Ribeira Brava

Ribeira Brava
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Ribeira Brava é uma freguesia portuguesa do concelho da Ribeira Brava, com 17,50 km² de área e 5.941 habitantes (2001). Densidade: 339,5 hab/km².

Localiza-se a uma latitude 32.65 (32°39') norte e a uma longitude 17.0667 (17°4') oeste, estando a uma altitude de 0 metros. Ribeira Brava tem uma estrada que liga Calheta e Funchal. A actividade principal é a agricultura. Encontra-se banhada pelo Oceano Atlântico a sul e com montanhas a norte.

Toponímia

O topónimo da Ribeira Brava provém de uma corrente de água que a atravessa e que quase sempre se apresenta com um caudal indomável. A estas correntes, por regra aproveitadas para regar os campos, chama-se aqui levadas. A maior delas, a Levada do Norte, também conhecida como Levada da Ribeira Brava-Câmara de Lobos, corre numa extensão superior aos 60 Km, atravessa 36 túneis e irriga directamente as terras de milhares de agricultores, entre a Ribeira Brava e o Funchal. esta importância da água bem já dos tempos da primitiva colonização da Ilha. Já em 1461, funcionava um sistema de repartição de águas, o qual foi sucessivamente reformulado até "desaguar" no Plano Hidráulico de 1943.

História

A povoação da Ribeira Brava é tão antiga como as mais antigas da ilha, pois já existia em 1440. A sua história é a da ilha e as origens as mesmas. A ribeira (brava) baptizou o local por ser muito caudalosa na época das chuvas, não raras vezes causando estragos ao longo de cerca de oito quilómetros de percurso.

Em 1928, Ribeira Brava foi elevada à categoria de vila. Já então tinha perto de 7000 moradores.

Heráldica

Ordenação heráldica do brasão e bandeira, publicada no Diário da República, III Série de 16/03/1999

Armas

Escudo de vermelho, castelo de prata, aberto, frestado e lavrado de negro, entre seis estrelas de ouro, alinhadas duas no chefe e duas nos flancos, encimando uma ponte de três arcos de prata, lavrada de negro, movente dos flancos e de um pé ondado de prata e azul. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco com a legenda a negro, em maiúsculas : "FREGUESIA DA RIBEIRA BRAVA".

Bandeira

De amarelo, cordões e borlas de ouro e vermelho. Haste e lança de ouro.

Economia

Do cultivo das terras retiram as famílias, sobretudo, produtos tradicionais, como abatata doce, feijão, hortaliças, algum cereal, fruta e vinho. Nos últimos tempos tem havido algum investimentos, com mais incidência no ramo de floricultura. As actividades não agrícolas que contribuem a seu modo para o emprego, são a construção civil, ramo em que também tem havido algum investimento, e as oficinas de mecânica e apoio às outras actividades económicas. Existe desemprego, principalmente o que atinge os jovens à procura do primeiro emprego.

Existe na freguesia uma Casa da Cultura, um Museu com diversos núcleos, um Centro de Dia, Centro de Apoio ao Desemprego, Quartel de Bombeiros, PSP, GNR, CTT, Agências Bancárias, Diversas Associações Desportivas e Culturais, diversos hotéis, restaurantes, comércio, etc.

Festas e romarias

O orago da sede do concelho é são Bento, por quem os habitantes manifestam especial devoção. As festas na Ribeira Brava são muito típicas, muito concorridas e marcam o ano e as actividades locais, destacando-se as Festas de São Bento (padroeiro da freguesia) em 21 de Março, de São José em 29 do mesmo mês e as Festas de São Pedro em 28 e 29 de Junho.

Artesanato

O artesanato é ainda uma riqueza em algumas famílias, com destaque para os incontornáveis e preciosos bordados e tapeçaria, bem como as artes de empalhamento de objectos em vime (normalmente garrafas). Podemos encontrar também trabalhos executados com fósforos ou cana.

Gastronomia

No campo gastronómico, destaque para o bacalhau à Ribeira Brava, a carne em vinho e alhos e cuscus.

Espetada de carne de vaca

É na festas durante o verão que se usam mais este 'petisco'. Corta-se a 'carne limpa' de vaca em pequenos pedaços. Deita-se sal e alho esmagado que vão sendo espetados num ramo de loureiro (espeto de louro)assam sobre as brasas vivas e comem-se quentes, sangrando, com pão caseiro e batata cozida com casca e vinho regional.

Património

A arquitectura local constitui motivo de interesse para complementar o conhecimento desta terra que de brava só tem o qualificativo. A igreja de São Bento (século XV), alvo de sucessivas transformações que a desfiguraram, expõe magníficos painéis de nítida influência flamenga, representando a Virgem e o Menino, São Bento e São Bernardo.

A freguesia "debruça-se sobre as águas azuis do oceano. As ruas e alguns edifícios do princípio do século recordam o bairrismo e a iniciativa do Visconde da Ribeira Brava que contribuiu para a criação do concelho em 1914 e inúmeros melhoramentos como ruas, teatro e reconstrução do primitivo fortim de São Bento. O Centro histórico (arquitectura primitiva e ruas estreitas) testemunha encantos pitorescos".

Forte da Ribeira Brava

A sua construção foi determinada pelo governador Duarte Sodré Pereira para defesa daquele ancoradouro.
A defesa da Ilha foi sempre uma das preocupações constantes, tanto por parte dos reis, como dos donatários da ilha. Assim era necessária a defesa da costa perante os inimigos.

Em 1815 há referências sobre a um pequeno forte triangular junto à embocadura da ribeira, e um outro denominado de Forte de São Sebastião, que foram ambos arruinados pelo aluvião de 1803 e não restaram vestígios. Um outro forte é o Forte de São Bento, que naquela época estava arruinado. Em 1916 adiantavam-se obras para a sua recuperação e embelezamento do hoje Forte da Ribeira Brava. Hoje perfeitamente adaptado ao contexto visual da vila, o forte serve de Posto de Informações.

Mercado Municipal

Situado junto ao Forte, encontramos o Mercado Municipal. A Ribeira Brava desde muito cedo revelou-se um local sobretudo comercial, onde se efectuavam trocas e vendas de Produtos vindos das zonas limítrofes.

Aqui podemos encontrar para além do artesanato regional, os géneros alimentares frescos, resultantes da actividade agrícola e piscatória regional.

Igreja Matriz da Ribeira Brava

A Igreja Matriz da Ribeira Brava é um dos mais importantes conjuntos patrimoniais da região.

Núcleo de Pratas

A cruz processional, datada de 1584 é atribuída a Marcos Agostinho sendo uma das grandes peças, entre outras atribuídas ao mesmo autor que se pode ver neste pequeno núcleo. Num espólio de 66 peças, existem castiçais em prata, coroas, varas, galhetas, cálices, caldeirinhas e outro materiais em prata datados doe séculos XVI e XVII.

Solar dos Herédia

Ao lado da Igreja podemos encontrar a antiga moradia do fundador do Concelho, o Visconde da Ribeira Brava, Francisco Correia Herédia. A Câmara Municipal possui no seu interior um magnifico jardim, com inúmeras espécies naturais de flora e fauna. É um local ideal para um pequeno passeio acompanhado pela beleza da natureza.

Museu Etnográfico da Madeira

Subindo a Rua do Visconde e pela rua de São Francisco encontrará a antiga capela e solar de São José. O edifício do actual Museu Etnográfico da Madeira era moradia do Capitão Luís Gonçalves da Silva. Anos mais tarde o velho solar foi convertido em uma unidade industrial, com um engenho de moer canas, de tracção animal, e um alambique de destilação (alguns destes elementos ainda estão visíveis no interior do museu). O engenho sofreu diversos melhoramentos na década de 60, designadamente a utilização da energia hidráulica. No ano de 1983, o Governo Regional decidiu instalar o museu etnográfico da Madeira neste local. Hoje já restruturado é palco de várias exposições temporárias e permanentes com temas relacionados com a cultura madeirense.

Farol

Junto à entrada do túnel para o cais. Acabada a visita do núcleo, é altura de regressar. Nesta altura aproveite a paisagem do passeio junto ao caudal da ribeira não esquecendo de observar a ponte velha. Chegados à marginal junto ao mar prossiga a caminhada em direcção ao farol, onde poderá vislumbrar a magnifica vista sobre o mar e a vila.

Cais

Atravessando o túnel, encontra-se o caís onde poderá visualizar mais uma vez as magnificas paisagens da Madeira. Devido à difícil orografia da Madeira, cedo o mar se tornou a via utilizada para transportar os géneros produzidos no meio rural com destino ao Funchal inclusive produtos vindos do norte da ilha. A Ribeira Brava era, ao mesmo tempo, um lugar de passagem dos que cruzavam a ilha pela costa, daqueles que iam para do sul para o norte, e ainda daqueles que cá chegavam de barco e seguiam o restante a pé. Assim o porto tornou-se o ponto fulcral dessa comunicação.

Miradouro de São Sebastião

Situada entre um vale, a ribeira brava, possui um magnifico miradouro, de onde se pode observar desde a extensão de toda a vila, bem como a costa marítima, obtendo-se deste local magnificas paisagens.

Bibliografia

  • "Madeira - Paisagem e Memória ao Sabor do Mar", LEMA, Edição Secretaria Regional de Turismo, R.A.M.

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