 freguesias. O município é dividido em dois pelo braço norte da ria de Aveiro. O território principal, onde se localiza a vila, é limitado a nordeste pelo município de Estarreja e a sul liga-se aos municípios de Albergaria-a-Velha e Aveiro através da ria de Aveiro, que também o rodeia a ocidente. O território secundário é limitado a norte, por terra, pelo município de Ovar e a sul pelo de Aveiro, e tem litoral na ria de Aveiro a leste e no oceano Atlântico a oeste. O concelho foi criado em 1926 por desmembramento de Estarreja.

Freguesia

As freguesias da Murtosa são as seguintes:

Topónimo

A origem do nome deste concelho é por vezes um grande tema de discussão. Isto, porque a sua palavra primitiva sofreu grandes alterações com a evolução da língua portuguesa. A história conta que esta era uma terra de «fogo morto»; terra de «foco mortuo»; terra mortua; terra mortuosa; terra mortosa; mortosa; murtosa. Mortaus; mortua, morta ou myrtus; murtus, murta… Que topónimo Murtosa foi buscar, originalmente, o étimo provável da sua formação? Dizia-se casal de fogo morto o que estava desabitado e onde o lume se apagara; e por generalização: toda a terra inculta ou despovoada.

Na baixa latinidade, até D. Dinis, e em todos os documentos: terra de focuo-mortuo. Alterando-se a grafia, a seguir, para vulgar, a forma: terra mortua que, em sentido colectivo pelo reforçamento do sufixo OSA, nos apareceu transportada em terra mortuosa. Nos velhos manuscritos que vão passando, o topónimo do nosso apadrinhamento surge, a cada passo, diferentemente grafado até nos próprios documentos oficiais:- MORTOOZA; MORTTOZA;MORTOZA;MURTOOZA, MURTOZA; MURTUOZA. Para leis da fonética, é vulgaríssima conversão da vogal átona O em U, e na grafia arcaica, com frequência, se duplicavam as vogais tónicas. Assim se teria descaído em MURTOSA.

Terra morta, planura desolada, quase sem vida vegetativa, que os vendavais, cruéis e assoladores, batiam mais amiúde na freima costa recortada. Esta designação de «terra morta», deve-se ao facto desta zona ser denominada de Beira-marinha, são integralmente uniformes e homogéneas na associação dos caracteres da sua estrutura geológica e étnica. A mesma harmonia as confunde em todos os detalhes do seu conjunto. Até o seu revestimento vegetal é de perfeito aspecto similar. E incluem-se na divisa cenezoica de formação moderna. De natureza sedimentar, emergem hoje no antigo golfo marítimo, de reentrância ainda hoje bem definida, sob a acção de poderosas forças, erosivas e construtivas. No tempo de Afonso III eram simples afloramentos arenosos, distendidos em medois e cabedelos, farto manto de junças. Escoadoiros barrento. Esteiros, sapães e atoleiros. Ínsoas, lagoas, charcos, ilhotas, canais e ribeiros. Faixas alagadiças e empapadas das vasas aluvianares.

Marinha e ria – enquadramento de maravilhosa traça fisionómica que corda de areia fulva veio fechar, depois, até Mira às iras oceânicas e a muralha esborcinada do paleozóico cintou a nascente. Perspectiva onde os olhos se nos ficam a abeberar-se na perturbante magia dos seus panoramas.

História

Foi talvez pelo ano de 1200 que se fixaram neste rincão da beira-mar algumas famílias de marnoteiros e pescadores que não tardaram a aproveitar também os recursos da terra. Numa doação ao convento de Tarouca, no ano de 1242, aparece mencionada, com o nome de Morrecosa ou Mortecosa, uma marinha de sal que não será temerário aproximar das origens da Murtosa. No entanto, é possível que, a princípio, lavradores e pescadores formassem classes aparte, pois a actual vila provém de dois núcleos distintos. Pardelhas pertenceu ao termo de Figueiredo, e os seus moradores eram foreiros do mosteiro de Vila Cova, situado na freguesia de Sandim. Murtosa entrou no Couto de Antoã e Avanca, pertencente ao Mosteiro de Arouca. Ambas se desenvolveram a par e formaram em bom entendimento uma unidade para o governo eclesiástico, antes de constituírem uma unidade para a administração civil.

Parece que a paróquia já existia em princípios do século XVI. Numa espécie de censo da população, feito em 1527, aparece no termo da Vila da Bemposta, "cabeça do concelho de Figueiredo", a "aldeia de Pardelhas e freguesia", com 47 vizinhos. A "aldeia da Murtosa e sua juradia", pertencia então ao termo da vila de Antuã e tinha 22 vizinhos. As duas aldeias somavam, pois 69 vizinhos - núcleo populacional importante, comparado com outros: Estarreja tinha 50, Salreu 37, Avanca 50, Pardilhó 20, Saidouros (Bunheiro) 19, Aveiras (Veiros) 34. Num "Promptuário das Terras de Portugal" organizado em 1689, afirma-se explicitamente essa divisão: pertenciam ao termo da Bemposta os lugares do Ribeiro, Agra, Rua do Ribeiro, Pardelhas, Outeiro, Caneira e a Póvoa da Saldida; ao de Estarreja ficavam Murtosa e Monte. A documentação relativa aos dois aglomerados populacionais tem de procurar-se respectivamente no que resta dos cartórios de São Bento da Ave-Maria (para a qual passaram as freiras de Vila Cova em 1535) e de Arouca. Quanto a Pardelhas, sabe-se que, já em 7 de Março de 1287, mandava el-rei D. Dinis que lá não exercesse jurisdição o juiz da Feira. O convento de Vila Cova pôs-lhe depois seu juiz e procurador, até que, em 13 de Maio do ano de 1358, por carta de el-rei D. Pedro, ficou assente que toda a jurisdição do crime e do cível pertencia ao concelho de Figueiredo. O mosteiro de Vila-Cova obteve para os seus caseiros e lavradores que moravam em Pardelhas alguns privilégios por cartas de 2 de Janeiro de 1448 e 3 de Novembro de 1451. As terras pertencentes a Arouca estavam divididas das de Vila-Cova por marcos e divisões de que fala a carta de instituição do Couto de Antoã em 1257 e uma inquirição de 1334.

No século XVI, o convento de São Bento da Ave-Maria organizou o tombo das suas propriedades em Pardelhas e, em 1697, mandou erigir novos marcos de pedra com o báculo de São Bento e a respectiva data. No auto de demarcação, fala-se no "arco da capela-mor da igreja velha da Murtosa", antecessora da actual. As freiras beneditinas tiveram questão sobre as rendas de Pardelhas com Jorge Moniz, senhor de Angeja, em 1575, e com o Marquês de Angeja em 1756."

Em 27 de Abril de 1898, o Dr. Barbosa Magalhães, apresentou nas cortes um Projecto de Lei propondo a criação do Concelho da Murtosa, constituído pelas freguesias da Murtosa e Bunheiro. Continuando este povo sem ser atendido nos seus protestos de emancipação, alguns "Homens Ilustres", deslocaram-se às cortes gerais, em 7 de Abril de 1899, solicitando a aprovação da sua petição de elevar a Murtosa a Concelho. Após grande insistência, o então Ministro do Interior, Jaime Afreixo, colabora com o povo da Murtosa e esta desanexa-se de Estarreja, em 29 de Outubro de 1926.

Heráldica

Pela portaria nº. 7:602, de 20 de Junho de 1933, foi constituída a bandeira, armas e selo do Município da Murtosa.

Brasão

De ouro, coberto de rede vermelha. Escudete de prata com três gaivotas da sua cor, realçadas a negro. Duas faixas ondadas, uma de verde e outra de azul, carregadas de peixes de prata. Coroa mural de prata de quatro torres.

Bandeira

Vermelha. Listel branco com letras de negro. Cordões e borlas de ouro e vermelho. Haste e lança douradas.

Bibliografia

  • OLIVEIRA, Miguel de - Nótula Histórica da Murtosa. Progresso da Murtosa. Murtosa: Mário Silva. Nº. 369 (1936).

Ligações externas

Fotografias

Galeria dos nossos visitantes
As fotografias desta secção, em todos os artigos, são colocadas pelos nossos leitores. Os créditos poderão ser observados por clicar no rodapé em files e depois em info. As imagens poderão possuir direitos reservados. Mais informações aqui.

Sorry, we couldn't find any images attached to this page.

Galeria Portuguese Eyes
As fotografias apresentadas abaixo são da autoria de Vítor Oliveira.

{"module":"wiki\/image\/FlickrGalleryModule","params":{"size":"thumbnail","userName":"Portuguese_eyes","tags":"Murtosa","order":"dateAddedDesc"}}

Mapa

Artigos relacionados

Artigos subordinados a este (caso existam):

Adicione abaixo os seus comentários a este artigo

Unless otherwise stated, the content of this page is licensed under GNU Free Documentation License.