A Ponte de São Gonçalo, localizada sobre o deslumbrante rio Tâmega, é o cartão de entrada para o centro histórico da belíssima cidade de Amarante, na freguesia de São Gonçalo.
Geograficamente ligado ao Rio Tâmega e às Serras do Marão e da Aboboreira, o território correspondente, na actualidade, ao concelho de Amarante destaca-se, não apenas pela beleza das suas paisagens, como pelos testemunhos da passagem e fixação de diferentes comunidades humanas ao longo dos tempos, numa evidência dos recursos cinegéticos que proporcionava à sua sobrevivência. Mas estas terras distinguiram-se de igual modo pela forma como desenvolveram variantes regionais de alguns estilos arquitectónicos, a exemplo do românico que aqui assumiu uma expressão bem vincada, ainda que influenciada pelos conhecimentos procedentes de Santiago Compostela, que aqui chegavam através de Tui, cuja diocese dominou parcialmente o Alto Minho.
Não deixa de ser, no entanto, curioso que o Rio Tâmega funcionasse, nesta região, quase como uma fronteira que define duas áreas do românico, sendo que a localizada na margem esquerda exibe exemplares de linhas e decoração bastante mais simples, quando comparados aos erigidos na margem oposta, mais consonantes aos cânones gerais, de conteúdos e formas mais elaboradas.
Uma diversidade que poderá ser explicada à luz das diferenças observáveis no âmbito dos próprios recursos existentes, quer materiais, quer económicos (daqueles decorrentes), reveladas na própria estrutura de alguns templos.
Mas é também o caso de outro tipo de estruturas, a exemplo das pontes, das quais se destaca a "Ponte sobre o Tâmega", lançada entre (aqueles que são, actualmente) dois largos da cidade de Amarante, num dos quais se localiza o convento de São Gonçalo.
Características
Composta de tabuleiro (com pavimento entretanto asfaltado) de perfil horizontal assente sobre três arcos de volta redonda de dimensões desiguais, a ponte possui contrafortes triangulares nos pilares, quer a montante, quer a jusante, sobrepujados por quatro varandins semi-circulares, assim como guardaria de igual modo granítica apoiada em cornija lavrada e dois pares de pináculos barrocos esquinadas assentes em pequenas esferas colocados nas duas extremidades.
A relevância, tanto histórica, como artística da ponte mereceu a sua inclusão no primeiro decreto português de classificação de construções antigas como "monumentos nacionais", publicado em 1910.
História
Primitivamente, supõe-se ter existido neste local uma ponte de origem romana, dado ser este o traçado da estrada romana que passaria em Amarante em direcção a Guimarães e Braga.
Embora remonte ao século XIII a construção da primitiva ponte, a que se ergue na actualidade resulta de uma construção setecentista realizada após a derrocada da original, ocorrida em 1763. Nesse ano, a 10 de Fevereiro de 1763, a ponte desmoronou-se devido a uma cheia do Rio Tâmega. O cruzeiro existente a meio, ou Senhor da Boa Passagem, foi retirado uma hora antes deste acontecimento histórico e mais tarde colocado na janela de um recanto da Igreja de São Gonçalo, ficando a Mãe de Deus a proteger o trânsito. É a imagem da Senhora da Ponte.
Em 1782, foi iniciada a reconstrução da ponte, com projecto de Carlos Amarante, e aberta ao trânsito em 1790. No ano de 1791 completaram-na com quatro belas e artísticas pirâmides, dois adornos em forma de urna eleitoral e um assento circular em cada meia laranja.
Em 1809, foi ainda palco da Defesa da Ponte de Amarante, episódio resultante das invasões francesas.
Está classificada como Monumento Nacional desde 1910.
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