A vila de Fronteira possui diversos motivos de interesse patrimonial, dos quais se alistam alguns:
Palácio da Justiça
Estamos perante um imóvel do século passado, do séc.xx, inaugurado em Abril de 1967 pelo Prof. Antunes Varela na altura ministro da Justiça, sendo construído totalmente com mão-de-obra prisional. No seu interior predomina o mármore e na sala de audiências uma obra-prima do Mestre Martins Barata a pintura mural intitulada Atoleiros.
Santa Cruz ou Cruz de São Brás
Desconhece-se a data da sua edificação sabendo-se que o cruzeiro já aí se encontrava em 1573. Continua ainda a celebrar-se junto ao cruzeiro a Festa de Santa Cruz, enfeitam-se os braços da cruz com capelas de flores, acende-se uma fogueira junto ao seu calvário, enquanto que ao seu redor decorre o popular arraial com danças e cantares. A festa era antigamente organizada pelas mulheres que trabalhavam no campo, as moças mais novas levavam as capelas ao seu destino e os mais velhos cantavam até à meia-noite.
Capela de Santa Cruz
é de rosas encarnadas
puseram-nas as solteiras
com a ajuda das casadas.
Rua dos Trigueiros
Estamos perante uma rua com edifícios dos séc.XVIII e XIX que continua bem preservada, este conjunto de edifícios pertencem na sua maioria a grandes proprietários locais. De entre estas sobressai, pela sua traça e dimensões, a residência da família Soares Franco, construída nas primeiras décadas de 1800.
Praça do Município
Este local é um dos ex-libris de Fronteira. Possui a antiga Casa da Câmara, o Pelourinho, o actual edifício da Câmara Municipal, a Torre do Relógio e o Arco dos Santos uma das portas do antigo castelo.
Paços do Concelho
Existe aqui bem próximo na Rua D. Francisco de Portugal as antigas casas da Câmara, construídas muito provavelmente no século XVI sofrendo ao longo da sua existência uma série de destruições e até algumas reparações, na verdade é que a situação pouco dignificante das condições de trabalho e funcionamento da Câmara teve inicio a construção a 30 de Abril de 1831 das actuais Casas da Câmara. A sua construção viria a coincidir com um período de graves perturbações políticas e sociais, que poriam em causa o ritmo das obras e a complexa escalada de trabalhos que traduziram em constrangimentos financeiros e foi graças ao empenho de figuras gradas da terra q eu foi possível a título gratuito ultrapassar este obstáculo. Somente em 27 de Maio de 1840 a Câmara reuniu pela primeira vez nas suas novas instalações não obstante não estarem ainda concluídas os esgotos.
Pelourinho
Existe um documento datado de 12 de Novembro de 1770 que constitui a mais antiga descrição conhecida do Pelourinho de Fronteira, cuja construção é certamente muito posterior provavelmente do inicio do século XVI, o monumento foi classificado Imóvel de Interesse Público em 11 de Outubro de 1933.
Torre do Relógio
Antes desta torre existiu uma outra em avançado estado de degradação existe um documento datado de 31 de Janeiro de 1597 a conceder autorização para a referida vistoria e só em 31 de Janeiro de 1612 é que a Câmara mandou pôr em pregão para a obra de demolição de Torre. Os trabalhos de demolição da torre primitiva decorreram lentamente e edificação da nova foi concluída em 19 de Julho de 1618, embora com alguns problemas com o sino da torre teria que ser substituído e no dia 6 de Novembro de 1618 finalmente é dada como concluída as obras da torre do relógio. Apesar de completamente reparado, o relógio continuava a funcionar mal e somente em 1829 foi comprado um novo á firma Irmãs Guerra, Lda em Lisboa. Mais tarde a própria torre, embora de excelente construção sofreu ela própria algumas alterações especialmente na parte superior em 1878.
Arco dos Santos
Situada sobre o Arco da antiga Porta dos Santos, esta capela fazia parte de um vínculo instituído por frei Luís Matinca cuja administração pertencia á Irmandade do Santíssimo Sacramento. A sua construção deveu-se ao facto de permitir aos presos da cadeia situada do outro lado da praça assistir aos ofícios religiosos já em 1695.
Rua Frei Manuel Cardoso
Entramos agora na rua com o nome de um grande músico do século XVII nasceu em Fronteira 11 de Dezembro de 1566 e viria a falecer no Convento do Carmo a 24 de Novembro de 1650 e aí foi enterrado numa sepultura onde se lia:
“Aqui jaz o Padre Frei Manuel Cardoso Mestre e Varão insigne na Arte da Música”
A sua extensa obra foi ainda publicada em seis volumes, quatro de missas, um de Magnificas e outro da Semana Santa. Hoje existem obras gravadas pelos melhores grupos corais da Europa e disponíveis no mercado.
Travessa do Pina / Antiga Rua da Judiaria
A antiga toponímia local assinalava uma Rua da Judiaria topónimo que se conservava ainda na década de 30 do século XIX, mas desconhece-se a sua localização exacta daquele bairro ou arruamento.
Rua do Paço
A Rua do Paço era no século XVI uma das ruas principais, porque ia dar à praça principal do castelo. Na sua globalidade, o núcleo urbano não apresenta os traços característicos das vilas planeadas medievais, pelo que o seu desenvolvimento se terá ficado a dever, a uma ocupação gradual do espaço disponível, estruturado em função das vias de comunicação.
Rua Cândido de Oliveira
Estamos no cruzamento entre a Rua Cândido de Oliveira e a Rua do Paço. A poucos metros daqui situa-se a casa onde nasceu Cândido de Oliveira antigo jogador e treinador de futebol, fundador do jornal “A Bola”, jornalista, seleccionador nacional, morreu no exercício da sua profissão de jornalista em Estocolmo em 1958 no campeonato do Mundo de Futebol. Hoje existe a disputa da super taça Cândido de Oliveira entre o vencedor do campeonato da Liga e da taça de Portugal.
Rua António Borralho Murça
Passamos por esta rua somente por dois motivos. Primeiro para poderem apreciar esta magnifica paisagem que demonstra de algum modo a zona de transição entre a planície e a serra. Sobre António Borralho Murça poderemos dizer que foi capitão-mor de Fronteira onde desempenhou alguns cargos na governança e instituidor do Celeiro Comum de Fronteira. Em 1748 foi-lhe passada a carta de brasão com as armas dos Borralhos.
Largo Heróis da Pátria
Esta passagem por este largo só para referir o modelo arquitectónico de escola primária no tempo do Estado Novo e mais á frente encontra-se a Igreja de Santa Catarina hoje transformada em habitação particular.
Antes desta igreja houve uma outra, mas são escassíssimas as informações quer à primeira quer à segunda, sabemos por documentos da época que devido ao seu estado de abandono foi encerrada ao culto em 1830. Posteriormente a igreja foi utilizada para diversos fiz inclusive culturais.
Igreja da Misericórdia
Esta igreja é a expressão de um programa decorativo barroco que se impõe à estrutura arquitectónica, dedicada à Senhora do Amparo acabou de se construir em 1583 e em 10 de Outubro rezou-se primeira missa celebrada por D. António Mendes de Carvalho, bispo de Elvas. Entre os séculos XVII e XVIII iniciou-se um período de grandes trabalhos no edifício até ao ano de 1754, mas infelizmente em 1755 ano do grande sismo de Lisboa viria a provocar grandes danos na igreja sendo a capela-mor a mais atingida. A sua degradação fez com que em 2 de Março de 1763 a Mesa da irmandade decidiu para ale da sua reconstrução, construir também um novo hospital, sendo a obra adjudicada em princípios de Abril de 1771 ficando concluída em 25 de Maio de 1775 com inauguração oficial a 28 de Maio.
No ano seguinte a igreja entrou novamente em obras construindo-se e pintando-se os painéis de baixo relevo nos muros, o guarda-vento, os cunhais da frontaria são de granito da região bem como o portal, o altar-mor é de talha dourada com a imagem de Nossa Senhora do Amparo.
Igreja do Senhor dos Mártires
Situada num dos extremos da vila é o segundo templo a ser construído no local, a poente do actual edifício existem vestígios da abóbada da primitiva igreja de São Sebastião, já existente em 1570.
O actual templo foi construído em princípios do século XVIII. Poucos anos após a sua construção foi esta igreja destino de muitas romagens “por caírem na mesma igreja e perto dela em um Sábado de Aleluia muitas flores” se bem que existe uma outra versão, que um milagre terá ocorrido antes da sua edificação que viria a ser construída em sequência desse facto, como preito de gratidão do pai de uma criança muda que, ao ver cair as flores, ganhara o dom da fala.
Trata-se de um interessante edifício de arquitectura setecentista, de assinalável qualidade artística, com sua estrutura barroca de ângulos cortados, filia-se numa tipologia arquitectónica de plantas octógonas de raiz barroco-romano, isto segundo o Prof. Doutor Vítor Serrão. Acresce que o mesmo templo, acrescenta o Professor, preserva também um inestimável recheio, com realce para o excelente retábulo pelo Arqº Régio João Antunes, assim como uma boa azulejaria lisboeta de pintura azul e branca, do “ciclo dos grandes mestres”, com cenas da Paixão, azulejos esses ligados acaso à escola de Oliveira Bernardes Esta igreja é imóvel de interesse público com despacho MC 1996.
Igreja matriz de Nossa Senhora da Atalaia
A Igreja Matriz de Fronteira foi mandada edificar em no século XVI pelo rei D. Sebastião, concluída em 1599 por D. Lucas de Portugal, Comendador de Fronteira e da Ordem de Avis, sendo objectos de sucessivos restauros que se prolongaram até meados do nosso século.
A fachada principal possui duas torres quadrangulares realçada por cunhais de cantaria aparelhada. O interior divide-se em três naves abobadadas com cinco tramos todas à mesma altura. Destacar o altar-mor todo ele em mármore, altar de SÃO Luís em talha dourada, o altar de Sagrado Coração também em mármore e destacar as imagens em madeira policroma dos séculos XVII e XVIII da padroeira, Nossa Senhora da Atalaia, Santo António, Santana, SÃO Miguel e Nossa Senhora da Conceição.
Coreto
Construído em 1845 e esteve inicialmente relacionado com o culto religioso dado que não só era propriedade da igreja Matriz como também se encontrava implantado numa área cemiterial. Em finais do século XIX sofreu algumas alterações, apesar de construído de novo o coreto viria a ser em 1917 objecto de obras de reparação substituindo as colunas em madeira por outras em metal.
A última grande intervenção na estrutura do coreto teve lugar em 1941 em virtude dos grandes estragos nele provocados pelo ciclone de 15 de Fevereiro daquele ano.
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