[Penamacor é uma vila portuguesa no Distrito de Castelo Branco, região Centro e sub-região Beira Interior Sul, com cerca de 1.700 habitantes.
É sede de um município com 555,52 km² de área e 6.658 habitantes (2001), subdividido em 12 freguesias. O município é limitado a norte pelo município do Sabugal, a leste pela Espanha, a sul por Idanha-a-Nova e a oeste pelo Fundão.
A vila situa-se a uma altitude média de 550 metros.
Freguesias
- Águas
- Aldeia de João Pires
- Aldeia do Bispo
- Aranhas
- Bemposta
- Benquerença
- Meimão
- Meimoa
- Pedrógão de São Pedro, anteriormente apenas Pedrógão
- Penamacor (freguesia)
- Salvador
- Vale da Senhora da Póvoa
Toponímia
O nome desta vila, segundo uma das lendas, terá origem num célebre bandido, que aqui terá habitado, de nome Macôr. Segundo dizem, este salteador vivia numa caverna a que davam o nome de Penha. Com o passar dos tempos, o nome adulterou-se e passou a chamar-se Pena, ficando assim a terra a ser conhecida por Penha de Macôr ou Pena Macôr.
Segundo outra versão uma luta feroz entre os seus habitantes e salteadores originou tanto derramamento de sangue e de tão má cor, que a vila ficou a ser conhecida por Penha de má cor. Ainda outra refere, que nesta zona existiam duas povoações, ambas localizadas em montes, Pena de Garcia e Pena Maior. Com a adulteração da pronúncia Castelhana, Magor passou a ser Macor, dando origem a Pena Macor. Seja qual for a origem do nome, o certo é que representa uma das vilas mais bonitas e castiças do País.
História
Penamacor foi elevada a vila em 1199.
Só a partir do reinado de D. Sancho I é que a história de Penamacor se define com alguma clareza. Dizem alguns ter sido esta vila pátria de Vamba, o famoso rei dos Godos que governou a península desde 672 até 682. D. Sancho I, conquistou Penamacor aos Mouros e reconstruiu-a. Deu-lhe foral em 1189 e entregou-a aos Templários na figura do mestre D. Gualdim Pais, que a fortificou. O desenvolvimento da vila, nos finais do século XII, deve-se à necessidade de protecção da fronteira portuguesa, pelo que foi construído um castelo (Castelo de Penamacor), de que ainda hoje restam vestígios, considerado monumento nacional.
Património
Castelo de Penamacor
- Ver artigo: Castelo de Penamacor
Logo após a reconquista cristã, por volta de 1182, Penamacor foi vila régia por determinação de D. Sancho I, que a fortifica e lhe outorga Carta de Foral em 1189, rectificado em 1209. Nos séculos seguintes, o Castelo foi reforçado e ampliado à medida que a população aumentava e a ameaça muçulmana dava lugar à ameaça castelhana. D. Dinis (século XIII-XIV) manda reforçar as muralhas, o mesmo sucedendo com D. Manuel I. Durante as Guerras da Restauração (século XVII), Penamacor vê as suas linhas de defesa actualizadas e aumentadas, surgindo uma estrutura abaluartada que envolve toda a vila e faz a ligação ao antigo castelo medieval, incluindo seis baluartes e três meios baluartes. O castelo, com uma estrutura defensiva activa típica do gótico (implantado em promontório rochoso, aproveita as condições naturais, que permitem alcançar largas vistas e fazer comunicação com o castelo de Monsanto), integrava a rede da linha de defesa activa da fronteira da Beira com o antigo reino de Castela. A alcáçova, de pequenas dimensões e com planta irregular, possuía duas portas: a porta falsa, dita da traição, situada nas imediações da Torre de Menagem, que dava directamente para o exterior do lado nascente, permitindo a fuga em caso de perigo; e a porta virada a poente, que comunicava com o interior do burgo amuralhado. Hoje, a Torre de Menagem é tudo o que resta da alcáçova de um dos mais poderosos castelos da Beira. A entrada processava-se por uma das dependências assobradas da alcáçova, através da única porta, que se situa a cerca de seis metros da base e à qual se acede hoje por escada exterior.
Torre do Relógio
Adossada à muralha medieval, esta torre foi peça importante na defesa das portas da vila. A sua construção remonta, provavelmente, aos inícios do século XIV. As actuais ameias e campanário são fruto da reconstrução operada em meados do século XX para receber o novo relógio carrilhão instalado em 1956, em substituição do velho relógio que já vinha do século XIX. As numerosas inscrições que se observam no aparelho de cantaria são marcas de canteiro.
Domus Municipalis
A Domus Municipalis, tem uma porta de entrada para o cimo de vila, é contígua ao conjunto de muralhas, que se encontram em razoável estado de conservação. Na fachada voltada para as cercanias, podem ver-se duas harmoniosas janelas e entre elas o brasão de armas de Penamacor, com as esferas de D. Manuel I. Este brasão tem a data de 1568, a mesma do pelourinho. Pensa-se ter sido reconstruída no século XVI e século XVIII.
Igreja de São Tiago
A igreja de São Tiago é a igreja matriz. É datada de 1555 e apresenta traços renascentistas. Terá sido Sé Episcopal, e já sofreu inúmeras transformações. O tecto da capela mor deste Templo é em abóbada. É venerada nesta igreja, entre outros, a imagem de Jesus Crucificado. Era nesta igreja que os crentes vinham rezar, pedindo a Deus forças para defender a sua terra.
Capela de Santo Cristo
Está situada no alto de uma das colinas desta vila. É composta pelo corpo da capela propriamente dito e por um alpendre. O púlpito foi pertença da igreja da misericórdia e nele consta a data de 1865. Numa das colunas da frente vê-se inscrita a palavra Março, e na outra a data de 1705. Numa terceira está a data de 1617, com algarismos invertidos.
Igreja da Misericórdia
Com harmonioso portal, terá sido construída em consequência da fundação da misericórdia, por D. Leonor. Existe nesta Igreja uma imagem do Senhor dos Paços em tamanho natural. Na fachada sul, no canto direito, existe um campanário, onde se encontra um sino. Quando alguém morre, é este sino que toca, anunciando a triste nova. O terreno contínuo à igreja, conhecido pelo Quintal da Misericórdia, dizem que em tempos serviu de cemitério.
Igreja de São Pedro
Pensa-se ser a igreja mais antiga de Penamacor. Fica situada dentro da muralha do castelo. É um templo pequeno e dizem ter sido sede de freguesia. O primeiro altar que teve foi oferta de D. Barbara Tavares da Silva e esteve inicialmente na igreja da Misericórdia. Num dos lados da fachada principal, existe um torreão com duas sineiras, com um pequeno sino. Nesta igreja são veneradas as imagens de São Pedro e de Santa Maria.
Convento de Santo António
O Convento de Santo António pertenceu à ordem dos Frades Capuchos e foi fundado em 1571, por um fidalgo da Casa Real, de nome Gaspar Elvas de Campos, então Alferes-mor de Penamacor. Nesse mesmo ano foi a Portalegre, à Ordem dos Frades Capuchos, pedir religiosos para o convento, o que conseguiu. No claustro e na capela, estão sepultados os monges que pertenceram a este convento, assim como a população da altura. É uma obra de fortes traços renascentistas, de linhas clássicas. O púlpito da igreja do convento, é uma obra de riquíssima e preciosa talha do século XVI.
Pelourinho
O pelourinho situado junto à antiga porta de entrada da Cidadela, do lado exterior à cerca, data de 1565. Conserva ainda os ganchos de ferro forjado, com as argolas originais. O espaço envolvente foi inicialmente Praça Pública, onde se efectuavam todo tipo de vendas, e, mais tarde, convertido em cemitério, que foi extinto em 1857.
Artesanato
Devido às características económicas desta região, o artesanato esteve sempre ligado a tudo o que necessariamente era produzido. Desde a idade média que a cultura do linho foi muito significativa na economia de toda a Beira Baixa. Razão pela qual tenha sido factor decisivo a aplicação deste no artesanato da região. As rendas pregadas de linho, assim como os bordados a branco, são característicos do concelho. As mantas de trapos tecidas no tear são típicas peças de artesanato desta zona.
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