Pedrógão

Pedrógão
Torres Novas



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Pedrógão é uma freguesia portuguesa do concelho de Torres Novas, com 39,38 km² de área e 2.095 habitantes (2001). Densidade: 53,2 hab/km².

Pedrógão lugar sede da freguesia, fica situado junto à Serra de Aire, a cerca de 7 Km a noroeste da vila de Torres Novas, no distrito de Santarém, província do Ribatejo. A sua paisagem caracteriza-se por pequenos outeiros e vales com algumas planícies dispersas. O seu clima é temperado, mas ventoso, especialmente no verão. Abundam as fontes e nascentes, quase todas de caudal variável devido à constituição geológica do chamado Maciço de Porto de Mós a que pertence esta região. O maior olho de água existente é o da nascente do Rio Almonda, afluente do Tejo, situado junto ao Moinho da Fonte no lugar de Casais de Martanes nos limites da freguesia.

Localidades

Além de Pedrógão, fazem parte da freguesia os seguinte lugares:

História

A Freguesia de Pedrógão pertence ao concelho e comarca de Torres Novas, distrito e diocese de Santarém. Já foi em tempos sede de um distrito de paz, compreendendo a área da. freguesia (Decreto-Lei n.º 13.324 de 19/3/1927). O limite da freguesia confins pelo lado da Serra (cimo do Vale Garcia), com a de Fátima e separa os concelhos de Torres Novas e de Ourém, e ainda as dioceses de Santarém e de Leiria.

Por volta de 1580 era prior da freguesia um fidalgo torrejano - P. Jorge de Sousa de Alvim - capelão fidalgo da Casa Real, onde serviu em tempo do Cardeal - Rei D. Henrique e de Filipe I. Era filho de D. Simão Fernandes da Costa, fidalgo da Casa Real, comendatário do Mosteiro de Rendufe, sobrinho do Cardeal de Alpedrinha, D. Jorge da Costa, e de D. Filipe de Sousa de Alvim, da linhagem de D. Nuno Álvares Pereira. Em Pedrógão, na Quinta de Santo António onde residia, fundou em 1588 uma capela dedicada a este Santo.

Enquanto servia na Corte, apaixonou-se por uma sua prima, D.Francisca de Noronha, açafata da rainha D. Catarina, mulher de D. João III, raptou-a e levou-a para a sua quinta de Pedrógão, onde se sentia mais em segurança. Foi grande o escândalo na corte. A Inquisição ocupou-se do caso, tendo enviado a Pedrógão oficiais da justiça para esclarecer o assunto.

De D. Francisca de Noronha, além de quatro filhas (todas freiras), teve também quatro filhos varões, a quem por testamento de 6/7/1606 legou os morgados seguintes :

  1. Com a Quinta de Ceiça, concelho de Ourém, e outras em Viseu, instituiu capela e morgado para seu filho Simão de Sousa de Alvim,
  2. Com terras em Alfeizerão instituiu capela para seu filho Pedro Melo de Sousa.
  3. Com a Quinta de Vila Verde, concelho de Vila Chã, instituiu capela para seu filho Henrique de Sousa Alvim.
  4. Com a Quinta de Pedrógão e bens em Torres Novas e Porto de Mós, instituiu um morgado para seu filho Manuel de Sousa de Alvim, que quer use sempre o apelido de Alvim.

O P. Jorge de Sousa de Alvim está sepultado na Capela de Santo António, em Pedrógão. A lápide tumular primitiva dizia :

"Aqui jaz Jorge de Souza, primeiro fundador desta casa, e filho de D. Simão da Costa, comendatário e fundador do Mosteiro de Rendufe, arcebispado de Braga".

Esta pedra foi posteriormente substituída pela actual, quando da restauração da capela em 1818. A sua descendência entroncou na dos Mogo de Melo, chegando até aos nossos dias, sendo o seu último representante, em Pedrógão, António Mogo de Melo e Alvim, falecido em 15 de Outubro de 1932. Nos dias de hoje, por motivo da posse da Capela pertencer a particulares esta encontra-se completamente abandonada e em ruínas. Sendo muito difícil ou mesmo impossível a sua reconstrução. Uma grande perda para a nossa historia.

No século XVIII (1758), o lugar de Pedrógão era já o mais importante da freguesia, pelo que os seus habitantes tentaram transferir a sede do Alqueidão para aqui, tendo, porém, sido goradas as suas aspirações, devido à forte oposição dos moradores de Alqueidão e de Adofreire.

Quando da invasão de Junot (1807-1808), os franceses estiveram em Pedrógão e outros lugares da freguesia. Apesar das desgraças que uma invasão estrangeira sempre acarreta, a população do lugar de Pedrógão foi relativamente poupada, graças à intervenção do Dr. Prudente Firmino de Carvalho, homem de grande cultura, que fez com o comandante francês um acordo secreto, na Serra, segundo o qual os invasores se comprometiam a respeitar pessoas e bens do lugar de Pedrógão, até um raio de um quilómetro, em troca de alojamento das tropas nas casas da povoação. Ficando o Alqueidão fora dos limites estabelecidos pelo acordo, era natural que a população tivesse sido mais molestada e, em caso de aflição, se refugisse em Pedrógão.

Daí, talvez, a irónica designação de «França» para o Alqueidão. Existia mesmo uma autêntica fronteira assinalada por um tanchão, junto à estrada, no limite das duas povoações, chegando-se ao ponto de dizer: «tu és do tanchão para cá» ou «tu és do tanchão para lá», para marcar bem a diferença entre elas.

Transferência da sede da freguesia

Pelo menos desde meados do século XVIII, o lugar de Pedrógão se julgava com direito a ser sede de freguesia. Só, porém, no último quartel do século XIX um grupo de Pedroguenses deu corpo a esta velha aspiração dos seus conterrâneos, apresentando um requerimento a El-Rei D. Luís I, pedindo ou a criação de uma nova paróquia ou a transferência da sede de freguesia de Alqueidão para Pedrógão. Os motivos alegados foram: ser o lugar "mais importante, mais central e mais populoso", a capela de Pedrógão servir, na prática, de igreja paroquial, e o próprio pároco nele residir. Estes argumentos foram considerados válidos, e autorizada a transferência por Decreto de 19 de Julho de 1876, mas devendo ser observados certos requisitos, tais como a ampliação da Capela e satisfação de todas as "condições litúrgicas" para posterior aprovação pelo bispo da diocese.

Cumpridas as determinações exigidas, o Cardeal Patriarca de Lisboa, D. Inácio do Nascimento Morais Cardoso, autorizou a transferência da paróquia por Previsão de 16 de Fevereiro de 1877 e Ofício de 27 de Fevereiro de 1877. Nestes dois documentos se indicava com pormenor o modo como efectuar essa transferência, conforme Auto lavrado no próprio dia, autenticado pelos participantes e testemunhas da cerimónia. A concretização deste facto, se representou uma grande vitória, exigiu também um pesado sacrifício de todos os habitantes de Pedrógão, pois que, para efectuar as obras na igreja, adquirir as alfaias e pagar as despesas judiciais, foi necessário o povo contribuir com trabalho e dinheiro, chegando até a empenhar os seus haveres. Isto pôs à prova a capacidade de iniciativa, força de vontade, coesão e coragem do povo, que, não olhando a dificuldades, colocou sempre em primeiro lugar os interesses da comunidade.

Economia

Nos solos, de natureza argila-calcária, predomina a oliveira - em tempos a grande riqueza da zona - alternando com a figueira (a segunda em importância), vinha, amendoeira de algumas outras árvores de fruto. Dos cereais cultivam-se especialmente o trigo e a aveia, havendo também algumas hortas. A criação de gado, era constituída inicialmente por ovelhas e cabras, tendo abrangido também a criação de porcos e vacas e ainda a comercialização de leite.

A população activa, principalmente a dos grupos etários mais velhos. ocupa-se da agricultura e actividades afins (fabrico de azeite, vinho e aguardente de figo), enquanto os mais novos - homens e também já muitas mulheres - trabalham fora da povoação nas indústrias da zona, nomeadamente na de papel (Renova, na Zibreira e Casais Martanes), têxtil (Minde), metalúrgica e construção civil (Pedrógão e Torres Novas).

Ligações externas

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