Olival Basto (por vezes também chamado incorrectamente de Olival de Basto) é uma freguesia portuguesa do concelho de Odivelas, com 1,39 km² de área e 6.246 habitantes (2001). Densidade demográfica: 4.493,5 h/km². O Olival Basto tem por orago Nossa Senhora de Fátima.
Olival Basto faz fronteira com as freguesias da Póvoa de Santo Adrião e de Odivelas (no concelho de Odivelas), Camarate e Frielas (no concelho de Loures), Ameixoeira e Lumiar (no concelho de Lisboa).
História
Às portas de Carriche e ao longo da Estrada Nacional nº 8 estende-se o casario de Olival Basto, cujo nome deve aos ricos olivais que aqui existiram e dos quais restam algumas centenas de oliveiras, na encosta que vai do Senhor Roubado até ao Vale do Forno. Provenientes de todos os lados, os "malteses", homens e mulheres, vinham para a apanha da azeitona, aos quais na época se dava o nome de "malteses".
Para quem se dirige a Lisboa, esta é uma das entradas e aqui existem algumas construções, restos de um pequeno núcleo que se formou, provavelmente, junto ao posto de cobranças das antigas portagens (constituídas entre 1900 e 1902, eram a última fronteira para demarcar o Concelho de Loures). Para transpô-las era necessário pagar uma taxa que vigorou até 1930, sensivelmente. Pelas encostas, à esquerda e à direita, as muralhas do século XIX assinalam os limites de Lisboa. O traçado das modernas vias sacrificou alguns antigos edifícios deste núcleo e as primeiras casas das antigas vilas.
Situado na fronteira de dois concelhos, foi o local escolhido para estação de muda - a Malaposta. A diligência que transportava o correio parava aqui para descanso do pessoal e muda dos animais que a puxavam. Os novos cavalos atrelados à diligência, por estarem folgados, garantiam a velocidade que se desejava, para uma comunicação rápida. Após ligeiras obras de adaptação, o edifício da Malaposta passou, mais tarde, a matadouro municipal. Após o seu encerramento, o edifício ficou votado ao abandono, por largos anos, o que o degradou bastante.
Na década de oitenta projectou-se para aqui um teatro, obras que se desenvolveram tendo em conta uma proposta cultural que incluía as áreas de produção e formação teatral e, ainda, de animação cultural. O edifício ficou concluído e, no ano de 1989, iniciaram-se as actividades que, até hoje, se têm vindo a realizar. A construção é formada por três corpos dispostos em "U", recuperados do primitivo edifício, tendo-se acrescentado o palco e alguns anexos. Localiza-se na Rua Angola, ao longo da qual se estendem as vilas que vieram a ser construídas em Olival Basto.
A revolução industrial, no século XIX, trouxe à cidade de Lisboa, muitas famílias provenientes de todos os pontos do país. Albergar essas famílias, numa cidade sem estruturas para isso, constituiu um grande problema, uma das vertentes da questão social, que se estendeu até aos dias hoje. A solução de emergência foi abrir, a muitas dessas famílias, as portas dos velhos palácios desabitados há vários anos e em adiantado estado de degradação. Eram os chamados pátios, de que temos inúmeros exemplos, em Lisboa, como o caso de Marvila. Posteriormente, construiu-se habitação social - as vilas - geralmente em regime de mono-habitação, bairros de casas, por sistema, todas iguais, umas vezes só de um piso, outras vezes de um piso térreo e primeiro andar. Temos, também, exemplos em Lisboa, como é o caso das vilas da Graça, da vila Grandela, do Cabrinha, em Alcântara e tantas outras.
Se Caneças é a terra das fontes, Olival Basto é a freguesia das vilas. Por ficar à beira da capital e ser daqui mais fácil a deslocação para o trabalho, construíram-se, com acesso pela Rua Angola, única do primitivo aglomerado, cinco vilas: Vila Carinhas; Vila Gordicho; Vila Amália; Vila Jorge; Vila Ribeiro. Nem todas seriam destinadas a operários fabris. Devido à grande actividade agrícola na lezíria, nomeadamente na Quinta da Várzea, muitos trabalhadores rurais terão habitado algumas das casas destas vilas. A Quinta da Várzea, no leito das cheias da Ribeira da Póvoa, de solo ubérrimos, produzia hortaliça em abundância, na sua quase totalidade consumida em Lisboa. Hoje, faz parte da Reserva Agrícola Nacional e nela têm vindo a surgir construções que já formam um bairro de génese ilegal.
Quanto à sua evolução administrativa, a Freguesia de Olival Basto, território desanexado da freguesia da Póvoa de Santo Adrião, foi criada no dia 30 de Junho de 1989, e elevada à categoria de vila no dia 4 de Junho de 1997.
Património
Teatro da Malaposta
O Teatro Malaposta é, desde 2 de Dezembro de 1989, um belo e notável teatro, cujo património pertenceu ao Município de Loures, sendo a sede da AMASCULTURA - Associação dos Municípios da Amadora, Loures, Vila Franca de Xira e Sobral de Monte Agraço, constituído para actividades comuns na área sócio cultural. Presentemente o Teatro da Malaposta pertence ao Concelho de Odivelas, localiza-se na Rua Angola, ao longo da qual se estendem as vilas que vieram a ser construídas e foram das primeiras habitações desta Freguesia, (Olival Basto).
Lugar de regresso, de estar e de partir para novos rumos, no plano da descentralização cultural e artística, o Teatro da Malaposta está, ao serviço das populações das Freguesias do Concelho de Odivelas. Com efeito, o edifício cumpriu, inicialmente, as funções de Malaposta de Loures (estação da Malaposta de casal-dos-correios) e posteriormente, depois de alterada sua imagem arquitectónica, passou a Matadouro Municipal, até à data do seu encerramento. Recuperado o seu espaço disponível, mas mantendo a austeridade da traça do conjunto edificado, surge o Teatro da Malaposta, no qual se estreou em 20 de Dezembro de 1989 a peça de José Cardoso Pires "O Render dos Heróis".
Bibliografia
- "Odivelas Uma Viagem ao Passado" de Maria Máxima Vaz
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Comentários
Não eram 5 vilas mas 6, para entrar na vila Gordicho tinha que entrar na vila JM (Joaquim da Mata), depois de atravessar a vila JM em frente à estação de serviço da cepsa (antiga estação do "jaquim" das baterias virava-se à direita e só depois se entrava na Gordicho. Minha familia viveu mais de 100 anos na primeira casa da vila JM, numas águas furtadas por cima duma tasca hoje café rissól (eu inclusive), tinha um chafariz (ùnico nas vilas) aonde as mulheres lavavam a roupa (o pouço ainda lá está). Ainda tenho documentos com a morada de vila Joaquim da Mata.
Moro no Olival basto e gostaria de saber quando é que o Matadouro Municipal (atual edifício do Centro Cultural da Malaposta) deixou de funcionar. Alguém me pode indicar o ano e motivo pelo qual foi encerrado?
Realmente nunca percebi por que a vila Joaquim da Mata fica sempre esquecida.
Vitor e antes da vila Gordicho os quartos lembras? aquele cheiro caracteristico dos quartos ainda hoje o sinto.
A questão que eu coloco e que há bastante tempo procuro a resposta, é exactamnete igual á da D. Filomena viegas de
22 de Fevereiro de 2013.
Será que nas duas Câmaras ( loures e Odivelas ) não existe um departamento que possa responder a esta questão?
Cumprimentos
luis rocha
nasci em 74 e ainda vi o matadouro funcionar…..talvez em meados dos anos 80.
Vim com 10 anos para o Olival Basto com os meus pais e irmão, e assisti muitas vezes ao funcionamento do Matadouro. O tempo era de crise e devido a graves problemas de saúde, " que não era comparticipada" fui algumas vezes buscar sangue dos animais para o cozer em casa, onde era comido com se de carne se tratasse. A construção do Matadouro foi em Dez. de 1873. Em Out. de 1989, foi inaugurada a Malaposta, pois o Matadouro já não estava em funcionamento, e a sua degradação já vinha de alguns anos atrás. Nasci em Lisboa há 75 anos, continuo a viver no Olival Basto, e não consigo distinguir, qual o chão de que gosto mais
Cara Natalina gostaria de saber em que documento se baseia para dizer que a construção do matadouro foi em dezembro de 1873.