Ucanha

Ucanha
Tarouca



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Ucanha é uma freguesia portuguesa do concelho de Tarouca, com 5,28 km² de área e 423 habitantes (2001). Densidade: 80,1 hab/km².

Toponímia

O topónimo Ucanha deriva de Cucanha, forma usada até ao século XVII, tratando-se de um vocábulo que pode designar casebre ou lugar de diversão.

História

Foi vila e sede de concelho até 1836, quando foi suprimido e anexado ao concelho de Mondim da Beira. O município era constituído pelas freguesias de Granja Nova, Salzedas, Ucanha e Vila Chã de Cangueiros e ocupava a zona nordeste do actual concelho de Tarouca. Tinha, em 1801, 2.217 habitantes. A freguesia foi integrada no actual município em 1898.

Património

Geografia e arquitectura

A povoação desenvolve-se entre os 450 e 550 metros de altitude, implantada ao longo da encosta que desce em direcção ao Rio Varosa (ou Barosa). A zona do vale, enquadrada pelas colinas arborizadas da Serra de Santa Helena, apresenta significativo interesse paisagístico. O curso de água é bordeado por salgueiros, amieiros e algumas azenhas. Entre a ponte de Ucanha e a ponte nova observa-se uma ínsua, usada como praia fluvial. O vale, bastante aberto, proporciona o aproveitamento de lameiros e campos de milho, bem como vinhas e olivais, estes últimos ocupando um patamar superior. O conjunto construído atinge a margem oposta, pertencente já à freguesia de Gouviães. Nos limites do aglomerado, e em especial ao longo das estradas transversais à via principal, regista-se o impacto de construções dispersas dissonantes. Situada a cerca de 5 km de Tarouca, Ucanha marca a entrada do antigo couto do Mosteiro de Salzedas. Ainda no limite da freguesia conserva-se as ruínas da Abadia Velha de Salzedas.

Sendo uma vila com uma formação urbana linear estruturada por uma única via, cujo elemento matricial é constituído pela ponte fortificada. Denominada Rua Principal, Rua Direita ou simplesmente Rua, por se tratar da única, apresenta uma orientação este/oeste, perpendicular ao rio e às curvas de nível, desenvolvendo-se numa extensão aproximada de 500 metros. A sua largura oscila entre os 4 e os 10 metros, consoante as numerosas inflexões produzidas pela difícil adaptação à base topográfica, impondo um acentuado declive que atinge cerca de 75 metros de desnível. Seccionada transversalmente por duas estradas municipais, é composta por três troços, cuja sequência poderá ter um sentido cronológico. A designação de cada um deles revela a sua situação topográfica e o elemento construtivo de referência. O primeiro troço é nomeado Fundo da Rua ou Rua da Torre, tendo como ponto de partida a ponte e respectiva torre, junto da qual se esboça um largo, onde se ergueu o hospital ou albergaria. A via principal bifurca na direcção da Igreja Matriz, que se encontra resguardada pelo adro murado e pelo cemitério, destacando-se com a torre sineira na silhueta urbana. O segundo troço, a que se poderia chamar Meio da Rua, equivale à Rua do Pelourinho ou Rua da Senhora da Ajuda. Trata-se de uma zona onde o espaço construído é mais denso, surgindo duas incipientes paralelas e respectivas travessas, polarizadas em função do duplo alargamento da rua produzindo o Largo do Pelourinho e o Largo da Senhora da Ajuda. O primeiro, resultado do alargamento da via no lado norte, mostra o pelourinho quase ao centro, junto à Casa da Câmara e Cadeia, que define o gaveto. Na sua imediata contiguidade abre-se o Largo da Ajuda, formado pelo alargamento da via para o lado oposto. O seu espaço é ocupado pelo volume isolado da capela, cuja fachada abre para a rua em plano diagonal. O terceiro troço, o Cima da Rua ou Rua de Santo António, revela uma massa construída mais rarefeita, sendo o fim da rua e da vila marcado pela Capela de Santo António, de diminutas dimensões. No conjunto da povoação observa-se que a rua é interrompida por travessas, aberturas redutíveis a pequenos becos e quelhas de acesso aos campos de cultivo. Os muros divisórios das propriedades, assim como os canais de granito dos sistemas de rega, prologam visualmente essas linhas e compartimentam o espaço envolvente. Os muros em alvenaria de granito garantem ainda a contenção do alinhamento viário, que o espaço construído não confirma, denunciando antes a impossibilidade de uma clara definição de quarteirões. A casa uni familiar, tendo como tipo de base a casa rural beirã, caracteriza de modo genérico o espaço edificado. Apresentando quase sempre dois pisos, confirma-se a reserva do piso térreo para as lojas, reflectindo um uso agrícola dissimulado na função residencial, enquanto o segundo piso, onde se localiza a cozinha, se destina à habitação. Identificam-se casas com escada externa e, mais correntemente, casas com escada interna. Destacam-se em especial as varandas em madeira reflectindo algumas especificidades construtivas, formais e cromáticas (uso do vermelho, azul e verde) que contribuem para matizar a sobriedade dos alçados. A composição é mais ou menos regular, recorrendo por regra à abertura de portas no piso térreo e janelas ou varandas no andar superior. Os vãos, de lintel recto, não têm moldura, que aparece apenas nas casas mais abastadas, como na única casa brasonada (Rua da Torre). Salienta-se um número significativo de vãos biselados e mais pontualmente molduras em meia-cana e em arco conopial. No remate da frontaria regista-se o recurso frequente aos frechais ritmados por contrafeitos, simulando uma cornija. Constituem detalhes construtivos que enriquecem a imagem do espaço construído, tal como a presença pontual de trapeiras e chaminés tronco-piramidais.

Edificado

  • Torre de Ucanha
  • Ruínas românicas de Salzedas no local de Abadia Velha
  • Igreja Paroquial de Ucanha e património integrado

Personalidades

Na Ucanha nasceu o célebre filólogo e etnólogo José Leite de Vasconcelos (1858-1941).

Fotografias

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