O chamado Penedo das Pegadas de São Gonçalo é uma formação rochosa existente no concelho de Felgueiras. A tradição deu popularidade ao local e determinado valor afectivo ao sítio da equacionada rocha. Penedo este que se diz estar implantado em território da freguesia de Sernande, tal como é de versão ouvida, mas também se ouve dizer ser de Varziela, do mesmo concelho de Felgueiras, pelo menos depois que começaram a surgir confusões sobre os limites entre aquelas duas freguesias vizinhas. O qual, curiosamente, é mesmo atribuído às duas (porque não há outro com o mesmo nome!), na revista denominada “Portugal local – Felgueiras”, editada em Janeiro de 2000. Pelo que só com documentos, se os houver, pode ser tirada a prova em mais este caso.
Lenda do Penedo das Pegadas
São Gonçalo, segundo muito antiga lenda, antes de se instalar junto ao Tâmega (em Amarante), cirandou por terras Felgueirenses e esteve quase a tentar-se pelas proximidades às margens do rio Sousa. Conforme se ouve pela região, há uma história popular que relaciona com o mesmo santo umas certas marcas, existentes em formação rochosa duma zona do concelho de Felgueiras, o chamado Penedo das Pegadas de São Gonçalo. Conto tradicional que podemos relembrar até, transcrevendo parte do que ficou registado em 1998, entre Lendas e Narrações histórico-tradicionais da zona sul Felgueirense, no livro oficial (escrito por Armando Pinto) do 2º Festival de Folclore da Casa do Povo da Longra, ocorrido naquele ano:
"Não se sabe se o caso estará relacionado com ancestral ocupação. Será contudo réstia de antiga característica local, ainda que indefinida. Por mor das dúvidas, o povo desde longos tempos que conta história a explicar o facto, em molde imaginário popular. São Gonçalo (resumindo o que explanamos na referida publicação – depois de peripécias de ocorrência em que perdeu sua igreja, ou seja lugar de pároco, andou como pregador até que resolveu fixar-se num sítio, decidindo então efectuar a edificação de um templo, pelo que) começou a planear a construção, estudando local apropriado. Foi assim que ao passar nesta região, verificando as penedias da zona, esteve naquele penedo. Mas como a pedra existente ali e nos arredores era pouca para o que pretendia, em vista a construção de proporções dignas de uma antiga abadia, desistiu da ideia e acabou por, mais longe, construir o mosteiro de Amarante. Dos projectos aludidos terão então resultado as marcas que ficaram esculpidas naquela pedra mediana, contendo diversas gravuras de relevo profundo, ouvindo-se na tradição popular que essas mesmas marcas, que ali ficaram gravadas, eram as suas próprias pegadas e as marcas da aba do chapéu, bem como da sua bengala que havia caído ali, lançada de longe pelo santo. Como parece que não gostou, aí foi ele rumo a Amarante, em demanda do local para onde havia de seguida atirado a mesma bengala, tendo então escolhido a terra em que ela caíra, onde pelos seus desígnios Deus demonstrou Sua vontade… Ficaram contudo na referida pedra vestígios da sua estada no local, segundo a tradição."
Bibliografia
- Crónica publicada no jornal Semanário de Felgueiras, da autoria de Armando Pinto.
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