Parada de Aguiar, também chamada de Parada do Corgo, é uma aldeia pertencente à freguesia de Soutelo de Aguiar, no concelho de Vila Pouca de Aguiar.
A aldeia é pequena, tem à volta de 90 fogos e aproximadamente 230 habitantes. Fica situada numa encosta, a 3 km da vila e perto da estrada nacional 2. No fundo da aldeia passa o rio Corgo que actualmente se encontra bastante poluído.
É bom viver em Parada, respirar o ar puro que aqui temos e viver o sossego dos seus dias. Aqui não se conhecem os perigos das grandes cidades. As crianças andam à vontade nas ruas e brincam livremente nos largos da aldeia. As pessoas conhecem-se todas e ajudam-se quando é preciso.
Panorama de Parada de Aguiar- foto da autoria de Fernando Ribeiro |
Economia
As pessoas, na sua maioria, vivem da agricultura e da criação de gado. Existe nesta localidade uma exploração de coelhos, além de alguns rebanhos de ovelhas, vacas, etc. Devido à falta de emprego muitas pessoas foram levadas a emigrar, para outros países, como: Suíça, França, Espanha, entre outros.
Património
Na aldeia existem algumas coisas antigas, tais como ruas, casas, capelas, o tanque, a escola e a linha do comboio. Existe ainda um túmulo escavado na rocha, que se situa no lugar do Outeiro e que, segundo informações recolhidas, será do século IX ou pré-romano. Na dita rocha podem ver-se pequenos rasgos, com a forma de uma serpente e que serviam para rituais pagãos.
Existem duas capelas, uma maior que se situa no cimo da aldeia e que é utilizada regularmente, e outra mais antiga chamada Capela de São Pedro. Esta situa-se no fundo da aldeia e só é utilizada no dia 29 de Junho, data da festa em honra de São Pedro.
Ligações externas
- Escola Básica de Parada de Aguiar, texto dos alunos
- Blog Parada de Aguiar, de Cunha Ribeiro e Fernando Ribeiro
- Site da Câmara Municipal de Vila Pouca de Aguiar
Fotografias
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OLHAR DE FORA
Talvez, por esse mundo além, haja gente que, tal como eu, ou de uma outra forma qualquer, sentem, singularmente, a terra onde nasceram.
Aos 19 anos de idade experimentava eu, pela primeira vez, esse sentimento tão português que é a saudade, ou essa sensação única que é “olhar de fora”, por vezes com ofegante nostalgia, a terra onde nascemos. Foi em Paris - o meu sonho civilizacional e libertador de adolescente - que soube, pela primeira vez, valorizar deveras a suave tranquilidade e a gratificante simplicidade de uma aldeia. Junto do leito barrento do Rio Sena, quantas vezes lembrava extenuado a transparente frescura das águas do Corgo. Quando circulava no meio dos enormes arranha-céus , quantas vezes recordei, nostálgico, as casas simples de varandas soalheiras, onde gatos dormiam enroscados em aventais estendidos no chão. Debaixo do Céu escuro, pardo e poluído de Inverno, quantas vezes me vieram à memória dias luminosos cheios de sol.
A grandeza aparente das coisas citadinas foi-se revelando, cada vez mais mesquinha e sem graça, a meus olhos: monumentos imponentes da cidade sucumbiam perante a minúscula capela onde se rezava o terço no mês de Maio. As grandes e largas avenidas tornavam-se ridículas à beira das ruelas estreitas, onde as vacas defecavam “preciosas bolas esverdeadas” que vedavam fornos a lenha. Os grandes e variados parques eram insignificantes manchas verdes ao pé dos pinheirais que cobriam a vasta ladeira da serra.
Anos depois, embora mais perto, continuo a olhar de fora o lugar onde, num dia pequeno de Inverno, nasci para o mundo. Não já com a alma embargada de saudade. Mas ainda com o apego e a voracidade com que as raízes da árvore se agarram à terra onde nasceu.
Não sou um desterrado, apesar disso. Suporto facilmente algumas ausências. E quando regresso à minha terra amo-a por dentro; quando a deixo, não a abandono, e amo-a por fora.
CUNHA RIBEIRO