Rancho Típico de São Mamede de Infesta

Rancho Típico de São Mamede de Infesta
São Mamede de Infesta

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O Rancho Típico de São Mamede de Infesta é uma instituição da freguesia de São Mamede de Infesta, concelho de Matosinhos. Foi fundado a 29 de Maio de 1960 e tem sido um digno representante dos usos e costumes das antigas Terras da Maia, terras essencialmente agrícolas que iam do rio Ave ao rio Douro, circunscritas ao vale do rio Leça.

Descrição

Realizou pesquisas e recolhas no seu concelho, Matosinhos, onde faz reviver tradições esquecidas no tempo, nomeadamente os cantares de Janeiras e Reis. Organiza, em São Mamede de Infesta a Quinzena cultural onde estão patentes exposições de artesanato e artes plásticas, noites de música popular, festival de folclore infantil e festival internacional de folclore. Possui agrupamento infantil e adulto, teatro, grupo de música tradicional Portuguesa e escola de música para instrumentos de tradição popular, nomeadamente: bandolim, braguesa, cavaquinho, violão, concertina. Organiza colóquios e seminários tendo em vista o enriquecimento cultural dos seus componentes.

Participou em numerosos festivais nacionais e internacionais, do Minho ao Algarve e efectuou digressões a França em 1991, 1992, Açores em 1996, México em 2001 e Itália em Agosto de 2004. Filiado no Inatel e membro efectivo da Federação do Folclore Português. Coorganizador do Festarte (Festival Internacional de artes e tradições de Matosinhos).

O Agrupamento é composto por 42 elementos.

História

Fundação

Foi em 1960, que um grupo recreativo “Os Rivais” dava por fim da sua existência, devido à falta de iniciativas. Alguns dos seus responsáveis, muito dedicados às actividades regionais, abordaram o Sr. Joaquim Carvalho, no intuito de o levar a formar um grupo dedicado ao folclore que, depois de muita insistência acabou por ceder. Assim se iniciou o Rancho Típico de São Mamede de Infesta.

Foram seus fundadores: os irmãos Joaquim e José Carvalho, Fernando Cunha, Zé da Brinca, Manuel Bombeiro, Jaime Pinto, Manuel Madureira assim como José Rio, tendo este tomado a seu cargo o ensaio do grupo.

Desenvolvimento

A primeira sede foi em casa do Sr. Zé Jigueira e os ensaios faziam-se na eira do Sr. Heitor Costa, do Sr. Zé Caritas e do Sr. Joaquim Cavadas. A segunda sede foi na rua da Cidreira, na cave do Sr. Isolino Alice. Em dias de chuva ou mau tempo, os ensaios efectuavam-se no “Flor de Infesta”. A 29 de Maio de 1960, foi o Baptismo da Bandeira, apadrinhada pelo casal Maria Cármen e José Pepe Quelhas Lima. Iniciaram-se então as primeiras recolhas de danças, cantares e trajos, junto das pessoas mais idosas da freguesia, que forneceram elementos de raiz muito válidos; os quais foram reconstituídos pelo ensaiador, José Rio. O mesmo fez pesquisas no cancioneiro popular português e, inserido na região etno-folclórica a que pertence São Mamede de Infesta fez também um apanhado dos usos, costumes e tradições das antigas Terras da Maia. Até 1843, as Terras da Maia comportavam 74 freguesias compreendidas entre o Oceano Atlântico e o Monte Córdova (Santo Tirso), do Rio Ave à Foz do Douro, passando por Nevogilde, Cedofeita, Paranhos, Gondomar, Ermesinde, Santa Maria da Reguenga, Santo Tirso, Macieira da Maia a Azurara.

Actuações

As actuações e participações do grupo em Festas e Romarias foram uma constante. Efectuaram-se também gravações em vinil e cassete, editou-se um LP e participou na RTP em três programas do saudoso Pedro Homem de Melo. Em finais de 1969 e inicio de 1970, surgiu a possibilidade de mudar de sede, sendo alugados os dois armazéns sitos na Rua Padre Costa, que foram adaptados com um pequeno palco, uma sala para espectáculos, um gabinete para a Direcção e uma Sala de Bar e respectivos sanitários. O Rancho participou em 1969, 1970 e 1971 nas marchas Sanjoaninas do Porto, tendo obtido menções honrosas nos dois primeiros anos e, o segundo lugar em 1971. Disseram as “más-línguas” da época que nos roubaram o primeiro lugar. Sucederam-se as actuações para turismo, que possibilitaram receitas e que permitiram investir em obras na Sede e nas roupas e arcos a utilizar nas Marchas Sanjoaninas.

Período de dificuldades

Entretanto, iniciou-se o Grupo Infantil que iria garantir a continuidade, juntando pais e filhos com o mesmo gosto pelas tradições. Durante vários anos, o Grupo funcionou com Direcções e componentes mais ou menos empenhados em fazer o melhor que podiam e que sabiam ; muito embora não houvesse uma preocupação de fidelidade às raízes e tradições da nossa Terra. Estavam mais interessados em dançar e cantar em muitas festas ou romarias, sem arriscar muitas despesas ou distâncias.

Entretanto, no início dos anos 80, surgiram as primeiras dificuldades em formar listas para os corpos sociais e também angariar componentes e sócios. Interrompeu-se o Grupo Infantil, as Direcções não chegavam até ao fim dos mandatos e começou a instalar-se uma crise. Nos finais de 1985 só dois elementos chegaram ao fim do mandato e já poucos componentes participavam. Foi então necessário um peditório ao longo de várias semanas na Freguesia para garantir o pagamento do aluguer da Sede e aos tocadores nos ensaios.

Dinamização

Em 1986, iniciou-se uma nova era. Ventos de mudança sopram das ideias de dirigentes agora empossados, que embutidos de boa vontade e espírito de sacrifício, apelam à Câmara Municipal, à Junta de Freguesia, às Associações existentes na freguesia e às Escolas C+S e Secundária, numa reunião levada a efeito na antiga sede da Junta de Freguesia, contando com a presença do Vereador da Cultura da Câmara Municipal e Presidente da Junta, testemunho de colaboração das várias colectividades e entidades que acreditaram no nosso projecto. Organizaram-se dois espectáculos de dinamização cultural na Escola Secundária (hoje Abel Salazar) que resultaram em pleno, angariaram-se associados e componentes para o Rancho Infantil. Teve lugar uma nova pesquisa e recolha junto dos poucos “livros vivos” da Freguesia, no sentido de nos tornarmos mais genuínos e fiéis as tradições da época que pretendíamos representar, com o objectivo da nossa admissão na Federação do Folclore Português.

Restaurou-se a Sede , dotando-a de Sala de Direcção e tribuna ; renovaram-se as restantes instalações e sanitários. Iniciou-se a renovação dos trajes, e face à grande diversificação de profissões existentes em S. Mamede de Infesta, procuramos retractar algumas delas nomeadamente: Lavadeira de roupa, o Moleiro, a Ceifeira, o Vendedor de limonada, a Lancheira, a Leiteira, os Vendedores de peixe, a Fiandeira do linho, os Moços de lavrador, os Lavradores patrão, Homem da Croça e Serandeiro, e os característicos trajes Maiatos. Foram usados na confecção destes trajes tecidos de matérias-primas naturais tais como: Linho, Estopa, Chita, Gorgorina, Algodão, Zuarte, Brocado, Seda Lavrada, Baeta, Serrubeco, Riscado, Armur, Cotim, Fazenda de Lã, entre outros.

Em 1988, tem inicio o processo de vistoria e acompanhamento da Federação de Folclore Português. Em 1989, quando da realização do primeiro Festival Nacional de Folclore em São Mamede de Infesta, perante uma grande moldura humana e com o testemunho de alguns dos mais importantes e fidedignos grupos nacionais, o Sr. Presidente da F.F.P. declara publicamente que o Rancho Típico de São Mamede de Infesta, é, a partir dessa data, digno representante do Folclore das Terras da Maia, sendo dos mais representativos do concelho de Matosinhos. Como tal, o grupo foi admitido como membro efectivo da Federação de Folclore Português. Seguiram-se convites para participar nos grandes Festivais Nacionais e Internacionais. Criou-se a Escola de Música, teatro infantil e Karaté, com vista ao enriquecimento cultural dos seus componentes e associados, permitindo-lhes uma sadia ocupação de tempos livres. Em 1990, iniciou-se a década histórica com realização dos seguintes eventos: Primeiro Encontro de Cantares de Janeiras do Conselho de Matosinhos levado a efeito no Salão Nobre da nova Câmara; Semana Cultural levada a efeito no antigo Quartel dos Bombeiros onde, pela primeira vez demos a conhecer à Vila o artesanato de vários pontos do país e os artesãos locais; Primeiro Festival Internacional de Folclore.

Seguindo o lema de “para trás nem um centímetro”, tocamos o barco sempre em frente e de cabeça erguida. Assim, em 1991, levamos a efeito a Quinzena Cultural. Prosseguem as actuações por todo o país e em terras de França, onde voltamos em 1992. Em 1993, numa iniciativa levada a efeito em todas as freguesias do concelho de Matosinhos, metemos mãos à obra em parceria com a Junta de Freguesia e a Associação Recreativa Cultural “Juventude do Telheiro F.C.”, organizamos as marchas de São Pedro na cidade de Matosinhos onde São Mamede de Infesta se destacou pela originalidade, cuidado na feitura e organização da representação mamedense. A par da coreografia e música oficial, apresentou coreografia e músicas inéditas, assim como os quadros arcos e guarda-roupa. A geminação com o Rancho Típico de Amorosa foi outro grande passo em frente na interligação de actividades e colaboração mútua que faz justiça ao provérbio “A união faz a força”.

Século XXI

Em conjunto, organizamos o maior acontecimento da cultura tradicional em todo o Concelho de Matosinhos, o “FESTARTE”, que já vai na sua VIII Edição. Em 1999 assinamos protocolo com a Junta de Freguesia de São Mamede de Infesta para a co-organização da Quinzena Cultural da Cidade, que temos vindo a rectificar e a manter. Sem dúvida que os grupos Folclóricos são os maiores embaixadores da Cultura Popular do País, sendo o nosso folclore reconhecido pela sua grande qualidade em todo o mundo. Sentimo-nos por isso muito honrados por termos sido convidados a representar o nosso País e a nossa Cultura México de 30 de Setembro a 7 de Outubro de 2001, e no Festival Internacional de Alatri – Ítalia 2004, onde tudo fizemos para representarmos com dignidade a cidade de São Mamede de Infesta, o concelho de Matosinhos e Portugal. Participa nos Festivais Internacionais CIOFF (Comité Internacional de Organização de Festivais de Folclore gozando de estatuto B dentro da Unesco) como foi a sua deslocação aos Açores em 1996. As reconstituições das desfolhadas e dos encontros de cantares do ciclo natalício também fazem parte das Inciativas levadas a cabo por este grupo.

Editamos em 2004 o registo fonográfico em C.D. “Memórias de um Povo D’Infesta”, alvo de criterioso trabalho de pesquisa e preservação de algum espólio do cancioneiro do rancho recolhido, onde houve a preocupação de deixar marcada a Intervenção das Vozes, dos Instrumentos Tradicionais da nossa região tais como, O Violão, os cavaquinhos, viola braguesa, bandolim, harmónio, concertina, rabeca, bombo, ferrinhos e reque reque. As sementes lançadas pelos que já partiram, germinaram e deram frutos; deixando-nos assim uma herança pródiga em exemplos e iniciativas arrojadas. Jamais deixarão de ser apoiadas quer pela Câmara, Junta de Freguesia e outros organismos oficiais e particulares que, mercê do bom trabalho levado a cabo com a garantia da seriedade e honestidade desta gente simples, como simples é o povo, tudo fará para honrar e dignificar os que fundaram esta humilde colectividade e os que lhe deram continuidade e apoio.

Rancho Típico Infantil de São Mamede de Infesta

O Rancho Típico Infantil de São Mamede de Infesta, vulgo escola de folclore, foi criado obedecer a vários objectivos, nomeadamente, dar continuidade ao rancho adulto, medicina preventiva ou seja, ocupar os tempos livres dos rapazes e raparigas da freguesia e consequentemente proporcionar-lhes momentos de salutar convívio e de cultura popular.

Representa os trajos, as cantares, danças e brincadeiras dos miúdos aquando as horas de recreio da escola e mesmo quando fugiam a esta para irem ter com os que não tinham tempo nem possibilidades para a frequentar fazendo as suas traquinices. Tenta representar todo o ambiente infantil e relações com os mais crescidos do fim do século XIX, principio do século XX, nas antigas Terras da Maia, com os seus piões, arco e gancheta, bonecas, jogo das pedrinhas, a corda, macaca e etc, vão fazendo o relembrar de outros tempos.

Tem percorrido o país de norte a sul e representado as tradições do concelho de Matosinhos nos melhores festivais infantis do País. Leva a efeito todos os anos o seu festival infantil integrado na quinzena cultural de São Mamede de Infesta. É membro efectivo da Federação do Folclore Português

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