Sernande

Sernande
Felgueiras



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Sernande é uma freguesia portuguesa do concelho de Felgueiras, com 1,26 km² de área e 891 habitantes (2001). Densidade: 707,1 hab/km².

A freguesia de Sernande situa-se no concelho de Felgueiras, a quatro quilómetros da sede concelhia. Confronta, a norte, com a freguesia de Torrados; a sul, com a freguesia de Rande; a nascente, com a freguesia de Varziela; e a poente, com as freguesias de Rande e Idães. Actualmente faz parte da Vila da Longra, localidade elevada a essa categoria, no dia 1 de Julho de 2003.

Sernande, é uma freguesia relativamente pequena, contudo, os bons acessos construídos ultimamente, acompanhados também, pela construção de infra-estruturas e equipamentos colectivos, estão naturalmente na base do crescimento demográfico e económico da freguesia, onde os sectores do calçado, construção civil e serviços se instalaram, embora, o sector agrícola se mantenha mas com explorações tipo familiar.

Toponímia

O topónimo sugere que teria sido fundada por Sisnando (derivado de Sesinando e de Sernando), que, no genitivo, resulta em Sernandi ou Sernande, e que devia ser irmão ou parente de Rando, que originou da mesma forma, o topónimo Rande. Os nomes de ambas as freguesias, vizinhas, são de origem germânica.

História

A antiguidade da povoação de Sernande prende-se ao facto de há muitos anos ser parte integrante da área do Antigo Condado de Souza, antecedente à nacionalidade. Depois da Romanização da Península Ibérica, deu-se a invasão árabe, seguida da reconquista Cristã. Como forma de auxiliar na Reconquista, vieram cavaleiros de outros locais, nesta zona chegaram os germanos-godos, que como recompensa receberam algumas terras, através de doações. Os novos senhores das terras formaram, assim, propriedades rústicas. Entre as propriedades que estes senhores foram distribuindo por “rendeiros” (“foreiros”-dado que pagavam o “foro” ao senhorio), encontrava-se a propriedade de “Sisnande” (Sernande), habitada por um fidalgo com este nome e parente de Rande.
Estas terras, com o passar dos anos, sofreram inúmeras transformações administrativas.

Em 897, numa doação de Afonso III (de Leão) a Lugo, regista-se uma “villa de Sisnandi”, e, numa doação que São Rosendo, bispo de Dume, fez a Cela-Nova, em 935, depois de referir diversos lugares das dioceses de Braga e do Porto, escreve o seguinte: “in torno santa eulália (Barrosas) cum Sisnadi et Geresio (Cerges)”. A freguesia teve, portanto, origem na presúria da Reconquista, como a de Rande e outras.

Apesar disso, Sernande, só surge como freguesia, em 5 de Dezembro de 1286, numa inquirição particular ordenada por D. Dinis aos coutos, honras e igrejas que foram do conde D. Gonçalo Garcia de Sousa e sua mulher, Leonor Afonso (irmã daquele rei). As inquirições do mesmo rei, ordenadas em 1290, especificam que

“item freguesia de Sam Johane de Sesnande toda esta freguesia trage Ponbeiro por honra y dizem as testemunhas de Gonçalo de Sousa e mandoua a ponbeyro e que desde entom trouxe y Ponbeyro seu vigairo e seu chegador. Estee como estaa com saa honraa”.

Administrativamente, Sernande acompanhou a honra de Unhão, passando para a posse do mencionado conde D. Afonso Sanches, filho de D. Dinis, por doação que lhe fez, em 1312; depois, para a de Álvaro Pires de Castro, irmão de Inês de Castro, por doação em 1366; e por fim, para a família Teles da Silva, por doação em 1367, em cuja posse se manteve até à extinção do morgadios.
A antiga freguesia de São João Baptista de Sernande foi, em tempos, vigairaria da apresentação do reitor de Unhão. Em 1527, esta freguesia era uma das mais povoadas do concelho de Unhão, talvez por causa do seu burgo, onde, em 26 de Setembro de 1531, D. João I instituiu uma feira franca, que se realizava de três em três semanas, a pedido de João Gomes da Silva.

Mais tarde, no século XIX pertenceu ao efémero concelho de Barrosas, transitando para o concelho de Felgueiras em 1855.

Economia

Produções Agrícolas

Em Sernande, desde tempos remotos, a agricultura foi uma das actividades mais importantes. Alguns dos suportes desta actividade remanescem do passado e mantêm-se ainda em uso – tais como, espigueiros e moinhos de água.
Actualmente, a actividade agrícola persiste, mas poucos são aqueles que vivem essencialmente dela. A grande maioria dos agregados, familiares que possuem um pedaço de terra, cultivam-na apenas no período pós-laboral.

Comércio

O primeiro estabelecimento comercial de que há memória, com cerca de 55 anos, e que ainda hoje existe é uma pequena loja situada na casa mais antiga desta freguesia – Casa da Capela. Actualmente, existem algumas outras mercearias.

Indústria

Segundo alguns testemunhos, a primeira e única actividade industrial a surgir nesta freguesia, como a mais antiga, foi uma Padaria na casa da Capela, que fechou definitivamente em 1978. Actualmente, e atendendo às características do próprio concelho, também Sernande acabou por ser apanhada nas malhas da indústria de calçado e componentes. Os bons acessos construídos ultimamente estão naturalmente na base do crescimento deste sector.

Património

Personalidades

Sendo a felgueirense freguesia de Sernande uma das partes integrantes da Vila da Longra e, como tal, com uma área urbana merecedora também de atribuição toponímica condizente, dentro da natureza histórica do património humano detém efectivamente alguns personagens dignos dessa perpetuação. Como o Dr. João Machado Ferreira Brandão, da casa de Cimo de Vila, um dos maiores vultos desta povoação. Mas também mais um Dr. Vicente Ribeiro Leite de Sousa Vasconcelos, da casa da Terra Seca, que foi um médico do povo, ao género do “João Semana” (de tipo protótipo, popularizado por Júlio Dinis na obra literária Pupilas do Senhor Reitor). Bem como um José Joaquim Ribeiro Teles, da casa do Telhado, que doou à diocese do Porto a quinta da Formiga, onde está instalado o colégio e seminário menor do Porto. Mais António Bravo Pacheco, da Casa da Capela (onde se rezou missa paroquial, enquanto não houve igreja na nova freguesia, criada no decurso do concelho do Unhão em separação com área antiga de Rande e uma parte de Varziela), sendo quem fez obras numa sua propriedade do Burgo para criação da velha escola primária. E o Padre Joaquim Ribeiro Teles, segundo pároco de Rande e Sernande depois que as duas paróquias referidas passaram a ter Abade comum, tendo este Abade Prior ficado na tradição por haver deixado à sua morte significativa quantia para esmolas aos pobres.

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