Santiago Maior

Santiago Maior
Beja



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Santiago Maior, também conhecida por Santiago de Beja, é uma freguesia portuguesa do concelho de Beja, com 42,59 km² de área e 7.855 habitantes (2001). Densidade: 184,4 hab/km².

Santiago de Beja é porventura a mais importante freguesia da cidade. Aqui se concentram os monumentos mais antigos e os mais significativos do ponto de vista histórico. O castelo, por exemplo, representa o período de apogeu de uma povoação que lutava de forma feroz pelos destinos de Portugal. Outros elementos arquitectónicos merecerão também destaque, como a bela igreja da Misericórdia, ou o museu de Beja, local onde se guarda a alma e o passado de um povo.

Numa cidade que tem actualmente mais de vinte mil habitantes, Santiago de Beja é a freguesia mais povoada, das quatro que constituem a sede do concelho e capital do distrito. Aqui viviam, segundo o último recenseamento populacional, cerca de sete mil e quinhentas pessoas. Agricultura, comércio e indústria são as suas principais actividades económicas, sendo que a parcela mais significativa vai naturalmente para o sector terciário, sempre em destaque numa grande cidade. Como Beja, indubitavelmente, se pode considerar. O artesanato vai sobrevivendo graças a alguns artesãos da madeira e do estanho.

História

Como se sabe, Beja foi a cidade romana de Pax Julia, tão celebrada pela nossa história, mas parece que antes já aqui se haviam fixado algumas tribos, primitivas, é certo, mas pioneiras na ocupação e cultivo de terras até então tão abandonadas. Desse período, no entanto, pouco resta, já que a chegada dos romanos apagou a maior parte dos vestígios anteriores. Pelo menos no Alentejo, e nesta cidade, foi assim. O nome actual da cidade deve-se aos árabes, fundamentais no desenvolvimento da região. Chamaram-lhe Baju, nome que por corrupção veio a dar em Beja.

Cerca de 1162, Beja foi conquistada aos mouros pelos cristãos, que se encarregaram de povoar uma terra que até aí, e principalmente depois das guerras entre os dois povos, era praticamente deserta. Em 1254, foi a concessão da carta de foral, por D. Afonso III, e a elevação a vila. Santiago tornava-se a sede do concelho e do distrito, a freguesia mais famosa e importante de toda uma região.

Heráldica

Ordenação heráldica do brasão e bandeira publicada no Diário da República, III Série de 09/11/2004

Armas

Escudo de ouro, com castelo de vermelho aberto, frestado e lavrado de negro; em chefe, vieira de vermelho. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: "BEJA - SANTIAGO MAIOR".

Bandeira

De vermelho. Cordões e borlas de ouro e vermelho. Haste e lança de ouro.

Património

Sobre os monumentos mais importantes da freguesia, disse José Saramago em "Viagem a Portugal":

"Em pouco se chega a Beja. Lá no seu alto edificada (e aqui nestas paragens rasas, falar de altura não é nenhuma vertigem), a antiga Pax Julia romana não parece vir de tão longa antiguidade. Não lhe faltam, é certo, vestígios dessas épocas, e outras mais recuadas, ou dos visigodos depois, mas (…) é preciso ir ao castelo, a Santa Maria, à Misericórdia, ao museu. Por eles se saberá que Pax Julia (Baju para os mouros, que não sabiam latim, e depois Baja, e enfim Beja) tem de história que baste e sobeje. (…)

Do castelo se diria, para insistir no estilo, que não tira nem acrescenta muito. Mas à torre de menagem deve o viajante fazer vénia. Se em Estremoz prezara, aqui haverá de estimar. São ambos parentes, mas esta sobreleva a primeira, e todas as mais, em grandeza e imponência. Das suas salas interiores, todas abobadadas, levaria o viajante, se pudesse, a sala central, de abóbada estrelada, muçulmana de inspiração, para prova de que os arquitectos cristãos souberam, ainda por muito tempo, entender a necessidade de um estilo e de uma técnica que tinham, nesta região, raízes culturais profundas. Tolice foi, mais tarde, tê-las arrancado.

Que Pax Julia tivesse dado Beja, depois de ter servido de trava-línguas a mouros, não há que estranhar. Mas que um açougue tivesse acabado em igreja, pode surpreender. Afinal, tudo vai das necessidades. Em Évora, fez-se do templo romano matadouro, aqui achou-se que a construção era bela demais para servir de talho, e, no mesmo sítio onde se sacrificaram carneiros ao apetite do corpo, passou a sublimar-se o sacrifício do divino cordeiro às salvações da alma. Os caminhos por onde os homens circulam só aparentemente são complicados. Procurando bem, sempre se encontram sinais de passos anteriores, analogias, contradições resolvidas ou resolúveis, plataformas onde de repente as linguagens se tornam comuns e universais. Esta colunata da igreja da Misericórdia mostra o carácter diferenciado (no sentido duma apropriação colectiva local) do estilo arquitectónico do Renascimento quando entendido compativelmente com expressões regionais anteriores.

O viajante gostaria de ir ver os capitéis visigóticos da igreja de Santo Amaro, mas desta vez nem se aventurou à busca da milagrosa chave. Terá errado, quem sabe se seria fácil, mas se em terras pequenas a dificuldade é às vezes tanta, que faria nesta cidade, distraída com as suas preocupações, contra ou a favor."

Além das referências do ilustre autor castelo, igreja da Misericórdia e ermida de Santo Amaro outros elementos merecem destaque pela sua importância histórica e arquitectónica. A ermida de Santo André, por exemplo. Classificada como monumento nacional, terá sido fundada, embora haja muitas dúvidas sobre o facto, por D. Sancho I na comemoração da conquista da povoação aos mouros. Foi reconstruída no século XV.

A porta de Évora, no castelo, constituía ponto de chegada de várias estradas. Esteve para ser destruída, mas foi preservada graças à urbanização do largo Lima Faleiro, também ele um ponto de atracção turística na freguesia.

  • Villa romana de Pisões, englobando a represa romana que se situa próximo
  • Castelo de Beja
  • Ermida de Santo André
  • Igreja da Misericórdia de Beja ou Antigos Açougues Municipais
  • Hospital da Misericórdia de Beja
  • Capela de Nossa Senhora dos Prazeres
  • Pelourinho de Beja
  • Igreja de Santo Amaro ou Capela de Santo Amaro

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