Palhota

Palhota
Valada

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Palhota é uma aldeia que pertence à freguesia de Valada, concelho do Cartaxo.

A aldeia avieira da Palhota é uma aldeia típica de pescadores, construída com casas de madeira, tipo palafitas, cuja origem se perde nos tempos. Nesta aldeia chegou a viver Alves Redol (1911-1969), um grande escritor português que muito escreveu acerca do Tejo e das suas gentes. Ricardo Costa com a colaboração da RTP, realizou um filme documentário de longa-metragem Avieiros em 1975 sobre a vida dos pescadores na Aldeia da Palhota.

Aldeia palafítica

Há uma razão de ser para que esta seja mais uma aldeia palafítica, assente na sua maioria em grossos pilares de cimento. Na altura das cheias, o Tejo resvala do leito e os terrenos ao redor são inundados, quer seja margem esquerda ou direita. Aliás, não é por acaso que o vale de Santarém é considerado provavelmente a zona de maior produtividade agrícola de Portugal, devido ao adubar natural das terras. E para fazer face a estas intempéries que por vezes atacam com força, surgiu a necessidade de elevar as casas. Mas como nem todos os anos há cheias, houve quem aproveitasse o espaço para fazer pequenos galinheiros ou silos artesanais. Nas imediações da aldeia, para além de campos agrícolas e o rio Tejo, também há doninhas, toirões e raposas.

História

Foi a fome, que nos finais do século XIX, início do século XX fez sair os pescadores da Praia da Vieira no concelho da Marinha Grande, em busca do sustento que as condições do mar não lhes oferecia durante o Inverno. Tendo encontrado o Tejo que nessa época era um «jardim de peixe» trocaram a pesca no mar pela do rio, primeiro sazonalmente, depois cá foram ficando com as famílias, vivendo nos barcos, rio abaixo rio acima. E por isso lhes chamaram avieiros, os «ciganos do rio». Por muito tempo viveram e trabalharam dentro dos barcos. O quarto era à proa, a cozinha ao meio e a oficina da pesca à ré. Mas com o passar dos anos, os donos das terras da Borda d’Água autorizaram-nos a estabelecer-se nas margens do Tejo, onde começaram a construir as primeiras barracas de madeira em cima de estacas e cobertas com palhas ou caniços. As estacas que já usavam nas dunas junto ao mar e que impediam que a areia lhes entrasse em casa, eram agora a salvação contra as cheias do rio.

Foram várias as aldeias construídas ao longo do Tejo, segundo a tradição dos pescadores da Praia da Vieira. Hoje poucas resistem. Além da Palhota, a única que conserva maiores semelhanças com a tradição avieira, ainda existem as ruínas do Patacão, aldeia abandonada em 1988. Nas Caneiras, as novas casas de tijolo e as de madeira, pré-fabricadas, tomaram o lugar das barracas avieiras. O Esteiro do Nogueira, em Vila Franca de Xira deu lugar a uma moderna marina e na foz do Alviela, as duas aldeias chamadas Barreiras do Rio e Barreiras do Tejo estão desde meados do século passado à espera que a chuva e o vento as deite abaixo.

Teimosos os avieiros sempre lutaram pela sobrevivência desde que viram que o Tejo tinha começado a morrer devagar. Os seus filhos que emigraram ou foram trabalhar para as fábricas, ficaram à espera, sempre com os olhos postos no rio. E sabe-se lá porquê, o peixe que tinha desaparecido, voltou. Voltou o sável, voltou a lampreia. E voltaram à pesca os filhos dos últimos avieiros do Tejo, num regresso às raízes, enchendo o rio de belos barcos com a proa virada para o céu.

Projecto Palhota Viva

O Projecto Palhota Viva Associação de Defesa do Ambiente nasceu em 1988, quando foi adquirida a casa de um pescador, com a intenção de transformá-la na «Casa do Avieiro», para funcionar como centro de acolhimento ou casa abrigo. Actualmente, recebe pequenos grupos de escuteiros e estudantes.

Os seus objectivos são, essencialmente a recuperação e preservação do património construído e ambiental da única aldeia de pescadores avieiros (oriundos de Vieira de Leiria) no concelho do Cartaxo, que mantém ainda intactas as suas características: a Palhota. Ela é hoje a aldeia mais bem conservada de quantas os avieiros construíram nas margens do Tejo, desde a Chamusca à Vala do Carregado, pois quase todas já perderam a tipicidade da sua construção palafita.

O Projecto Palhota Viva foi criado para mobilizar a população ainda existente e idosa para acreditar que vale a pena viver na Palhota e sensibilizar os seus descendentes que procuraram vida noutros locais a mantê-la e preservá-la como um traço de união ao seu passado. É também criar uma forma de desenvolvimento sustentável que passe pelo lazer, turismo de natureza e cultural, fazendo do local uma aula prática de Educação Ambiental. Em defesa do património naval construído, foram adquiridos barcos tradicionais avieiros, sendo um deles à vela.

O Projecto Palhota Viva está inscrito desde 1993 no Registo Nacional das Associações de Defesa do Ambiente do Ministério do Ambiente (Instituto do Ambiente). A pedido do Projecto Palhota Viva, em 1988 e sob proposta da Câmara Municipal do Cartaxo, a aldeia da Palhota foi classificada por voto unânime da Assembleia Municipal, como «Património de Interesse Regional».

Fotografias

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