Sazes da Beira é uma freguesia portuguesa do concelho de Seia, com 6,39 km² de área e 341 habitantes (2001). Densidade: 53,4 hab/km².
Geografia
A freguesia inclui as antigas quintas desabitadas da Ribeirinha e da Ribeira, Sazes Velho e Sazes (sede da freguesia). Toda a freguesia está dentro do Parque Natural da Serra da Estrela. Correm dois ribeiros no seu território, o Ribeiro de Sazes e o Ribeiro de Sazes Velho, ambos afluentes do rio Alva.
História
As minas de Sazes já eram exploradas pelos romanos no século V a.C. A sua fundação deve-se a famílias de pastores vindas de Sandomil e das Corgas à procura de terrenos férteis e com fácil acesso à água. A primeira fixação definitiva deu-se (supõe-se) no século XV, no lugar chamado já desde o séc. XVIII de "Sazes Velho". Em 1527 tinha a aldeia 65 pessoas. No entanto e continuando à procura de proximidade da água levou à fundação do que é hoje a aldeia de Sazes da Beira propriamente dita. Não se sabe a data da fundação da sua freguesia/paróquia, existindo no entanto registos paroquiais (baptismos, casamentos e óbitos) desde 1612, o que indica que a paróquia deverá ter sido constituída na segunda metade do século XVI. Em 1731 é edificada a sua Igreja Matriz.
Desde a sua fundação, Sazes pertenceu sempre ao concelho de Sandomil até 1836, data em que este foi extinto e Sazes passou a pertencer a Loriga. No meio de todas as remodelações administrativas sofridas a freguesia de Sazes (correspondente a todo o território da sua paróquia) pertenceu ao concelho de Loriga até 1855, data em que este foi extinto. A grande mudança na vida social da aldeia veio com a crescente procura de minério, especialmente de volfrâmio nos princípios do séc.XX, que culminou na 2ª Guerra Mundial. A população foi aumentando à medida que as minas da freguesia eram exploradas. Com o fim do envio de minério para a Europa em guerra, a economia da freguesia começou a decair. O seu máximo populacional ocorreu nos anos 60, ao atingir mais de 670 habitantes. Tal como no princípio do século XX, a emigração voltou a surgir como alternativa à vida dura do campo e aos terrenos íngremes de difícil cultivo. Porém, desta vez não foram a Argentina nem o Brasil o destino dos que partiam, mas sim a França, a Alemanha e principalmente, o Luxemburgo. As minas seriam definitivamente abandonadas, assim como os viveiros de plantas criados na freguesia pelo Estado Novo.
O ano de 2001 foi fatal para a paisagem da freguesia, com um incêndio de dimensões nunca antes vistas na zona a consumirem a maior parte dos pinheiros e vegetação, chegando não só às suas povoações anexas como também ultrapassando os limites da freguesia e afectando outras terras. Segundo relatos do próprio povo, foi visto um helicóptero a lançar o que seria a faísca que deu inicio à catástrofe. Hoje são visíveis a partir de Sazes aldeias que nunca antes podiam ser vistas a olho nu! Ao mesmo tempo, era inaugurado o Lar de terceira idade de Sazes da Beira (como resultado do envelhecimento da população) que serve várias outras freguesias, pelo então ministro do Trabalho e Solidariedade, Ferro Rodrigues. O futuro desta bela aldeia serrana passa hoje, sem dúvida, pelo turismo nas suas várias vertentes, dada a sua proximidade à Torre da Serra da Estrela e às paisagens naturais da freguesia.
Heráldica
Brasão
Escudo de azul, um pinheiro arrancado de prata, com pinhas de ouro, entre duas lanternas de mineiro de prata, acesas e realçadas de vermelho; em chefe, estrela de ouro. Coroa mural de prata de três torres. Listel branco, com a legenda a negro: «SAZES da BEIRA».
Bandeira
Amarela. Cordão e borlas de ouro e azul. Haste e lança de ouro.
Selo
Nos termos da Lei, com a legenda: «Junta de Freguesia de Sazes da Beira - Seia».
Património
- Igreja Matriz de Nossa Senhora do Rosário (1731)
- Capela de Santa Eufémia (séc. XIX)
- Capela da Senhora do Monte Alto (1906)
- Couto Mineiro do Malha Pão (séc. XIX)
- Moinhos de Água (séc. XIX)
- Viveiros (séc. XX)
- As suas casas tradicionais feitas de xisto e com telhados de lousa
Festas
- Senhora do Monte Alto - penúltimo Domingo de Agosto
- Santa Eufémia - último Domingo de Agosto
- Nossa Senhora do Rosário - primeiro Domingo de Outubro
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