Pacos De Brandao
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Paços de Brandão
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Portugal Paços de Brandão
— Freguesia —
Festa dos Arcos
Bandeira
Brasão de armas
Paços de Brandão
Localização de Paços de Brandão em Portugal
40° 47' N 8° 35' O
País Portugal
Concelho Santa Maria da Feira
- Tipo Junta de freguesia
Área
- Total 3,71 km2
População (2011)
- Total 4 865
Código postal 4535
Orago S. Cipriano
Sítio www.jf-pacosdebrandao.pt
Paços de Brandão é uma freguesia portuguesa do concelho de Santa Maria da Feira, com 3,71 km² de área e 4 590 habitantes (2001). Densidade: 1 237,2 hab/km².
A sua fundação data de há mais de novecentos anos, associada ao cavaleiro normando Fernand Blandon, o qual ajudou D. Afonso Henriques na Reconquista Cristã. Tornou-se vila em 1985.
Possui diversos pontos de interesse como o Parque Municipal da Quinta do Engenho Novo, casas abrasonadas, como a Casa da Portela (local de filmagens do filme Amor de Perdição) ou a Casa de Riomaior, diversas quintas e o Museu do Papel.
Realizam-se anualmente várias festas religiosas e populares, tal como a Festa da Póvoa, e a mais conhecida, Festa dos Arcos, que conta com a exposição de Arcos feitos por pessoas da freguesia de forma manual, realizada no primeiro fim de semana de Agosto no arraial da freguesia que demarca o centro da vila, junto à Igreja Paroquial.
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SOBRE NÓS
Breve História de Paços de Brandão
«Afonso VI, rei de Leão e Castela, pediu reforços a Filipe I, rei de França, para expulsar os Mouros da Península Ibérica. Foram muitos os Cavaleiros Normandos (oriundos da Normandia), que se alistaram na hoste do conde D. Henrique. »
E é daqui que um dos cavaleiros da Normandia, de nome Fernand Blandon, vindo de uma família aristocrática, entra em Portugal em 1095 para assistir ao casamento do Conde D. Henrique com D. Teresa para fazer as homenagens da posse do governo do Condado Portucalense. No entanto, nesse mesmo ano, entrou como Donatário de uma terriola, até ali denominada Villa Palatiolo, como prémio da sua bravura nos campos de batalha contra o Islão, e desde então hoje é conhecida como Paços de Brandão (Paços - Palácio + Brandão - Blandon). Levantou mais tarde a sua Casa Nobre com Torre (como é timbre dos Brandões), a qual não chegou aos nossos dias, devido à erosão. Sabe-se apenas que até ao Séc. XIV a Torre ainda permanecia de pé. Entretanto, Fernand Blandon faleceu em data incerta, e foi sepultado no Mosteiro de Grijó.
A terra Brandoense que se orgulha do seu brasão, fica-lhe devendo o fomento agrícola pela radicação da população e o crescimento de uma nova freguesia.Com solares e grandiosas quintas, incluindo 3 casas com brasão: A Casa da Portela (onde em tempos serviu de cenário para o filme 'Amor de Perdição) a Casa do Comendador Azevedo Brandão e Casa do Engenho Novo, entre outros focos turísticos como a Igreja Matriz e Capela, às lendárias fontes, ao recente Museu do Papel, , sem deixar de mencionar a Praça de onde feiras e festas populares desempenham um bom papel para a Vila, entre muitos outros focos de interesse turístico.
Leia a História detalhada de Paços de Brandão 'Recordar 900 anos de Paços de Brandão' por Padre Joaquim Correia da Rocha
« Paços de Brandão chamou-se n'outras eras Palaciólo Blandom - diz o »Domingo Ilustrado» E povoação vestusta, porque já existia no século XI. Deu-lhe o nome um cavalleiro, companheiro do conde D. Henrique, chamado Blandom. Compunha-se a freguezia de nove casaes, da metade dos quaes era donataria a Ordem de Malta, á qual pertencia tambem metade da egreja. A outra metade era propriedade do mosteiro de Grijó, que possuia mais de dez casaes. Os primeiros moradores da localidade foram os mencionados Brandões, cujas sepulturas estão no mosteiro. »
Paróquia
Orago : S. Cipriano
[ Bispo, Doutor e Mártir de Cartago ]
« Ecclesia Santi Cipriani de palaciolo de bndõ»
«Foi ao redor da Igreja Matriz, que nesta terra se agruparam sucessivas gerações de homens; foi junto ao altar sob o olhar de Deus, ou do seu santo, que esses homens viveram, trabalharam, esperaram e sofreram…» E a povoação de crentes cresceu…
Não há provas suficientes do início da Igreja paroquial em Paços de Brandão, mas estima-se que entre 1131 e 1132 a Igreja já existia, segundo a Diocese Portucalense que assim o refere na sua colectânea de Diplomas antigos, denominada "Censual do Cabido do Porto".
Mas antes desta Igreja pressupõe-se que já existia nesse mesmo local, um centro de culto primitivo, possivelmente um «…modesto campanário encostado a uma moderníssima ermida (…) com uma sineta a chamar os crentes a fazerem assembleia…» segundo relata o Pe. Joaquim Correia da Rocha nos seus estudos da terra brandoense. Com o passar do tempo, foi criando visuais novos, aumentando de tamanho para se tornar mais funcional. Após várias tranformações, só em 1630 aparece o primeiro livro de Baptismos. Em 1640 o 2º livro de assentos 'obituário' e mais tarde em 1694 o 3º livro, o de casamentos.
Em 1755, no tempo de Marquês de Pombal, não fora só em Lisboa os estragos que o terramoto provocara. Mesmo no Norte de portugal, houve necessidade de restauração de certos monumentos e edifícios, como esta mesma Igreja. A 15 de Outubro de 1763, a obra prima pintada na abóboda da Capela-Mor é finalizada pelo pincel do pintor portuense Domingos Teixeira Barretto, onde hoje ainda se pode admirar restaurada recentemente pelo Prof. Adriano M. Amaral (1990). Uma pintura alegórica a S. Cipriano e à Glorificação de S. José.
Igreja e Arraial em Dia de Festa (1800
Igreja Paroquial (1910
Em 1943, a população, constituída por operários da indústria Corticeira, não tinha possibilidades para um novo restauro da Igreja que apresentava sinais de ruína cujo orçamento excedia as suas posses. «Em simbiose perseverante com os fregueses (freguesia), o Padre da altura, Pe. José Martins Alves desdobrou-se em iniciativas mil, uma das quais ficou na memória do povo: as Consoadas, ou seja, uma forma de o povo poder contribuir para a paróquia de uma forma mais festiva e mesmo de concorrência entre lugares da mesma freguesia.
Igreja Paroquial (2004)
Pe. Julião Valente
Lugar da Igreja
4535-275 Paços de Brandão - Tel: 227442077
«…A última reparação mais importante da Igreja desde 1961, com a vinda do novo e actual pároco, Pe.Julião Valente, foi o alargamento lateral em 1992, dando-lhe um aspecto diferente, criando assim espaços vários, tanto para o culto, como para serviços(…) Foi um grande sonho que se realizou. Agora temos uma Igreja paroquial ampla, totalmente renovada, cómoda, artisticamente enquadrada num todo harmónico, com uma parte social moderna devidamente apetrechada para futuros trabalhos da paróquia; uma capela-Mor onde se pode contemplar quatro grandes painéis de grande valor artístico, e sobretudo um tecto abobadado com pinturas antigas de rara beleza. No corpo da Igreja logo nos impressiona a harmonia existente que os trabalharam…» - Padre Julião Valente, Pároco da Freguesia, de 1961/2010.
Noutros padrões de crenças encontramos várias referências patrimoniais, como a Capela da Póvoa, os cruzeiros, as alminhas e oratórios, os quais podem ser visualizados na nossa secção turística. Quanto às associações ligadas à paróquia, dirija-se à secção das colectividades.
LENDAS, CONTOS E TRADIÇÕES
Capela de S. José - Lugar do Matoso (Versão de Beatriz Correia)
Quem espreita através do portão de ferro, por certo se interrogará acerca da «mão chagada», segurando em cada dedo S. Joaquim, Sant'Ana, S. José, Nossa Senhora eo menino Jesus. Por detrás deste bizarro quadro colorido, uma Cruz com os Martírios do Senhor, e ums tábuas descoloridas… Está sempre alumiada e adornada de jarras com flores… Mistério?Os «antigos» eram tementes.. E em tudo viam «apelos». Não conheciam a parapsicologia. E talvez por isso, ou não, criaram este contexto:
«Nesse tempo não se faziam as novenas das Almas. Era nos fins de Setembro. Ainda eram solteiras as filhas do sr. Carvalho. O calor era intenso. Decidiram cortar o milho no campo (por detrás da dita capelinha, que ainda não existia). À meia noite, a faina agrícola ainda continuava, pois o campo é vasto e a produção do milho era vasta. Num dado momento, uma das moças foi a casa buscar uma bebida fresca. Foi então que apareceu uma luzinha no ar, e, institivamente, os homens tiraram os chapéus, e todos iniciaram uma reza… provocada mais pelo susto do que pela vontade de orarem ali… Deixaram as foicinhas no campo e forma seguindo a luzinha, que entrementes poisara numa figueira. Com mais curiosidade, a Ermelinda foi a correr, entrou em casa (que foi a Sede da Academia de música) subindo pelas escadas de pedra e correndo para uma janela, para ver melhor. Ao tempo que se aproximava da janela, a luz vem direitinha a ela, e amoça só teve tempo de cerrar as empanadas…Ouviu-se uma forte pancada, pelo lado de fora! Assustada, adoeceu e esteve muito mal… Foram todos para suas casas. E, de manhá, viram uma mão gravada numa das empanadas… A capela foi ali levantada, no terreno do sr. José Carvalho, que ele dedicou ao santo do seu nome (S. José).. Mas o mistério ainda lá continua.
Calendário Popular
O nosso povo, num dos seus rifões, diz:
« A carriça tem de dar carne para a Páscoa» - isto é, é a primeira ave a compor o ninho - hino de ternura - e a chocar as pedrinhas. São assim chamados os ovos dos passarinhos, para que as formigas não dêm cabo das implumes avezinhas.»
Consoadas
« Natal lembra, não só a universal festa da Família, mas também o que os seus habitantes não apreciam menos: as tradicionais consoadas. Este termo, entre eles, significa a costumada ceia da véspera de Natal e também os cortejos de prendas oferecidas por todos ao Menino Jesus. É neste sentido que aqui o emprego. A emulação foi sempre um grande factor psicológico do progresso.
Consoadas (1963)
Por isso, o Rev. Pároco divide previamente a freguesia por partes (por lugares ou zonas) que devem apresentar publicamente em Domingos e Dias Santos sucessivos, as suas ofertas ao Menino; No dia previamente determinado e à hora da tarde combinada pelos interessados, saem todos de suas casas com as prendas, e organiza-se o cortejo. À frente, o pirotécnico e os ajudantes que transportam os foguetes ea seguir, sem ordem pré-estabelecida, o povo com as dávidas: galinhas, ovos, coelhos, vinhos, chouriços, e até opísaros jantares, etc. são levados por homens, mulheres e crianças. Poucos trajam como habitualmente: as raparigas vestem à vianesa e os rapazes as conhecidas calças e faixa de 'rusga'; e as crianças trajam à maruja ou à soldado, quando não imitam palhaços…
Compasso - Páscoa
Uma das tradições que o povo brandoense ainda se pode orgulhar é existência do compasso que se dirige casa em casa, para que se benzam as casas, onde as famílias se reunem à volta da mesa para receber as bençãos de Hesus Ressuscito. O chefe de família tem como tradição pegar na cruz e dar a beijar a toda a família que lá se encontra. Saem sempre 4 cruzes constituídas pelos acólitos e/ou paroquianos que se oferecem para fazer esse trajecto, a todos os que o quiserem receber, colocando para isso, verdes na soleira da porta ou da entrada respectiva. A chegada do compasso apercebe-se pelo som do pequeno sino que um dos paroquianos faz questão de tocar ao longo das ruas.
Para o "MAR CRUSIER":
Caro comentarista, li com muita atenção a sua transcrição do "Recordar - 900 ANOS DE PAÇOS DE BRANDÃO" e apenas uma qustão lhe vou colocar: - «O Mar Crusier» leu alguma vez a nossa História de Portugal, desde a Presúria de Vimara Peres até à época em que se faz a união das terras desde o Rio Minho ao Mondego, e, que vieram a ser denominadas por, Condado Portucalense?
Faço esta pergunta, pois o meu Caro Comentarista, caíu nos mesmo erros do Sr. Padre Correia, e, se tiver dúvidas veja o que este Senhor Padre diz nas páginas 52, 55, 87 e 94 (principalmente quanto às origens desta Paróquia de S. Cipriano de Paços de Brandão),e compare o que lá encontra com o que vem relacionado em qualquer bom compêndio de História, ou se quizer, tem o Dr. José Mattoso, em "NAQUELE TEMPO - Ensaios de História Medieval", depois diga-me o que está correcto ou não. Mas como se isso fosse já o suficiente para que a obra em causa (900 Anos de Paços de Brandão), abra a página 103, fotocópia de um mapa publicado no "LE CARTULAIRE BAIO-FERRADO DU MONASTÈRE DE GRIJÓ", por Robert Durand (Paris 1971 - Fundação Calouste Gulbenkian . Centro Cultural Português) e diga-me se aquilo que o Sr. Pde. Correia fez, na fotocópia do referido mapa, está correcto ou se poderá tal acto ser efectuado por alguém que queira que se aceite como de «verdades históricas» o que efectuou!!!
Agradeço que efectue as leituras necessárias, se tiver dificuldades em encontrar literatura que se relacione com os factos que apontei, diga-me, que terei todo o prazer em lhe facultar uma extensa bibliografia, onde encontrará matéria, mais que suficiente, para rectificar, com «a verdade histórica», o que transcreveu dos 900 Anos de Paços de Brandão.